ELA SE CONVERTEU E MANDARAM ELA PARAR DE TRANSAR COMIGO!



Amigo Caio, Estou namorando uma linda mulher que foi há 19 anos a minha primeira namorada. Apesar de caminhos tortuosos dela e meu também, tem sido muito bom estar de novo com uma pessoa que amadureceu e que tem tantas experiências pra contar. O nosso sexo sempre foi algo impressionante; e ela me completa e eu a ela. Ela religiosamente andou por tantos mundos que vão de menos infinito à mais infinito… Agora, na Graça de Deus, está indo à uma igreja evangélica. Tudo muito bom. Só que, agora, ela disse que é errado fazermos sexo, e está mesmo com vontade… bloqueando nossa vida sexual… Até os nossos beijos ardentes ela está evitando, pois, sabe que se deixar os beijos irão abrir o caminho… Como há um amor muito grande, estou compreendendo a situação, mas confesso que isso tem gerado inúmeras conversas e até alguns desentendimentos. Como às vezes dormimos um na casa do outro, tá difícil deitar na cama com alguém que se ama sem poder se tocar. Isso tá me deixando doido principalmente porque a intensidade sexual que temos sempre foi imensa. Eu tenho uma visão confusa sobre o assunto e apesar de saber que está na Bíblia, fico sem saber o que dizer, pois, não concordo muito com essa posição, e tenho medo de estar indo contra a Palavra de Deus, pois tenho muita fé Nele, apesar de não estar engajado em nenhuma igreja. Por outro lado, diante de tantas coisas que ela já se meteu, das mais pesadas, não quero insistir ao ponto de desanimá-la na caminhada em busca do Pai nesse momento. Amigo, o que faço? Estou sem saber como me colocar nessa situação, e o desejo a cada dia aumenta, e eu estou muito perdido em qual deveria ser a minha postura nessa situação. Um grande abraço carinhoso do seu amigo em Cristo. ________________________________________________ Resposta: Meu amigo querido: Paz e Serenidade! Lutero fez voto de celibato. Quando se converteu à Graça de Deus, quebrou o voto, e começou a transar com aquela que seria a sua futura esposa. Um de seus amigos escreveu-lhe pedindo que parasse. Lutero respondeu: “Não fiz outra coisa senão esperar até hoje. Agora, não esperarei mais. Quando der para casar, casarei. Mas não aguardarei cerimônias”. Certas coisas só podem ser evitadas antes de serem iniciadas, mas, uma vez que já se estabeleceram, toda tentativa de pará-las, sendo elas algo natural, torna-se uma ação desastrosa e desconstrutiva para a estrutura psicológica. Vida sexual é uma dessas coisas, especialmente entre um homem e um mulher que já são homem e mulher um para o outro faz tempo. A pobre da sua namorada está ouvindo um pedacinho do Evangelho (a igreja, em geral, não ensina nada além de um “pedacinho do Evangelho”), e, por conta disso, está se submetendo à falta de bom-senso dos pastores, para quem é fácil dizer “não pode mais transar”, enquanto eles mesmos—e eles sabem o que eu sei acerca deles—não seguiriam os seus próprios conselhos se estivessem na sua situação. Não dá para um homem e uma mulher rodados, e mais que isto, acostumados sexualmente um ao outro, simplesmente fazerem de conta que são “virgens”, e assumirem tal estado de modo artificial, e, que é fruto de opinião de terceiros. O resultado será obvio. Ou vocês acabarão por terminar o namoro. Ou você acabará explodindo de desejo e raiva (e pode acabar fazendo o que não deseja). Ou ela pode entrar num processo de negação sexual, agora, para explodir depois. Ou ainda: pode ser que a permanência de vocês nesses estado acabe por tirar o desejo que vocês sentem hoje um pelo outro, e, na hora da “liberação para voltarem a transar” (liberação feita pelos pastores-xiitas), vocês tenham se bloqueado sexualmente um para o outro. Já vi isso acontecer muitas e muitas vezes. Sinceramente, se eu tivesse tido vida sexual intensa com uma mulher, e ela se convertesse, e o pastor dissesse que não poderíamos mais ir para a cama juntos, provavelmente eu iria cair na gargalhada se deitasse na cama com ela e ela me dissesse que “está proibido”. Simplesmente não seria mais possível! Simplesmente pareceria brincadeira! Os conceitos bíblicos sobre o assunto têm sido tirados do contexto pelos estudiosos moralistas. Como de resto eles têm feito com quase tudo o mais… Se formos olhar na Bíblia esse “assunto”—conforme estudado pelos evangélicos, descobriremos que ele não tem nenhuma relevância. Na Bíblia o casamento era algo simples, familiar, singelo, e não carregava regulamentações além do pacto entre as partes. Houve uma “evolução sociológica” na instituição do casamento na Bíblia. Mas os “valores agregados” sempre foram tratados como “humanos”. Adão e Eva não estavam menos casados por não terem tido “testemunhas humanas” para a cerimônia, que naquele caso foi apenas um belo e surpreso: “Uau! Essa Sim!” Isaque e Rebeca nem esperaram o jantar. Quando Isaque a viu no campo, sendo trazida pelo servo de seu pai, correu ao encontro de ambos, tomou a Rebeca sobre sua montaria, e a levou direto para a “tenda de sua mãe” e a “possuiu”. Esse casamento que a gente tem hoje—com todos esses