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From: ELEGENDO POLÍTICOS QUE ADIANTEM O LADO DA IGREJA?!
To: [email protected]
Sent: Thursday, April 20, 2006 3:36 PM
Subject: ESTOU FELIZ! MUITO FELIZ!
Amado Caio,
Eu sou o pai da Talita, que foi acometida de Lupus, e fui gentilmente atendido por você, e as suas informações foram de uma ajuda sem tamanho. A Talita nunca mais teve crises, está tomando o remédio todos os dias.
Estamos com a fé revigorada e caminhando com Jesus!
Desde ontem que o Senhor Jesus me faz sentir muito feliz! Ao acessar o site, soube que o material do 1º Encontro já estava à disposição. Entrei em contato com o atendimento e hoje recebi um e-mail da Lesimar com todas as informações para eu adquirir o material. Fui ao BB depositei o valor e estou ansiosamente esperando pelo correio.
Depois ao dar uma passeada pelo site, deparei-me com o artigo: “POLITICOS EVANGÉLICOS: ungidos pelo espírito de ganância!” Esse artigo me fez lembrar as eleições para vereador. Eu acompanhava minha mulher para os trabalhos da igreja, que ela frequenta; e o Pastor líder dessa igreja no Estado, conclamou aos irmãos de toda igreja a votar no candidato a vereador que ele iria apresentar; pois, na visão dele, a igreja estava sendo prejudicada pela Prefeitura, no tocante a liberação de alvará para construção de templos; e que se a igreja tivesse um representante na Câmara, ele poderia “facilitar as coisas” para a igreja.
Foi apresentado o nome do irmão (…nome), que é líder na igreja. Disse que ele estava muito envolvido em questões da comunidade e que seria um bom nome. A igreja caiu em campo e o resultado é que o irmão (…) foi eleito vereador. Hoje acabou-se a “má vontade da Prefeitura” para com a igreja. Por enquanto ainda não apareceu nenhum escândalo, envolvendo o nome desse irmão. Mas, depois do ROUBO do PT a nível nacional, e o PT era quem comandava a Prefeitura, eu perdi a confiança nesse “nosso irmão vereador”; pois, conforme informações de membros da igreja, “hoje não existe empecilho para mais nada…”
A Prefeitura até ajudou a igreja numa festa… Estive acompanhando minha mulher e foi uma festa muito bonita, com a Prefeitura financiando a vinda de dois cantores gospel: (disse os nomes…)
Enfim, esta amizade da igreja com a Prefeitura através do “irmão vereador” não me cheira muito. Eu não tenho como provar nada, pois eles dizem que a igreja está fazendo dentro da lei e observando a ética cristã, mas não estou conseguindo aceitar.
Estou citando nomes porque sei que não estou agredindo a moral ilibada do irmão… (nome) e nem do Pastor (nome…). Só não estou conseguindo entender o “por quê” do término das perseguições da Prefeitura. Talvez, um “irmão vereador” faça a diferença.
No mais, estou muito feliz, pois vou conhecer com detalhes o CAMINHO DA GRAÇA, e com a aprovação do Senhor, quem sabe possamos ter uma Estação aqui… (cidade). Enfim, no Nordeste podemos ter várias Estações.
Um pedido: Veja se “A Bíblia e o Impeachment” volta a ser publicado. Ah! outra coisa: FALA CAIO! FALA CAIO!
Estes “senhores” precisam ser conhecidos. Sei que no devido tempo nós saberemos
Um abraço bem forte!
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Resposta:
Meu amado amigo e irmão: Graça e Paz!
Fiquei muito grato a Deus pela vereda da cura na vida da Talita. Louvado seja o Senhor de toda boa dádiva e de todo dom perfeito!
Aliás, é bom dizer que tudo o que cura vem de Deus. Não importa se a cura vem pela imposição das mãos ou se acontece em razão de uma intervenção médica. Afinal, não há nada na medicina que não lhe tenha sido dada. Tudo vem de Deus!
Sobre Estações do Caminho, o que você deve fazer além de se atolar neste site com todo o seu coração, a fim de entender qual é a vereda que seguimos conforme o Evangelho — é ler o “Sem Barganhas com Deus” e absorver o máximo que você puder de todo o material disponível em audio e video, e, sobretudo, começar a reunir os irmãos que andam dispersos ou cansados, e, com eles, passar a ler a Palavra, a orar juntos, e ajudarem-se mutuamente sem hierarquias, porém no espírito de Jesus, que não veio para ser servido, mas para servir.
