CONCORDO COM TUDO QUE VOCÊ DIZ, E DISCORDO DE TUDO TAMBÉM
—– Original Message —– From: CONCORDO COM TUDO QUE VOCÊ DIZ, E DISCORDO DE TUDO TAMBÉM To: falecomigo Sent: Tuesday, August 02, 2005 4:41 PM Subject: “o caminho” Graça e Paz, Caio! Quero agradecer pelos conselhos que você me deu da última vez que te escrevi. Espero que mui atenciosamente você possa me responder mais uma vez, como sei que você faz sempre. Eu realmente concordo que o que acontece freqüentemente no meio evangélico, se assemelha muito com a religiosidade farisaica, quando olhamos para algumas denominações legalistas, que colocam fardos nas pessoas. Acho realmente que há muita discrepância na doutrinação do indivíduo, para os mais diversos fins. Percebo que muitas igrejas perderam o “espírito do evangelho” e sua simplicidade quando entram em argumentos teológicos infrutíferos, em vez de priorizarem a evangelização, como sendo o principal fim do testemunho cristão. Mas me responda francamente o que você propõe que se faça às “igrejas ” de um modo geral? Eu não aceito que o caminho que eu me dedico a seguir, o qual eu acredito que seja o certo, e eu sei que foi Deus quem me trouxe para ele, seja questionado sem uma argumentação de como mudar para melhor . Amigo Caio, Quando você questiona as “igrejas”, eu aceito os seus questionamentos como sendo meus. Pois eu mesmo os faço. Mas me responda sinceramente se é realmente edificante para minha alma se angustiar, tendo como causa a decepção eclesiástica, a tal ponto de me afastar da “igreja” e suas diretrizes como você fez ? Será que não há um “caminho” mais próximo da realidade eclesiástica apostólica para os dias de hoje, do que abandoná-la criando um atalho ao invés de “caminho”? Pois eu acho que você agrada muita gente crente que deseja se entregar à Graça, mas também está satisfazendo uma geração de decepcionados através deste “caminho” que você prega. Meu irmão, traga a solução para nós… Assim como Spurgeon, Moode, William Karey, Agostinho, e tantos outros trouxeram no seu tempo a solução para o decepcionismo eclesiástico. Por favor não fuja das responsabilidades como alguém que não tem nada a ver com isso. Me responda com a mesma franqueza que respondeu a meu último e-mail. Que Deus te abençoe! Daquele que te admira, mas não concorda com o “caminho” que você prega e sim com o “caminho” que foi pregado. ____________________________________________________________ Resposta: Meu amado amigo: Graça e Paz! Amigo, fique onde está! Não convidei você para nada! Na realidade, a fim de não perder nem o seu e nem o meu tempo, eu não devesse nem mesmo responder a sua carta; posto que nela, suas certezas são todas contra você mesmo; e suas dúvidas são todas certezas suas. Assim, não há o que dizer para quem concorda com tudo e discorda de tudo aquilo com o que diz concordar. Veja: “Eu realmente concordo que o que acontece freqüentemente no meio evangélico se similariza muito com a religiosidade farisaica.” Depois, em contradição, diz: “Daquele que te admira, mas não concorda com o “caminho” que você prega e sim com o “caminho” que foi pregado.” E conclui: “Acho realmente que há muita discrepância na doutrinação do individuo, para os mais diversos fins. Percebo que muitas igrejas perderam o “espírito do evangelho”, e sua simplicidade quando entram em argumentos teológicos infrutíferos.” Então, perturbadamente, como se isto tivesse algo a ver comigo, você diz: “Eu não aceito que o caminho que eu me dedico a seguir, o qual eu acredito que seja o certo, e que eu sei que foi Deus quem me trouxe para ele, seja questionado sem uma argumentação de como mudar para melhor.” Então, depois de absolutizar tudo aquilo no que crê, e que não vê razão para mudar, evocando muita gente que você acha que ficou no esquema e o ajudou a “melhorar”… você pergunta: “Será que não há um “caminho” mais próximo da realidade eclesiástica apostólica para os dias de hoje, do que abandoná-la, criando um atalho ao invés de “caminho?” Então, volta a dizer o seguinte: “Amigo Caio”, Quando você questiona as “igrejas” eu aceito os seus questionamentos como sendo meus, pois eu mesmo os faço. Mas me responda sinceramente se é realmente edificante para minha alma se angustiar, tendo como causa a decepção eclesiástica, a tal ponto de me afastar da “igreja” e suas diretrizes como você fez?”