DEI UMA DERRAPADA GAY
—–Original Message—–
From: DEI UMA DERRAPADA GAY
Sent: quinta-feira, 1 de janeiro de 2004 17:52
To: [email protected]
Subject: CONFESSO AQUI
Mensagem:
Rev. Caio,
É uma alegria muito grande ter descoberto este site. Creio ter sido uma providência divina para mim e para milhares.
Admiro sua sinceridade e clareza; e o considero um homem usado por Deus; mais do que vencedor.
Peço sua ajuda em oração, pois passo por um momento delicado. Tenho enfrentado lutas sozinho; procuro poupar minha esposa dos meus conflitos, pois ela não possui estrutura nem maturidade suficientes.
Esta é a minha história.
Sou advogado, tenho 34 anos, casado desde julho de 1997.
Grandes coisas o Senhor Jesus tem feito e testemunhá-las faz parte da grande obra que Cristo começou na minha vida. São comuns a desconfiança e incredulidade, quando o assunto é restauração, mudança, cura, libertação (queira dar o nome que quiser) de um homossexual ou ex-homossexual (como queiram).
Vários fatores me induziram ao comportamento gay, não irei me deter neles, apenas citá-los, pois é o que acontece com a grande maioria:
• Abuso/ molestação sexual na infância por adultos;
• Rejeição/ carência/ ausência da figura paterna.
Aos sete anos já sentia atração sexual mais forte por garotos do que pelas garotas, aos 14 já vivia na prática do homossexualismo, com homens que conhecia em diversos lugares. Eram professores de educação física, professores de inglês, médicos e militares. Não cheguei a ser promíscuo, pois tinha um parceiro fixo, um relacionamento que durou mais de seis anos.
Esse envolvimento emocional que tive me causou mais dano e prisão do que os casos esporádicos, porque tinha a ilusão mentirosa de amar e ser amado.
Conheci o L. nas férias, nos tornamos amigos e começamos a trabalhar juntos no mesmo escritório; ele um pouco mais novo do que eu, logo tomou a “iniciativa” e eu “correspondi”.
Éramos jovens e bonitos; tínhamos verdadeira fixação e dependência emocional um pelo outro, despertando suspeitas em todos os círculos que freqüentávamos: colégio, família e trabalho.
As garotas se interessavam por nós, mas eram todas desprezadas, ou na melhor das hipóteses se tornavam nossas amigas.
Vivíamos intensamente esse “romance”, sem nos preocuparmos com as pessoas ao nosso redor; afinal tínhamos um ao outro e nada mais importava.
Apesar da aparente felicidade, várias coisas começaram a me incomodar; no fundo eu sabia que estava fazendo algo errado, sentia um imenso vazio no meu coração, tinha que mentir o tempo todo…e mais a culpa, a vergonha e a tristeza…que me consumiam.
Quem começou a me “evangelizar” foi meu companheiro que tinha uma formação cristã, e me dizia que o Espiritismo era uma falsa doutrina, que Deus proibia a invocação dos mortos; e me convidou para visitar a igreja que ele freqüentava.
Gostei muito do ambiente familiar e alegre, dos hinos, da pregação da Palavra, mas eu não entendia como o L. não se incomodava em levar uma vida dupla, tocando violão nas reuniões e quebrando todos os princípios que ali eram ensinados.
Achei-o um tanto hipócrita; todavia, admirava o dom e o carisma que ele tinha, mas foi uma questão de tempo para infelizmente, ele abandonar a fé, a igreja, e não tocar mais no assunto.
Nessa época minha vida se tornou um pesadelo, nada dava certo, e eu culpava meu pai por tudo; e não conseguia perdoá-lo.
Meu conflito se tornou tão sufocante que em abril de 1990; tive uma crise, um colapso nervoso e fui internado num Hospital Psiquiátrico pela minha mãe, que havia me encontrado num estado lastimável no meu quarto.
Eu havia passado a noite toda ouvindo sons estranhos e sentido uma presença maligna muito forte. Uma experiência terrível que me deixou desnorteado.
Fiquei um mês internado naquele lugar, dopado de remédios, perdi a noção da realidade e pensava que havia morrido e ido para o inferno; ou estava no purgatório pagando pelos meus pecados. Em alguns momentos cheguei a desejar a morte.
Esse foi meu fundo do poço.
