ELE NÃO DEIXA A MULHER: gosta da “zona de conforto”.
Minha amiga,
Você quer o homem de qualquer jeito, está disposta a tudo, mas quer o homem para você, não importando as conseqüências.
Por isto me escreve. Quer saber como fazer!
Deus não é Cupido e eu não sou bruxo!
Em toda a Bíblia não se vê Deus agindo em resposta a oração da mulher que ora como você!
No relato bíblico não se vê nem mesmo Deus agindo para trazer um homem para a esposa ou a esposa para o marido.
De fato, o primeiro auto-engano de “uma mulher religiosa” que se dedica à “igreja” [como você se qualificou], e de “um pastor amante do reino” —, no caso de se tornarem “amantes”, é fazerem planos “espirituais”, planos “ministeriais”; pois, assim fazendo, o diabo do engano é tão grande que a pessoa chega a ter os arrazoados que você tem:
“Se Deus sabe que quero um homem, um marido, para fazermos várias coisas, juntos, por que faz isto?”
E tem gente que não acredita em Adão e Eva!
Sim! Agora Deus é o Tentador! Ele manda o diabo atazanar “Jó e Jóba”: você e o amante pastor.
Afinal…, Jóba diz:
“…estava tão quietinha na minha zona de conforto e ele apareceu — o homem que projetei desde os 14 anos de idade: crente, inteligente, viril, apaixonado pelo reino, cujas entranhas exalam sua dedicação para a igreja, bem humorado, que adora tomar café todas as tardes, que compartilha os sermões, que ora junto…”
Portanto, a culpa é de Deus!
Na realidade, minha amiga, Deus não tem nada a ver com isso.
O tesão é seu; é do pastor…
Assuma!
O tesão é dele…: na “crente–serva” até a morte. E o surto de poder-erótico–eclesiástico, é seu.
Crente é um caso sério. A pessoa faz o que quer, assume seus desejos e caprichos, e, depois, diz: “Deus fez isso!”
Seja honesta!
Você e ele entraram nessa e agora querem transferir para Deus a responsabilidade de quê?
Querem que Deus mate a mulher do pastor?
Querem que a “igreja” descubra e diga: “Ah! Com a fulana, a amante obreira, o nosso amado pastor, homem de Deus, rende bem mais!”
Você falou que vocês dois andam na praia e jogando FRESCOBOL.
Desse jogo de vocês, vejo algumas coisas:
Vejo o Fresco. Vejo as bolas. Vejo o bastão da raquete do homem. Vejo a cestinha da raquete da mulher que joga. Vejo a gandula de bolas, a mulher dele, olhando e chorando… Vejo os dois jogadores dizendo: “A arrebentação está aqui nos nossos pés, mas quem pode parar o joguinho?” E vejo a onda, que vem… e que derrubará os dois, dando neles uma Soca; e, ao final, vejo o jogador Fresco todo arrebentado; e vejo a jogadora dos pingos de felicidade toda ferida e magoada; e vejo a gandula olhando as bolas e gemendo de angústia…
Seus argumentos espirituais são os mesmos da mulher adúltera de Provérbios 6 e 8.
Você oferece os cultos, dá o dizimo, canta, ajuda nos preparativos, dá idéias, se envolve, e, ao final, “limpa a boca”, e diz ao pastor louco:
“Venha! Já fizemos a nossa parte. Já prestamos os nossos cultos. Já agradamos a Deus. Venha! Gozemos amores. Já arrumei a minha cama. Meus peitos estão perfumados. Eu sou sua!… Nosso amor é maior do que a nossa traição!… Venha!”
Minha irmã, não se ponha nesse lugar e nem nesse papel de mensageira da morte, como diz Provérbios.
Quer ainda saber o que fazer?
Faça o que você sabe que é a Verdade de Jesus, e não fique a dizer que eu sou bom para ouvir você, apenas porque você imagina que estou refém de qualquer coisa no passado.
