COMO FAÇO PARA SER PASTOR DE GENTE?



—–Original Message—– From: Como faço para ser pastor de gente? Sent: quarta-feira, 8 de outubro de 2003 To: [email protected] Subject: Duas perguntas Mensagem: Pr. Caio, Louvado seja Deus pela sua vida, e pelo o que o irmão tem me ensinado sem nunca ter me visto. Como já sei alguma coisa sobre você, vou falar de mim. Meu nome é Victor, tenho 21 anos, e estou me preparando para o ministério pastoral; e eu te admiro muito, e fico com nojo do legalismo de algumas pessoas com você. Mas não é sobre isso que quero falar. Pastor, estou me preparando para pastorear gente, e não ovelhas (ovelha não é gente!). As pessoas que vou pastorear choram, riem, sentem dor, pecam etc… E eu quero pastoreá-las inundado pela Graça de Deus. Então vai a minha primeira pergunta: Como posso viver inundado da Graça de Deus para ser o instrumento de Deus para apontar a fonte da Graça para outras pessoas? Eu o admiro muito como pregador, já ouvi umas 500 vezes seus sermões principalmente “O drama de Absalão” e “Orfandade Espiritual”. Confesso ao Senhor que às vezes tento imitá-lo quando prego (Perdoa-me!). Gostaria da sua ajuda, e agora vai a minha segunda pergunta: Como posso me desenvolver com pregador? Quando digo desenvolvimento não é só espiritual (que é mais importante, lógico), mas em outros aspectos. Um beijão no seu coração. __________________________________________________________________________ Meu amado amigo: Paz! Obrigado pelo carinho. Com simplicidade, eis o que penso, sem que isso seja uma “receita”. 1. Primeira pergunta: Ninguém será cheio da Graça se não for honesto com sua própria condição ser-caído. Foi o que Jesus disse ao fariseu que ofereceu a Ele um jantar no dia em que a “pecadora” rompeu o “protocolo” e “beijou, chorou, e acarinhou” Seus santos pés. Também a Parábola do Credor Incompassivo fala disso. Gente que sabe que tudo que tem e é, é fruto da Graça, tem que praticar isso sobre, e em favor do próximo. Além disso, leia Mateus 23—acerca dos fariseus e doutores da lei—, e faça tudo ao contrário; ou seja: desobedeça os fariseus a fim de poder obedecer o Evangelho. No mais, é não ficar idiotado e nem pensar que seus sucessos exteriores significam santidade. Dê sempre valor à sua condição humana-interior, e você nunca cairá no espírito da vã-glória. E, como é obvio, pregue a Cruz—não falo do cenário da Crucificação, mas do espírito da Graça. Nesse sentindo creio que a leitura deste site—até ao fundo dele—ajudará você. Não estamos falando de regras—as regras, assim como a letra, matam. O Espírito é o que vivifica. E sempre que você vir alguém padecendo, saiba: poderia ser você. Então, trate o outro como você gostaria de ser tratado. O resto é “comentário”. 2. Segunda pergunta: Seja simples. Não creia que a verdade precisa de reforço de “doutores”. Anuncie a Palavra, sem afetamentos e sem performances teatrais. Fale o Evangelho do mesmo modo que você fala com as pessoas. E sua organização homilética não precisa ser como uma “bula de remédio”. Leia Jesus, Pedro, Paulo, e os demais, e veja que eles tinham uma mensagem, não um “esquema”. Pense de modo simples, pois isto tornará tudo mais claro. E não tente nunca falsificar seus sentimentos. Não seja negativo. Mas nunca dê uma de palhaço se você está com vontade de chorar. E saiba: a Palavra tem que passar antes por você, mesmo que seja como contradição. Por isso, nunca pregue para os outros. Pregue sempre para você. E evite ser pregador de uma nota só. Varie. Mas saiba que o final é sempre o mesmo: um convite para que as pessoas amem a Deus de todo o coração, e descansem na Graça de Deus. Isto é o que as fortalece para irem para casa e para vida com animo para viver. Um beijão, Caio