Quando tive alta do Hospital, o psiquiatra que me tratava só me disse uma coisa:-
Aceite a sua condição de gay e não lute contra isso, pois não há cura nem motivo para se envergonhar de sua orientação sexual—e me mandou de volta pra casa.
Estava tão confuso que comecei a freqüentar centros espíritas em busca de respostas. Quanto mais lia e estudava a doutrina espírita mais confuso ficava.
Abri meu coração para minha mãe que com lágrimas nos olhos disse que me amaria e me aceitaria de qualquer maneira. Durante todo tempo tive o apoio dela e do L que começou a freqüentar comigo uma igreja que tinha um trabalho de cura interior para gays.
Foi como encontrar um oásis no meio do deserto. Fizemos amigos, que também eram gays em conflito, e a primeira providência que nos aconselharam era por um fim naquele relacionamento.
Eu só precisava que alguém me dissesse isso. Não foi fácil nem automático, mas nos separamos…
Não demorou muito para o L., mesmo morando em outra cidade, me procurar e propor uma reaproximação. Convidou-me para fazermos uma viagem juntos, conhecermos o litoral e 2 capitais do país onde ele tinha feito amigos. Mesmo sabendo o que aconteceria, aceitei o convite.
Nessa viagem conheci seus amigos, homens atraentes, alguns bem sucedidos, outros jovens estudantes. Nos reuníamos para festas, jantares e passeios. Os mais endinheirados bancavam os menos e todos achavam que o melhor era viver intensamente a satisfação de seus desejos, sem culpas, sem limites.
Mas Deus não havia desistido de mim e tocou o meu coração através de uma música, um CD que eu achei no apartamento em que estava hospedado, dizia assim:
“Você pode ter… a casa repleta de amigos
Paredes e pisos cobertos de bens
Ter um carro do último tipo
E andar conforme der na cabeça…
Ou pode até ser…Um cara que vive apertado
Até mesmo dentro de um lotação
Esperando… o fim de semana
Para andar conforme der na cabeça…
Mas sempre será como folha no vento…
Esperando o momento de cair
Você pode ter tudo aquilo que sonhar…
Mas nunca terá…A paz que existe lá dentro
Que não se encontra pra poder comprar
Por que essa paz…Só tem a pessoa
Que se encontra com Cristoooooo.”
(João Alexandre)
Foi na volta dessa viagem rasguei todas as fotos, e arrependido fiz uma oração sincera: “ Senhor quero mudar de vida, ajuda-me. Nunca serei feliz seguindo esse caminho”.
O fato é que depois de termos uma experiência profunda e marcante com o Senhor Jesus, nunca mais somos os mesmos.
Casei e tive filhos. E deu muito testemunho…
Agora, a recaída!
A igreja que freqüento está na Visão do G-12; tem crescido bastante.
Eu era um do 12 discípulos do Bispo, e líder de célula. Abandonei todos os trabalhos e o discipulado por várias questões pessoais. Não estava “em pecado”, mas não conseguia responder às expectativas e cobranças; nem conciliar meu tempo, com estudo, família, igreja, célula; e tudo acabou se tornando um fardo pesado demais.
Tudo ia bem…até os problemas conjugais se multiplicarem: cobranças, brigas, incompatibilidades…angustiado comecei a alimentar pensamentos impuros, e fui me “consolar” em sites gays.
Neste Natal aconteceu o que aparecia como “inevitável”: adulterei da pior forma possível, com um garoto de programa.
Hoje faz uma semana.
Arrependido tomei também a decisão de abandonar a masturbação (que depois de cinco anos sem prática, havia voltado por causa da pornografia na internet)…
Não quero pecar contra o meu Deus, minha esposa, meus filhos, contra mim mesmo e minha fé. Como não pretendo contar para o meu pastor, nem para minha esposa (li quase todos os artigos da sessão Cartas), e nem voltar a tais praticas, estou abrindo meu coração aqui; pois não tenho um amigo em quem confiar, e precisava vomitar essa vergonha toda.
Não obstante tal fracasso, quero assim como a Apóstolo Paulo, e você, Rev. Caio Fábio, continuar com e em Cristo; quero combater o bom combate, completar a carreira e guardar a fé!
Foi os artigos publicados aqui que me lembrei de que o Sangue de Jesus, as Misericórdias de Deus e o seu Perdão, são maiores do que meus pecados, minha podridão e minha culpa.
Ajuda-me em oração, irmão.
Eu escrevi um pouco da minha História. Um Testemunho que cheguei a dar algumas vezes antes de cair.
