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From: CAIO, DINHEIRO É MAL?
Sent: Thursday, November 13, 2008 3:21 PM
Subject: Caio, dinheiro é mal?
Reverendo,
Não podemos viver sem dinheiro, mas a Bíblia parece dizer que dinheiro é mal, pelo menos no Novo Testamento parece que essa é a opinião.
Ao mesmo tempo parece que é impossível fazer a evangelização do mundo sem dinheiro.
O que o senhor pensa?
Grato.
Cerineu
São Paulo
Ps: Peço que não mostre meu e-mail, mas pode deixar o meu nome, se o senhor quiser.
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Resposta:
Meu querido Cirineu: Graça e Paz!
Dinheiro é prático, é simples de usar, é cômodo, é seguro, é durável, é útil, e pode ser, portanto, muito bom.
Dinheiro é coisa. Já foi fruta, grão, pedra, ouro, prata, cobre, latão, papel e, agora, número digital.
Dinheiro não é nada. Pode ser e pode não ser. Depende do valor que a ele se atribua.
O problema nunca foi o dinheiro ou a moeda de valor para troca, mas apenas o poder que o dinheiro dá para quem o tendo se devota a ele, e, assim, em razão do surto provocado pelo delírio de tal poder, fique perdido em sua alma, amando a coisa, e, por isto, tornando-se fanático e idolatra.
Nesse caso, o dinheiro é mais que um ídolo, ele é o diabo.
Quem ama a um deus, se torna parecido com ele. Quem ama ao dinheiro como o deus da vida, sem o qual se está perdido, fica a cara do diabo.
O diabo tem cara de ganância.
O diabo é insaciável como insaciável é o amor ao dinheiro!
O dinheiro, todavia, sendo apenas um meio e não um fim — é apenas um recurso de sobrevivência e de realização daquilo que se julgue bom para a própria pessoa e para aqueles que pela sua generosidade possam ser ajudados.
Existe um antídoto contra o poder corruptor do dinheiro?
Sim! Eu creio que sim!
De fato, não se trata se uma coisa que lhe seja antitético, mas sim de um espírito, que em sendo assumido por nós, nos torna gente de outros valores.
Quem sabe que foi comprado pelo sangue do Cordeiro e nisso crê de todo o coração, jamais verá no dinheiro nada além do que ele é: a concentração simbólica de um valor para troca ou aquisição.
Quem ama a Deus, a si mesmo e ao próximo, e crê que em Jesus está o modo de ser para Deus, para si mesmo e para os homens no mundo, então, se tem dinheiro, o usa responsavelmente como provedor da família; e, também, o doa para a causa do amor no mundo, em nome do Evangelho — caso mantenha seu coração escravo do amor que liberta para ser — em tempo algum sucumbirá ao dinheiro como deus e como potestade.
A pregação mais simples e poderosa do Evangelho neste mundo é aquela que não depende de nada, muito menos de dinheiro, mas apenas de relacionamentos: amizades e encontros naturais na vida.
No entanto, há outras necessidades de expansão da pregação que dependem de dinheiro.
O “Bom Samaritano” não apenas teve compaixão, mas, também, teve o que dar.
Compaixão não custa nada, mas os atos de compaixão sempre demandam dinheiro, bens, ou alguma forma de recursos; no mínimo de uma rede de relacionamentos solidários e dispostos a ajudar outros.
O mesmo se diz de pessoas dedicadas ao ministério da pregação da Palavra, as quais precisam ser tratadas como dons de Deus aos homens, a fim de que se dediquem exclusivamente ao seu chamado provado e verificado por meios práticos, simples e claros.
Ainda na mesma categoria temos os serviços de apoio e de edificação, e que em geral têm custos a fim de poderem oferecer os auxílios abertos e indistintos que se propõem a fazer e fazem.
O problema é que enquanto os discípulos discutem o dinheiro, os filhos das trevas o usam em seus projetos de morte.
Quem fica discutindo muito a metafísica e a psicologia do dinheiro, ou quem quer que requeira auditorias e todas as garantias de controle sobre seu investimento na pregação, saiba: não quer doar nada, embora sinta que precisa, pois, teme que não doando perca mais do que doando.
Aquele para quem o dinheiro não é deus de natureza alguma, nem o salvador da insegurança — doa sem nem mesmo notar, pois, para ele, o dinheiro está aí é para isto mesmo.
Afinal, ele sabe que dinheiro é o resultado do trabalho diligente, e que também é pura Graça de Deus; e, portanto, nada mais natural para tal pessoa do que viver em fé, retirando para si mesma o dinheiro que é sadio e modesto, entretanto, investindo o mais naquilo que a pessoa diz que é a maior alegria de sua vida: a pregação do Evangelho que faz todo bem a ela, e que ela deseja ver se tornar o bem de muitos outros também.
Se eu tivesse guardado o dinheiro que era meu, e que me vinha como resultado da venda de milhões de livros, de K7, de fitas de vídeo, de Cds, de Dvs, etc. — creia, eu estaria muito rico.
Também se as ofertas que me davam e que me dão fossem guardadas por mim e para mim, creia: eu estaria muito rico.
Mas nunca fiz assim. Tirava apenas o maná do mês, e vivia com modéstia e simplicidade, e, o mais, sempre foi tudo doado para a Vinde e para muitas organizações sérias, e, depois, tudo para a Fábrica de Esperança.
Tenho algum arrependimento?
Ora, jamais. Fiz tudo certo. Segui o meu Senhor!
E mais:
Continuo incorrigível, e peço ao Senhor que morra assim. Afinal, assim fazendo, fiquei muito mais rico, não de dinheiro, mas do tesouro que já é em mim.
Quando ouço as pessoas discutindo sobre o dízimo, me dá grande tristeza, pois, nunca dei o dízimo na vida, visto que sempre dei tudo o mais que não me fosse necessário apenas para comer, beber, vestir e cuidar dos filhos e da casa, posto que tudo o mais, que fosse meu, e que era muito mais de 95% de tudo todo mês, ia para o trabalho de divulgação da Palavra.
Fiz amigos entre homens e anjos!
Experimente ser generoso e responsável. Você levará um susto quando os anjos mostrarem que estão íntimos de você.
Espero lhe ter sido de algum modo útil.
Leia o link:
Receba meu carinho!
Nele, que é o doador de tudo e em Quem nos estamos supridos mesmo quando não vemos nada,
Caio
13 de outubro de 2008
Lago Norte
Brasília
DF