— assim revelando que você está vivendo um conflito, e que fica tentando justificar o injustificável, ou, quem sabe, arranjar um meio de botar “remendo de pano novo em veste velha”. Depois disso, acha que o que prego e digo não é importante, mas sim “quem” são aquelas pessoas que mais se beneficiam do que prego: “Pois eu acho que você agrada muita gente crente que deseja se entregar a Graça”, mas também está satisfazendo uma geração de decepcionados através deste “caminho” que você prega.” E, do nada, me pede para fazer o “des-serviço” ao Evangelho de Cristo, de perpetuar os erros, equívocos, legalismos e limitações de homens que viveram em seus próprios tempos, chamando-os à existência, como se fossem continuidade da revelação de Deus: “Meu irmão traga a solução para nós… Assim como Spurgeon, Moode, William Karey, Agostinho, e tantos outro…, trouxeram no seu tempo a solução para o decepcionismo eclesiástico.” Então, sem levar em consideração minha incansável militância no Evangelho em sua esperança, você diz: “Por favor não fuja das responsabilidades como alguém que não tem nada a ver com isso.” Ou seja: que suas palavras sejam sua própria sabedoria! Agora, minha resposta: 1. Gastei 27 anos de minha existência, de um pólo a outro, entre todos os grupos, implorando que largassem o farisaísmo e abraçassem o Evangelho. Se informe melhor historicamente que é para você não me pedir que eu faça o que já fiz; e que nenhum outro, antes de mim, neste país, lutou tanto para fazer acontecer. Ora, meu irmão, como não fui chamado para organizar o inferno evangélico, deixo que os evangélicos que negam a Graça enterrem-se a si mesmos; pois, tenho o Reino para pregar para quem quer ouvir. 2. Esse “caminho” que você chama de “atalho” é o Evangelho simples do Reino. Quando seus olhos se abrirem, você verá. 3. Entenda de uma vez e para sempre, você e todos os demais que lerem este texto-resposta: Eu não sou um homem que crê que o Evangelho precise de ninguém do passado do “cristianismo” como santo ou voz oracular para ser Evangelho em cada geração. Não sou discípulo nem mesmo de Paulo, mas apenas de Jesus. Paulo e os demais apóstolos são parte do fundamento (Jesus é a Pedra de Esquina), mas não são o Teto dessa Catedral, que não tem Telhadão (veja como a Nova Jerusalém não tem telhado…). Reconheço a revelação da Palavra a eles, mas não os faço “palavra-encarnada”. Eles falaram a verdade no que nos chegou como “escritura”, mas fizerem e disseram também muita bobagem. A leitura das cartas de Paulo nos revela isto. Ora, se é assim que me relaciono com Paulo (não com seus escritos), como pode você desejar que eu me torne discípulo e prosseguidor da obra de seus santos evangélicos ou católicos? Não! Eu nasci na manhã da Ressurreição! Você quer me ver um filho da religião cristã e que fará de tudo para justificar e “melhorar” o “cristianismo”, mas não sirvo para isto, meu amigo. Estou fora, meu irmão. O “Cristianismo” não tem cura. É um fenômeno humano e adoeceu com nossos dois mil anos de pecados, invejas, brigas por poder, e falsificação total do significado daquilo que Jesus chamou Evangelho. O “Cristianismo” é uma religião como as demais. Eu, para seu desgosto, sou do Caminho, o que nada mais é que o nome que os primeiros discípulos deram à comunidade da fé em Atos. Portanto, sou um homem do Evangelho; e, pelo Evangelho, me regozijo em muita gente que viveu a fé depois dos apóstolos, durante esses dois milênios, mas não tenho nelas nada além de meras referências humanas e relativas de algo que foi bom na geração delas. Elas não se tornam nem um tipo de cânon sagrado para mim; muito menos eles são meu limite de pensar. Meu Absoluto é Jesus; e é só Dele que vem minha inspiração no Evangelho. 4. Você disse que a “igreja” se desvirtuou porque não evangeliza como deveria. Ora, não fomos chamados para “evangelizar” antes de termos sido invadidos pelo Evangelho. O problema da “igreja” é que ela diz que evangeliza e que prega o Evangelho, mas, ela própria não o experimentou como Verdade, Entendimento, Compreensão, e como Vida. 5. Sua “angústia” é que você está como quase todos os evangélicos: só tendo relação com “Deus” através da “mediação” da “igreja”. Por isto você concorda com tudo o que digo, mas não pode aceitar, pois, se o fizer, ainda é tão religioso, que não sabe andar pisando o chão com os pés vestidos apenas do Evangelho da Paz. 6. Por último, saiba: não sou dos que falam e não fazem. O que digo, ponho em prática. Espere e veja. Ou, então, venha e veja! Você me pediu desnecessariamente que eu fosse “franco”. Meu irmão, não sou religioso e nem farisaico; por isto, sempre sou franco, até contra mim mesmo; e minha vida inteira dá testemunho disso. Quanto ao mais, não me lembro de ter convidado você para ir a algum lugar ou deixar qualquer que seja o lugar. Jesus disse: “Ninguém que tenha se acostumado ao vinho velho dirá que o novo é melhor!” É o seu caso até aqui, até que você prove o gosto do Evangelho em sua alma. Receba meu abraço e minhas orações! Que o Espírito Santo abra seu entendimento! Caio