COMO É DIFÍCIL APRENDER A DIZER “NÃO POSSO”



—– Original Message —– From: COMO É DIFÍCIL APRENDER A DIZER “NÃO POSSO” To: [email protected] Sent: Friday, March 03, 2006 4:48 PM Subject: Pedido de Ajuda! Caio Fábio, Querido Pastor, mestre, amigo, irmão, Tenho reavaliado algumas posturas minhas e às vezes penso que estou ficando “fria” com relação ao sentimento alheio; às emoções. Hoje, por exemplo, fui “convidada” para ir a um culto “em memória”, pelo falecimento de um irmão de uma amiga e irmã na fé, da nossa comunidade. Pastor, confesso, que de imediato, tentei buscar desculpas, mas logo percebi que estaria indo de encontro à assertividade; à necessidade de me posicionar ante determinadas situações e pessoas que, de certa forma, exercem influência sobre mim, e que venho buscando corrigir. Bem, disse “não”; não quero ir! E foi o bastante para ser julgada e sentenciada – “você não vai ao culto, se solidarizar?” Sinceramente, em outro tempo o desgaste, em mim, teria sido maior; contudo, mesmo sendo incômodo, não me arrependi de ter dito aquele “não”. O que questiono e para tanto gostaria de ouvir a sua opinião, que tão bem conhece da alma humana, como também da prática cristã, é que, até que ponto esta atitude de fazer valer a minha vontade ou opinião, uma vez que enganoso é o nosso coração, é legítima; e onde começa a hipocrisia, se eu dissesse “sim”, em detrimento de mim?! Ou se, eu, de fato, estou sendo egoísta por expressar a minha vontade, negligenciando o meu “dever” de solidariedade cristã, como foi colocado?! Estou tão cansada de dizer “sim”; tão cansada do “social” ou do que é “politicamente correto”, que gostaria de um norte; peço seu conselho. Aguardo-o com carinho e compreensão ao seu precioso tempo. No amor de Jesus, o Cristo! _______________________________ Resposta: Minha querida amiga e fiel caminhante da fé: Graça e Paz! Jesus disse que nossa palavra seria sim, significando sim; e não, significando não — e afirmou que o que passasse disto teria procedência maligna. Portanto, para Jesus, o que valia não era dizer sim querendo dizer não; e nem tampouco dizer não querendo dizer sim! Lembra da parábola dos “Filhos Sim e Não?” Aqui no site, em Reflexões, há um pensar escrito sobre este tema. Desse modo, daqui pra frente, com bom senso e com toda delicadeza, diga o que for conforme sua consciência, e, também de acordo com seu tempo e possibilidades na vida. E faça isto sem culpa. Leia aqui o texto “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas?” Outra coisa: no nosso meio só se dá valor a vida quando ela já virou morte! Essa atenção com os mortos como algo sagrado, com presença em funerais, etc… – deve ser espontânea, e nunca obrigatória. Eu, por exemplo, prefiro tratar bem os vivos e dar meu tempo a eles enquanto estão aqui; mas não tenho dedicação alguma à morte como “evento”; nem tampouco a sepulturas, como lugar de visitas. Meu filho partiu há quase dois anos, e nunca mais voltei ao seu tumulo, embora ele viva cheio de graça em mim. E por quê sou assim? Primeiro porque ele não está mais lá; aliás, nunca esteve. Segundo porque enquanto ele vivia, dei todo meu ser de pai a ele. Essas são e foram as minhas flores para ele; as que lhe dei em vida, como todo o amor e compromisso que de mim ele teve como pai. De vez em quando vou a um funeral quando sinto que será importante para a família. Do contrário, telefono ou visito depois; ou apenas escrevo com todo carinho uma carta amiga. Você já imaginou se eu fosse a todos os funerais dos quais sou informado? Que tempo me sobraria para viver(?); já que todos desejam que eu esteja presente? Já houve épocas em que me parecia que era até para dar um “status” ao funeral; o que é fazer da morte um momento de “prestígio”; o que é patético. Por outro lado, você também tem que ter critérios, e saber o nível do vinculo que você tem com as pessoas e a famílias, e, com base nisto, decidir suas presenças em todas as coisas, e não somente em funerais ou cultos em memória de alguém. Viva para os vivos, conforme Jesus ensinou, e você nunca carregará culpa quando um deles partir! É hora de tratar os vivos com a reverencia com a qual se os trata quando morrem! Receba meu carinho e toda a minha amizade! Nele; que chegou quatro dias atrasado no funeral de um amigo; e não foi por falta de amor; sem falar nos muitos funerais nos quais não esteve presente nos dias de Sua Estada entre nós, Caio