ritos, pompas, etc…—, é uma projeção dos plebeus acerca do casamento dos nobres. É uma festa de príncipe e princesa, com trombeta, véu, grinalda, entrada triunfal, testemunhas, pagens, corais, e a “corte” assistindo. Nos dias de Jesus o casamento era algo familiar. E o “documento” de casamento não era dado para que se casasse—isso era feito pelo testemunho dos pares na presença dos familiares. Só havia “documento escrito” para a Carta de Repúdio—no caso do marido não querer mais a mulher—, ou no Divórcio—no caso de que alguém, quase sempre a mulher, ser “expulso” da relação como adúltero. Assim, a documentação documentava apenas a separação, não a união. A união tinha o testemunho da vida, do amor e dos parentes, que consentiam com o casamento, que era solenemente informal. Quanto ao sexo, tenho a dizer o seguinte: Sexo sempre é pecado e nunca é pecado. Sexo não é nada e é tudo. O que faz do sexo pecado ou algo santificado, são os seus praticantes. Desse modo, quando há amor, nunca há sexo antes do casamento. Quando há amor o sexo é o casamento. Se há “casamento” mas não há amor, o sexo é pecado. Portanto, sexo “antes ou sem” casamento, é sexo onde dois transam sem amor. Mas sexo sem amor durante o “casamento” é pecado também. O pecado é sexo sem o casamento no amor. E casamento não é algo que aconteça de fora para dentro. Só acontece de dentro para fora. É como tudo mais que tem valor para Deus: procede do coração. O “casamento” é como o “batismo”—um símbolo visível de uma realidade invisível, e que o precede como símbolo a fim de que seja verdadeiro. “Batizar-se” sem que já se tenha sido antes batizado pela “fé em Cristo”, é um rito sem sentido—pura e boba religião! “Casar-se” sem casamento é a mesma coisa. Diante de Deus é tudo igual. Para os homens é que não é pecado alguém se batizar na “igreja” sem ter sido batizado no Espírito, num ato invisível e particular. O casamento, todavia, recebeu esse estigma da religião. Eu, todavia, creio sempre naquilo que é. E acho que o valor do que se faz como simbolização exterior, sempre tem que ser precedido por uma verdade interior. Assim, sexo não é nada, e é tudo. Depende de quem o faz, de como o faz e de com que atitude o faz. Sem amor nada disso me aproveitará. Inclusive transar! A impureza à qual a Bíblia se refere não é apenas a promiscuidade sexual. Pode ser também o “uso” sexual sem amor, ou por interesse, mesmo entre “casais-casados”, e que praticam sexo sem amor. Nesse caso, o homem “comparece com a patroa” e a mulher dá ao homem “o que lhe é de direito”. Em razão disso é que há muita prostituição dentro de “casamentos”. Mulheres que não amam, que sentem até nojo de seus “maridos”, mas que “dão” pra eles por causa da grana, da estabilidade, etc… E maridos que “comparecem” ou apenas “usam” a mulher, apenas para ter onde “aliviar” a pressão. E o “preço” é a estabilidade que um dá ao outro. Sem falar que em muitos casos ambos tem seus “casos paralelos”. É por isso que muitas meretrizes nos precedem no Reino de Deus. Elas, pelo menos, não chamam de “casamento” o negócio da esquina, e vão logo dizendo quanto custa e que tempo vai durar. A Bíblia fala muito da dissolução. Ora, a dissolução sexual não faz mal a Deus. Deus não cresce e nem diminui com nada do que eu faço ou deixo de fazer com minha vida, muito menos com meus órgãos genitais. A dissolução é pecado apenas porque faz mal ao homem. Dilui o ser. Tira a essência, a solução interior. Daí ser dis-solução. E esse mal acomete a quem o pratica. Deus não fica menor. E que mal é esse que a dissolução produz? Ora, ela deixa o seu diluído, pastoso, impossibilitado de experimentar qualquer forma de amor denso. Daí o dissoluto não conseguir amar e nem tampouco ser fiel a ninguém. Sem falar que a proliferação de experiências sexuais não deixa ninguém experiente para a vida, para o vínculo, para o relacionamento. Apenas deixa o individuo com “mil memórias” para comparar; e, assim, aumenta sua insatisfação com um único parceiro, visto que ele está sempre sendo remetido para as fantasias de outros tempos. Sei que pra uns sou avançado demais. Pra outros sou careta demais. E eu, o que penso? Bem, eu não estou nem aí! Sei que o que digo é verdade, conforme o Espírito da Palavra e de acordo com o que Jesus ensinou como sendo verdadeiro diante de Deus. O sexo é tudo, quando há amor. E nada sem amor. O resto, quando duas pessoas se amam, e vão se casar, é questão de consciência. Cada um tem a sua. Eu não vou dizer: Vão lá e transem. Afinal, tudo o que não provém de fé, é pecado. Não pela coisa em si, mas pela pratica sem o endosso da consciência, que é a paz da fé. Eu não teria problemas. Mas eu só falo de mim. Tem gente que faz distinção entre dia e dia, entre comida e comida. Pra mim todos os dias são iguais, e pela ação de Graça todos os alimentos são santificados. Pecado é o que Deus imputa. E sem fé nada agrada a Deus. E a fé tem que ser sua, não a minha. Assim, meu amigo, exponho aqui o que penso. Mas a decisão é de vocês dois. Receba meu carinho e minhas orações! Nele, em Quem a vida é simples, Caio