Além disso, recomendo a você que ouça a rádio do site todos os dias, e que também escute aos domingos, ao vivo, as transmissões das reuniões “dos do Caminho” aqui em Brasília.
O mais, saiba: Deus faz! Sim, Ele mesmo trás as pessoas, e cria vínculos entre os sinceros de coração.
Sobre o assunto da Política, quero que saiba o seguinte:
É mal buscar eleger pessoas para “adiantarem o lado da igreja”. Isto não é servir, mas buscar ser servido; e, portanto, não é conforme Jesus.
A “igreja” provou nos últimos 1700 anos de história que é péssima gestora de poder, pois, como também se julga representante de Deus na Terra, surta com o poder de modo muito mais profundo do que a maioria das outras Potestades. Sim, porque nada produz Síndrome de Onipotência mais poderosa do que a mistura entre poder humano (seja via política, dinheiro, sexo, estética, ética, moral, etc…) e a arrogância de se julgar a representante autorizada do Criador.
Assim, a Igreja de Cristo, diferentemente da “igreja dos homens”, não busca poder, mas sim servir a todos, não a si mesma. Afinal ela sabe que o poder de Deus só se aperfeiçoa na fraqueza humana!
Jesus jamais insinuou que o povo da Palavra precisaria de poder político e humano para adiantar o lado de Deus na Terra; e nem tampouco desejou que o Evangelho se tornasse uma religião, qualquer religião, e especialmente essa que grita que “Cristo tem poder”, mas que se alimenta das forças de influência humana, sem confiar no provimento de Deus, conforme a Sua promessa.
O que Jesus viu adiante de Sua Igreja não foi glória humana, a qual Ele considerava “abominação diante de Deus”. Ao contrário, o que Ele viu foi dificuldade e perseguição, conforme foi com Ele próprio. Afinal, se chamaram “o dono da casa de Belzebú, o que não diriam acerca de Seus servor?” Desse modo, e apesar disso, o que Ele viu foi um povo cheio de amor, e que viveria para servir como Ele mesmo deu o exemplo, quando sendo Deus não quis ser Deus, mas se tornou homem, vivendo como qualquer outro humano da Terra.
Para Jesus a Igreja teria influência Política. Sim, porque o que Político é aquilo que é pertinente à vida em sociedade no todo do mundo. Desse modo, quando Ele disse que deveríamos ser como o sal na terra, o que Ele afirmava é que seria a nossa diluição no chão da vida aquilo que nos daria grande poder; que é o poder do gosto, como o do sal.
Assim, para Jesus, se cada discípulo Seu amasse ao próximo e o servisse sem interesse religioso ou proselitista, vivendo tal amor à partir dos vínculos da fé, porém sempre no cotidiano do todo da vida e do mundo, o poder que disso emanaria seria algo tão poderoso como acender uma luz nas trevas.
Entretanto, para Ele, nada disso teria qualquer significado se praticado por virtude de amor à própria virtude; ou mesmo como vaidade e orgulho da pseudo-auto-bondade; ou ainda como ação de “testemunho personalista e triunfalista”. Até em tais coisas a mão direita não precisa saber o que a esquerda faz. Isto porque Seus discípulos haveriam de buscar imitá-lo em tudo; e Ele era Aquele que não “gritava nas praças” as Suas próprias virtudes; e nem fazia “publicidade” de Si mesmo; e que frequentemente pedia que não o expusessem à publicidade; pois Ele não queria que Seu poder fosse visto como Super-amuleto.
Ele também dizia que Seu reino não era deste mundo, o qual é inicialmente sempre exposto aos sentidos ligados às exterioridades e suas aparências; mas sim que era o reino que nasce como ‘algo’ que acontece na ambiência do coração, dentro de nós; e que, justamente por tal razão de natureza intrínseca, daria fruto exterior de qualidade equivalente à sua própria natureza interior.
Desse modo Ele ensina que é “assim na terra como no céu”, e em total coerência com a declaração de que é assim do lado de fora (na objetividade histórica) como o é anteriormente do lado de dentro (na subjetividade).
Isto porque para Ele só vale para fora o que nasce antes no coração. Sim, para Jesus o mundo é criado à partir do coração humano. Portanto, a verdadeira ação Política “dos do Caminho” não é buscar poder humano pela via das estratégias “políticas”, mas sim abrir mão de tais poderes, praticando de modo ridiculamente desinteressado todas as coisas boas a todos os homens, sem fazer qualquer acepção de pessoa.
