Deus é cultuado não pelos nossos humores, se são bons, mas mediante ações sinceras, na vida.
No entanto, mesmo mediante ações sinceras, facilmente a gente pode mergulhar no caminho da auto-justificação e da justiça própria. Por isto, até mesmo a sinceridade de culto, se não acontecer mediante ações que se percebem como fruto da Graça, podem se tornar em auto-exaltação e tentação.
Somente com total consciência de que até a sinceridade de ações é dom de Deus, é que podemos viver em sinceridade sem que a sinceridade se torne a nossa própria virtude, mediante a qual creiamos que Deus se sente “obrigado” a nos reconhecer como adoradores verdadeiros.
Tais ações de sinceridade, por esta razão, não podem ser praticadas como quem faz o trabalho de Deus, pois, se assim for, em pouco tempo estarei cultuando meu trabalho a Deus, e não mais a Deus.
Portanto, minhas ações para Deus não devem ser ações para a Causa de Deus, mas sim por Causa de Deus.
O culto a Deus, portanto, não é feito de ações Para a Cauda divina, mas em razão de nosso amor por Deus como Causa de nossa existência, e como sua Finalidade.
Assim, o culto em espírito e em verdade não acontece num lugar fixo (nem em Jerusalém e nem no Monte Grezim), mas sim na vida, ao ar livre, enquanto a gente vai, vive e existe no Caminho.
Isto porque o culto que Jesus busca não acontece como ritual religioso, mas como uma vida que expressa a alegria da reconciliação com Deus e com os homens.
Assim, sabendo dessas coisas, veja que o seu culto a Deus seja realmente culto a Deus, e não, de fato, uma expressão religiosa do narcisismo que cultua a si mesmo, só que pretensamente em nome de Deus.
Caio