CARTA AOS MEUS AMIGOS!

 

 

 

 

 

CARTA AOS MEUS AMIGOS!

 

 

 

 

 

 

Meus Amados manos de Caminhada em Manaus: Graça e Paz sejam com todos!

 

 

 

Muitos sabem que desde os 26 anos, quando pastoreava a Igreja Presbiteriana Betania [81-84], que comecei a fibrilar no átrio esquerdo do meu coração.

 

Muitos, no curso dos anos, sofreram grandes desapontamentos, quando, por exemplo, em razão de uma hospitalização frente a uma crise aguda de fibrilaçao, tive que cancelar ou adiar viagens, ou mesmo não comparecer a eventos, quando calhava da crise aguda ser na hora de ir ou na chegada.

 

Fibrilei e fibrilo pregando desde há muito. Fui aprendendo a lidar a limitação, e, não fosse ter que me explicar de modo público em razão de cancelamentos provocados por episódios de fibrilação, provavelmente ninguém saberia que fibrilo, pois, sou, pela Graça, calmo e controlado, de modo que raramente tive que dizer a um estranho que estava fibrilando. Sempre pedi licença e fui fibrilar sozinho.

 

Depois da morte de meu filho Lukas passei a sentir que algo havia mudado no meu quadro de fibrilação. Depois, em janeiro de 2005, no dia 10, dia do aniversário do Lukas; seu primeiro aniversário com sua ausência entre nós —, frente a um mundo de angustias variadas, e, além disso, de uso equivocado de medicação, tive uma crise aguda, que culminou com uma parada respiratória, da qual saí depois de quase morto, apenas porque o Senhor tinha o melhor ainda me esperando aqui neste mundo.

 

Humanamente falando devo tal Graça à minha mulher, Adriana, que me salvou em razão do amor, da atitude, da clareza, da presteza e da sabedoria com a qual lidou e a tudo tratou. Isto com a ajuda direta e presente de nossos então seis filhos [a ordem é etária], Ciro, William, Davi, Bruna, Daniel e Juliana; o Lukas já estava na Glória; além da ajuda de irmãos amados como o Rômulo, aqui de Brasília, foi de presteza imediata e prática no atendimento que me propiciou.

 

Desde então sinto que o quadro alterou de modo bem expressivo. Em meio a isto, fiquei diabético, o primeiro caso em várias gerações na família.

 

O fato é que de 1 ano pra cá venho fibrilando quase todos os dias. De seis meses para cá tenho fibrilado uma fibrilação branda, porém quase constante, o dia todo, e até dormindo.

 

Depois de vários exames recebi a recomendação de me submeter a um procedimento chamado Ablação, e que, via cateter, é uma micro cirurgia no átrio esquerdo do coração, eliminando os excessos de condutos elétricos que têm estado “em curto” há tantos anos. Rsrsrs.

 

A preparação para o procedimento requer 50 dias de controle do sangue, preparando para que se evite o maior risco desse procedimento, que é a formação de coágulos ou bolhas que possam migrar indevidamente produzindo um AVC.

 

Como fiquei diabético, meu sangue hoje requer cuidados adicionais diante de um procedimento dessa natureza.

 

Além disso, ficou constatado que todo tipo de stress, até o mais leve, tem alterado tanto o meu sangue quanto também a intensidade das fibrilações.

 

Dou muitas graças ao meu Deus; Pai de toda amor e bondade, por ter me permitido sair de um Longo Dilúvio de dores, com seqüelas mínimas.  

 

Todavia, o stress do lento assistir a morte de papai, com todas as cargas emocionais implicadas em cada momento, me deixou extremamente mais sensível ao stress.

 

De tal modo que, hoje, estou triste de ter que dizer a vocês, amados amigos da Estação do Caminho em Manaus, bem como aos demais irmãos da Confraria do Caminho, e do grupo que se reúne no Abrigo, e ainda na Igreja de Flores, andando no Caminho da Graça —, que, por tudo o que acima expus, não poderei estar aí com vocês, conforme agendado com vocês, e, antes de vocês, com minha mãe, que é a maior frustrada em tudo isto. Nosso compromisso era tão pratico que vocês, inclusive, já compraram e me enviaram as passagens.

 

Além disso, tinha e tenho outras razões para ir a Manaus, como, por exemplo, ver minha amada tia Elvira, idosa, doente, quase à morte, e que é a irmã mais velha da casa de meu pai; sem falar que ela é a “Tavila” de todos nós, conforme o “tia Elvira” virou “Tavila” na pronuncia infantil de nosso primo Paulo Fábio.

 

Assim, peço que me perdoem. Digo-lhes, entretanto, apenas a verdade.

 

Obrigado por todo carinho, amor e orações!

 

Saibam que vocês me são muito, muito amados mesmo!

 

Obrigado pelo modo como fizeram de minha mãe a mãe de todos vocês, e pelo modo como têm amado e ouvido minha mana, Ana: com ouvidos que demonstram que vocês respeitam e amam a quem fala e conduz.

 

Recebam meu amor!

 

 

 

Nele, em Quem nosso conforto é a Verdade,

 

 

 

Caio

 

27 de novembro de 2008

Lago Norte

Brasília

DF