—– Original Message —–
From: DIZEM QUE SOU CHAMDO. MAS NINGUÉM ME QUER…
To: [email protected]
Sent: Thursday, September 14, 2006 10:58 AM
Subject: DEPENDENDO DE UM PÚLPITO…
Pastor Caio,
Freqüento há 40 anos a Igreja Presbiteriana. Já dei aula, preguei, etc. Mas quando me indicaram para diácono fui o menos votado. Daí, passado um tempo, me indicaram para Presbítero, e também não tive votos suficiente. Bom, as pessoas diziam que eu pregava bem. Então me aconselharam a ir para o Seminário a fim de me tornar um Pastor. Na primeira tentativa o Conselho, ao me examinar, disse que eu deveria esperar um pouco. Legal! Passados alguns anos, tentei novamente. Daí o conselho, ao me examinar, me aprovou e me encaminhou para ser examinado pelo Presbitério. Prestei vestibular no seminário e passei. Daí fiz todos os exames médicos e psicológicos e também passei. Mas mesmo assim não tive o “sim” do Presbitério.
Comecei a me desanimar. Visitei outras Igrejas. Parei de dar aula e pregar. E ultimamente já nem tenho tido vontade de ir mais a Igreja.
Pastor Caio, uma vez ouvi uma música que dizia que “portas que se fecham são iguais a que se abrem, quando abertas ou fechadas por DEUS”. Será que DEUS resolveu fechar as portas para mim?
Pastor o que devo fazer?
Se você puder, me escreva.
Muito obrigado.
J. A.
_______________________________________________
Resposta:
Meu amigo: Graça e Paz!
Imagine se minha “vocação” para a pregação da Palavra dependesse de aprovação humana?
A instituição nunca teve em mim um aderente, e me engoliu em razão de que nunca consultei nem carne e nem sangue!
Deus me chamou! Que outra aprovação buscaria eu?
Quando Deus nos chama para algo, nada mais conta contra: nem os homens, nem as circunstâncias, e nem os inimigos espirituais!
Os únicos homens da Bíblia que foram escolhidos sob aclamação foram os falsos profetas. Sim, lembre de Saul. O povo aclamava, mas Deus nada dizia…
Por outro lado, veja Abraão, Gideão, Jefté, Moisés, Davi, Elias, Eliseu, Ezequiel, João Batista, Jesus, os Apóstolos, Paulo, etc. — e me diga qual deles contou com anuências públicas para pregarem a Palavra ou fazerem o que fizeram?
Abraão partiu em solidão. Gideão não foi crido. Jefté não tinha pedigree. Moisés foi ridicularizado e hostilizado. Davi era pequeno e desprezível aos olhos. Elias nunca teve Ibope. Eliseu andou entre o respeito e o desprezo; e sempre só. Ezequiel teve que ganhar cara de diamante para poder enfrentar as caras de pedra de seus contemporâneos. João Batista era uma voz no deserto. Jesus foi antagonizado por todos os líderes, e até Sua família desejou prende-Lo por julgarem-no louco — “fora de si”. Os Apóstolos eram parte do que se perguntava: “Não são porventura esses Galileus?” — sob a insinuação de que não tinham qualificação. E Paulo? De quem e quando recebeu incentivos prévios?
Não creio em chamados que dependem de que se dê a pessoa “uma igreja, um púlpito, e um incentivo” — do contrário a pessoa não sai do lugar ou se deprime.
E o que dizer de mim hoje? Quando voltei a pregar em 2001, além de minha mulher, meus pais e filhos, e poucos amigos — quem mais me estimulou?
Na televisão o Mala dizia: “Tem que ficar caladinho! Não pode pregar nunca mais. Tem que ficar com a bunda no banco, ouvindo!” Os outrora “amigos de caminhada” nada diziam em público, mas achavam que eu era “uma página virada”. E o povo? Ora, no início deste site o que eu mais lia eram cartas que diziam: “Você é um divorciado. E ainda tem a cara de pau de pregar? Com que autoridade?”
Ora, assim como aos 18 anos não consultei nem carne e nem sangue; agora, já mais que experimentado, menos ainda dei ouvidos a tais vozes!
Assim, meu irmão, duvido muito que haja em você qualquer coisa consistente em relação a um chamado. Pois, quem o tem, não se deixa reprimir. O que deve ter existido ou deve existir em você é aquele engano religioso de quem só tem chamado de Deus se for validado pelos homens; e também se a ele se der uma “igreja, um púlpito, e uma carteirinha de ministro”.
No dia em que a vontade de pregar for forte o suficiente em você, à semelhança de Wesley você dirá: “O mundo é minha paróquia”. E, então, irá à luta!
Pense no que lhe disse. Pois o que você está sentindo é rejeição humana; e é coisa de um ego inseguro, e que só sabe pensar que Deus chamou se os homens disserem: Vá, meu filho!
O chamado ministério cristão (sacerdotal) está cheio de gente que pratica o pastorado apenas em razão de afirmações humanas. Gente para quem o ministério é uma profissão, com vestibular e tudo…
Você pode imaginar Paulo fazendo vestibular para pregar?
Olhe para o seu coração. Sonde suas motivações. E, se em você houver a Voz, pregue, com ou sem consentimento humano.
O mundo está cheio de gente e de praças. E em cada praça há muitos púlpitos-bancos-de-cimento. Cada um tem quase meio metro. Suba e brade.
Além disso, faça amigos fora do curral religioso e compartilhe com eles a Palavra.
O que mais você precisa?
Receba meu carinho e minhas orações!
Nele, que já nos deu a ordem, e que não carece de mais validações — senão do Espírito,
Caio