Às vezes, o releio para mim mesmo.
Um abraço, meu amigo Caio Fábio.
**************************************************
Resposta:
Meu amado: Perdoados estão os teus pecados!
Sei que você pode ver os olhos de Jesus pela fé; e pode ouvi-Lo dizer: “A tua fé de salvou. Vai-te em paz”.
Como você sabe o perdão já é, a cura, porém, é um processo.
Não me refiro ao comportamento, que pode ser “parado” a qualquer momento com muita força de vontade, e sob as ameaças de neuroses culposas.
Ora, isto tem aparência de conversão, mas ainda não é.
A gente se converte pra poder se converter.
É assim que é em Cristo!
A gente se entrega e confia.
Confia que Fiel é Palavra, e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo morrer pelos pecadores—dos quais eu sou o principal!
Ele perdoa as nossas infidelidades (embora nos chame a sermos fiéis).
Ele faz isto porque não pode negar-se a Si mesmo. Ele é assim: Deu a Palavra, e a cumpre!
Ele jurou por Si mesmo que Está Consumado, e não se arrependerá!
O que Ele não tolera são as nossas negações.
Negação não foi o que Pedro fez três no pátio da casa do Caifás, o sumo sacerdote.
Pedro disse “eu não conheço”, mas não deixou de saber e crer que O conhecia.
Daí ter ido chorar amargamente.
Daí não ter deixado de andar com os irmãos.
Daí ter estado em todas as aparições do Senhor ressuscitado.
Daí ter aceito o convite para estar com Ele na Galileia depois da ressurreição.
Daí ter perseverado em oração até o Pentecoste.
Daí o ter se levantado, quarenta dias depois de ter negado, é testemunhado com intrepidez.
Pedro sabia que Aquele que nos chama é fiel.
Negá-Lo é recorrer à justiça própria. É crer que há ainda algo a acrescentar ao que Ele fez por nós. É tentar se apresentar diante Dele com qualquer oferenda que não seja uma consciência que sabe em fé que Jesus tira o pecado da gente.
Negá-Lo é crer no poder dos homens, da religião, da moral, da ética arrogante, da imagem, das mecânicas espirituais que oferecem Deus aos mais meritosos entre os homens.
Para quem o nega assim, dessa forma “não negadora”, porém disfarçada de piedade que não passa de arrogante peidade, Ele diz que “os negará”.
Desse modo, sem medo e sem constrangimentos, eu digo a você, em Nome de Jesus, mais uma vez: “Perdoados estão os teus pecados! A tua fé de salvou. Vai-te em paz!
Minha sugestão a você, falando de modo bem simples e prático, é a seguinte:
Não fique lendo e relendo o seu “testemunho”. Isso lança você para o passado, remete você para o que era, faz de você alguém para quem o primeiro amor é apenas aquilo que a gente sentiu quando a primeira vez amou a Deus.
O seu primeiro amor não é o “primeiro na cronologia do tempo”. Seu primeiro amor é o último, é o mais candente, consciente e cheio de fé. Seu primeiro amor não está no seu passado, mas no dia Chamado Hoje, e está ainda para crescer no seu futuro.
Também não pense em si como um “ex gay”. Você não é “ex” nada. Você é um homem que conheceu a Graça de Deus. Não chame seu passado à existência pela reafirmação constante dele. Portanto, nunca pense que ter deixado de praticar o homossexualismo é o seu galardão, o seu troféu.
Quem vive de contar tais histórias nunca deixa tais coisas sumirem na vida. E pobre daquele que existe na Terra para dizer que um dia foi gay, ou qualquer outra coisa.
Jesus não precisa ser “vendido” como um curador de perversões. Perversão é o que nos habita a todos. Eleger apenas algumas significa fazer opção pela hipocrisia.
Ande na fé simples a cada dia. O alvo é ter paz. O objetivo é ter coração acalmado, e a alma descansada. Quando isso acontece as “compulsões” vão dando lugar a “outra inclinação” no ser.
Quero que saiba que estou sempre por aqui. E se houver dificuldades no caminho, como um ser humano exatamente igual a você, estou aqui para ajudá-lo, do mesmo modo que espero ser ajudado pelo amor fraterno.
Isto é andar na luz. E se andamos na luz, mantemos comunhão uns com os outros; e o sangue de Jesus nos purifica de todo pecado!
Receba meu carinho verdadeiro.
Nele, que tira o pecado do mundo,
Caio