Meu passado é lindo [minha vida não foi apenas o ano de 1998], meu presente é maravilhoso, e, na Graça Eterna, meu futuro é indizivelmente para além de toda concepção de completude.
Sua carta me diz muito, apesar de você e seu “amante-pastor” sutilmente terem tentado me fazer cúmplice de vocês.
Como você se dá ao direito de “ver Deus e o diabo”, dou-me ao direito de ver você.
Não creio em nada disso que você propõe como vida, pois, pela sua introdução, vi que você me queria como validador do invalidável.
Você tratou a coisa toda como alguém que narra a morte do filho enquanto come nozes e canta musiquinhas da Xuxa.
Não creio nesse amor de vocês. Esse amor mata.
Portanto, não creio que ele ame você. Ele quer apenas uma “amante-crente” e disposta a tudo por ele. Afinal, somente assim ele pode ter a tal “zona de conforto”.
Você também não o ama.
Não! Você é apenas assim mesmo: capaz de ver Deus mandando o diabo vir tentar a rainha do Universo: a Jóba.
Você disse que “projetou” este homem desde os 14 anos. Mas, sinceramente, você não é do tipo que alimenta projeções. Você decide o que projeta, e faz acontecer. Sim! Você é tão egocêntrica que consegue processar a dona da casa que você assaltou.
E mais: quem disse a você que uma fantasia de décadas ganha direito a tornar-se verdade e impor-se como realidade?
O “I have a dream”, de Martin Luther King terá se tornando, pelo tempo decorrido, o tal “Yes! I can”, do Obama?
Quanto ao amante-pastor, creia: penso que se ele é assim como está escondidamente revelado nesta carta, então, ele, ora, ele é o Mister Frescobol!
Sua carta:…
Seu espírito romântico é tão deliberado e fake que assusta. Meu Deus! Li sua carta e me perguntei: Ela realmente pensa que não saco onde fica o buraco deles?
Quem disse a você que se eu tivesse perguntas a fazer a você, qualquer delas teria a ver com o fato irrelevante de você ser “religiosa” ou não? Ou ainda que teria qualquer coisa a ver com seu currículo de Escola Dominical?
E que negócio é esse de “evangelho social e genuíno”? Evangelho é um só; e, por ele, sou autorizado a dizer a você que você está construindo sobre a areia, e que será grande a ruína se você não se arrepender.
Sejam — você e “o ministro gladiador contra a CARNE”, como você dele disse — pelo menos como o publicano que desceu justificado para casa:
Assumam a verdade, ainda que seja para descobrir que era mentira; mas saiam dessa miserável praia da morte, na qual quem poetiza sobre Frescobol é o diabo.
Quanto a você ver Deus mandar o diabo tentar você, saiba:
Deus a ninguém tenta!
Se você vê mesmo…, então, digo-lhe: interne-se. É sintoma de esquizofrenia. Entretanto, se você não vê, pare de falar assim, pois, minha amiga, esse Deus que é, mas não é, é sempre o diabo.
Não chame juízo sobre a sua vida. Não brinque com fogo que consome. Não seja dissimulada. Deus vê.
Você e ele não sabem o que é amor. Vocês ainda estão jogando Frescobol.
Sim! Vocês estão apenas enlouquecidos pela própria loucura; e projetam sonhos de morte!
Ele é apenas um homem desesperado e covarde; e você é apenas a mulher que entra como um azougue, e que depois diz que Deus é quem mandou entrar…
Sua carta me diz que você é do tipo que pula do Pináculo e depois processa Deus por omissão; ou, pior: por ação homicida: Ele empurrou o diabo, que empurrou você em cima do pastor, justo quando você estava tão quietinha…
Quando você tiver uma carta honesta para me mandar, me escreva. A de hoje deveria ter sido enviada para algum pastor frescobol… — ou para um culpado de culpa e ungido de burra vaidade.
Nele, em Quem tenho a coragem de apenas lhe dizer a verdade, que você e seu pastor sabem, mas que por agora preferem desconhecer,
Caio
9 de novembro de 2008
Lago Norte
Brasília
DF