ELE SÓ QUE ME

—– Original Message —–

From: PASTOR E AMANTE…

To: editoraprologos

Sent: Saturday, December 25, 2004 5:22 PM

Subject: pastor/amante

 

Caio,

Vou tentar ser bem sucinta.

O meu patrão, depois de termos “saído”, começou a “morder & assoprar”. Falou que me amava, foi fundo… Até que no fim de novembro deu um tiro de misericórdia, dizendo que eu iria casar, que estava orando pela conversão da esposa dele, etc…

Se afastou de mim. Por pouco tempo. Isto gerou muita humilhação pra mim. Pessoas “amigas” dele, e que requentam histórias, e que são literalmente endemoninhadas, passaram a me hostilizar na cara.

No entanto, durante estas duas últimas semanas… ele voltou a me procurar: beijar, transar… no “canto da loja”; e eu não consegui resistir…

Caio, não é isto que quero pra mim. Quero ele, mas não desse jeito. Não quero pedir demissão do trabalho por todos os motivos.

Na véspera de Natal ele “ficou” comigo, e disse que me amava (?), e me convidou pra assistir ao culto, domingo à noite, na igreja dele. Isto porque ele foi viajar, e eu comentei que ficaria dois dias sem vê-lo.

Como parar com o que já começou? Como me valorizar, sendo insegura demais? Será que é auto-engano crer que Deus pode fazer o impossível? Não quero mais perder…

E a mesa, está “preparada diante dos adversários”? Quero dar a volta por cima e que todos vejam que eu sou realmente diferente. Eu sei que ele não é feliz. A mulher dele humilha ele; é escandalosa; porém, tem dinheiro, posição social, e o tem amarrado financeiramente junto a ela ( fora as obras de feitiçaria com as quais ele foi enlaçado!)

Me responda!

Te amo em CRISTO. Tudo de melhor neste próximo ano pra você e toda a sua família.

Bjs

___________________________________________________________________________________

 

Resposta:

Minha amiga: Graça e Paz!

As grandes tragédias humanas foram feitas de material de dor afetiva, na maior parte das vezes de amantes que se amaram de verdade e intensamente, e que tiveram que viver amores impossíveis em razão de impedimentos das circunstâncias, ora em razão dos papéis históricos que representavam, ora em razão de que a vida os encurralara de tal modo, que nem podiam deixar de amar, e nem tampouco viver com aquele amor à luz do dia.

Ora, na maior parte das vezes, foi o amor de amantes aquilo que gerou a matéria prima da constituição de todas as grandes tragédias de amor. Portanto, há muitos amantes que fazem jus o termo “amantes”, mas, a maioria, não ama, apenas usa; e, no seu caso, de maneira extremamente manipulativa, e sem nenhuma relação histórica e afetiva que justifique o tal “amor” dele por você, que, a mim, parece muito mais com “desejo” apenas do que com amor.

Um amante normal, da vida, geralmente já é fonte de dor, especialmente quando se o ama e não se o pode ter, exceto em horas marcadas. Agora, um amante pastor e que é o patrão da mulher, é infinitamente pior.

De fato, sinceramente, acho que ele está apenas se aproveitando de você. De fato, a própria “coisa escondida”, com a funcionária crente, e, que o deseja, deve dar um furor sexual horrível nele; assim, sempre que fica insuportável, ele “pega” você; todavia, saiba: ele não tem nenhuma intenção de ficar com você.

Se seu desejo é encontrar um homem que ame você, pare de sair e de ficar com o patrão-pastor-crente.

Digo isso não porque ele seja o patrão e o amante, mas porque ele não ama você. Você pode até ter um “love affair” com ele, mas ele só tem um “sex affair” com você.

Se necessário for, saia da loja. Isso no caso de você não conseguir resisti-lo. E provavelmente seja isso que venha a acontecer. Não dá pra trabalhar com um homem a quem se deseja ardentemente. É simplesmente inviável. Portanto, se você de fato quiser ficar livre disso, saia da loja.

E mais: como diz a gíria, “nunca mais coma a carne onde você ganha o pão”; pois, o resultado é quase sempre este: a parte mais fraca é a que “dança”. Afinal, a loja é dele!

Sobre sua insegurança e carência, lhe digo: ambas aumentarão ainda mais se você ficar mendigando “prazeres rarefeitos” que lhe são interesseiramente concedidos pelo seu patrão. Quanto mais você aceitar a situação, mais dependente dele você se tornará; e pior: dependente de um amante que não ama você.

Quanto ao que ele diz sobre a mulher dele, e também quanto às suas “interpretações” da infelicidade dele, saiba: ambas as coisas não lhe dizem respeito. Dar atenção a elas, ou com elas solidarizar-se, é a receita certa para ficar seqüestrada por ele; e não faltarão a ele “histórias sofridas” para lhe contar a fim de que você fique para “consolá-lo”.

Quem escolhe o caminho que você tomou, caso deseje ficar, não pode reclamar.

Receba meu carinho e minhas orações.

Sobretudo, receba minha certeza de que Deus tem coisa melhor para a sua vida do que ser usada por um homem que apenas a deseja na carne, mas que não ama você.

 

Nele, em Quem somente a Água da Vida mata a sede da alma,

 

Caio