Ora, a prática de tal realidade nascente no coração que foi iluminado pela eternidade e pelo amor de Deus, torna-se sempre uma ação Política; e, justamente porque é por e para todos os homens, e sem acepção de pessoas — nunca é “partidária”.
Assim, toda ação “partidária” deve ser feita conscientemente em nome dos homens, mas nunca em Nome de Deus. Afinal, ninguém jamais sabe qual é lado que Deus decide fazer pender pela densidade de Sua Vontade manifesta na história.
É lícito tomar partido em causas desta existência. Porém, é abominação fazê-lo em Nome de Deus, pois isto é tomar o Nome de Deus em vão; e fazê-lo de modo a induzir o mundo pensar que cremos que nós somos os melhores seres humanos desta vida; e que ganhamos da parte de Deus o direito de governar, ao invés de ser o de servir. Pois, conforme o Evangelho, enquanto o mundo for como ele é, a única ação que se pode fazer saudavelmente em nome de Deus na terra é servir desinteressadamente a todos os homens; especialmente aos inimigos.
Além disso, também não se deve tomar um “partido” em nome de Deus, pois fazê-lo é pressupor que recebemos a incumbência de “separar o joio do trigo”; o que, para Jesus, é pecado.
Por último, Jesus mandou que Seus discípulos abrissem bem os olhos quando fossem sempre objeto de “louvor” e “favorecimento” humanos. “Ai de vós quando todos vos louvarem, pois assim fizeram com os falsos profetas” — disse Ele. Também mandou que o seguissemos, sendo que o Caminho que Ele é e andou não fazia médias e nem buscava agradar aos homens, mas apenas a Deus. Desse modo, a partir de Jesus, não é possível praticar nenhum tipo de política de agrado aos homens ou de favorecimentos conquistados deliberadamente para o auto-serviço, sem que não nos tornemos falsos profetas de Deus na terra.
Buscar um cargo eletivo e que depende de relacionamentos humanos variados, é lícito a qualquer discípulo de Jesus, desde que tal seja feito apenas em nome do homem, e, sobretudo, no espírito de servir a todos, sem propaganda religiosa, e sem a pretensão de seduzir o mundo para Deus mediante nossas conquistas de status, ou com a finalidade de nos servirmos dos poderes deste mundo para termos como realizar as obras do Pai que está nos céus.
Jesus só predisse a destruição do Templo e jamais profetizou o seu soerguimento! Na Nova Jerusalém, onde o Prefeito-Senhor-Perfeito é o Cordeiro, não há santuários!
E o Filho do Homem não teve onde reclinar a cabeça!
E Pedro foi mais Pedro e a Igreja foi mais Igreja, justamente quando não tinham nem prata nem ouro, mas podiam dizer: “Em nome de Jesus levanta e anda”; diferentemente dos falsos curandeiros evangélicos, que andam cheios de dinheiro, mas que contratam os que serão “curados” em suas sessões de engano diabólico.
Enquanto aqueles que se dizem “igreja” forem mais feios que o mundo, que projeto político de “cristãos” fará bem à Terra, se eles mesmos não conseguem ser bons e misericordiosos uns para com os outros?
Assim, encerrando por hoje esse assunto, quero dizer que aceito que qualquer discípulo de Jesus se candidate ao que bem desejar, mas que não faça isto usando o Bom Nome que sobre nós é Invocado, e que não transforme o povo da Palavra da Vida em panfleteiros de candidatos supostamente divinamente superiores aos demais homens, e que não faça propaganda de si mesmo usando o Evangelho como ideologia.
Assim, quando acertar, que dê glória a Deus. E quando errar, que não seja um garotinho irresponsável que transfere responsabilidade ou joga lama na cara de Deus (afinal, quem se elege em nome de Deus, se erra, quem erra é Deus); mas que, ao contrário disso, seja apenas e sobretudo homem para dizer: “Eu errei!”
Outro dia quem sabe conversaremos sobre a Síndrome de Cabeça e o Complexo de Cauda que habita o imaginário da “igreja”.
Mas fica para outra hora!
Dê meu beijo na Talita. E prossiga na senda do Caminho que é a via única de todos “os do Caminho”.
Nele, em Quem fomos eleitos no amor do Pai para servir a Deus servindo aos homens,
Caio