E eu, irmãos, enquanto  pregava a vocês, anunciando o testemunho de Deus, não o fiz com presunção de  belas palavras ou de sabedoria impressionante. 
Isto porque sempre me propus  a nada saber de mais profundo entre vocês, senão a Jesus Cristo, e este  crucificado.
Há algo mais profundo e essencial que isto?
De fato  sempre estive entre vocês sem esconder minha própria fraqueza, e sempre deixei  claro o meu temor, e o grande tremor que meu coração possui ante a maravilha da  grandiosa revelação que me foi concedida por Deus.
A minha linguagem e a  minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas  em demonstração do Espírito de poder e de graça.
E alguém pergunta: por  que?
Ora, assim o fiz para que a fé de vocês não se apoiasse na sabedoria  dos homens, mas no poder de Deus.
Na verdade, entre os experimentados e  maduros na consciência e no conhecimento da Graça de Deus, falamos com  simplicidade, porém não nos eximimos de demonstrar a profundidade da  sabedoria.
Todavia, mesmo entre esses, não usamos da sabedoria deste mundo,  nem dos saberes que impressionam aos poderosos e aos intelectuais deste mundo,  que sempre estão sendo reduzidos a nada pela sua própria presunção. Daí o  mudarem tanto e sempre de opinião sobre tudo, conforme as modas do  saber.
Ora, mesmo entre os que já não são meninos na fé, falamos a sabedoria  de Deus em mistério, que esteve oculta, a qual Deus preordenou antes do Tempo  para nossa glória.
Essa sabedoria de Deus não nos veio por filósofos, mestres  ou por entendidos—pois nenhum dos “príncipes” deste mundo a compreendeu, porque  se a tivessem compreendido, não teriam crucificado o Senhor da glória!
Ao  contrário, os que se julgam “entendidos” jamais poderiam por seus próprios  recursos humanos atingir o que nos foi revelado.
Isto porque está escrito:  
As coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração  do homem, são as que Deus preparou para os que o amam.
E como então  ficamos sabendo delas?
É que Deus no-las revelou pelo Seu próprio  Espírito!
É o Espírito quem esquadrinha todas as coisas, até mesmos as  profundezas de Deus.
E para compreendermos que não se pode entender nada  espiritual por conta própria, basta que se considere o seguinte:
Qual dos  homens entende as coisas do homem, senão o espírito do homem que nele está?  
Ora, assim também as coisas de Deus, ninguém as compreendeu, senão o  Espírito de Deus.
Se só o homem pode saber de seu próprio interior…quem  poderá saber do interior de Deus se não o próprio Espírito de Deus?
Ora, nós  não temos recebido o espírito do mundo…com as variações de sabedoria que se  alternam com as modas, os costumes, os tempos, os poderes, as dominações  políticas e econômicas e, nem tampouco, conforme a “última descoberta”.
Pelo  contrário: tudo o que recebemos provém de Deus e nos foi revelado pelo Seu  Espírito, a fim de compreendermos pela Graça que as coisas de Deus nos foram  dadas gratuitamente pelo próprio Deus.
Portanto, é dessas coisas que falamos,  não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com palavras e conteúdos  ensinados pelo Espírito Santo.
E não esqueçamos: sempre comparando coisas  espirituais com coisas espirituais.
O que todos devemos saber é que o Homem  Psychikos não aceita as coisas do Espírito de Deus, pois como ele é no máximo  uma “alma” desenvolvida, a revelação ainda não o alcança, sendo-lhe, portanto,  loucura. 
Apenas pela evolução da psique não se pode entender as coisas que  se discernem espiritualmente. 
Há o Homem Psychikos e há o Homem Pneumatikos!  
O primeiro é ainda apenas como Adão, uma alma vivente. 
O segundo já foi  gerado conforme o segundo Adão, Jesus, o qual é espírito vivificante…e os que  dele nasceram não são apenas “almas sensíveis”, mas espíritos que foram  vivificados dentre os mortos.
Afinal, Cristo nos deu vida estando nós mortos  espiritualmente.
Pelo que se diz:
Desperta, ó tu que dorme.
Levanta-te  de entre os mortos.
Cristo de vivificará!
Portanto, uma vez acordados  da catalepsia espiritual, deixamos de ser apenas Homo Psychikos e entramos no  mundo do Homo Pneumatikos.
Ora, o Homem Pneumatikos é espiritual, por isso a  tudo discerne muito bem, enquanto ele mesmo não é discernido por ninguém. Daí  ser tão mal compreendido ou mesmo, por muitos, considerado louco.
E, então,  alguém pergunta: Por que?
Eu respondo:
É que o Homem Pneumatikos recebeu a  revelação do Espírito, pois somente o Espírito de Deus conhece as coisas de  Deus, assim como somente o espírito do homem conhece as coisas do próprio  homem.
Já o Homem Psychikos conhece pela sua própria sensibilidade apenas  aquilo que está disponível aos sentidos.
Ora, o que digo é apenas aquilo que  é coerente com Deus. Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor, para que  possa instruí-lo? 
A maravilha da revelação da Graça de Deus é que  gratuitamente nós recebemos, pela fé, o Espírito que inscreve em nós a própria  mente de Cristo, que é conforme o Seu Evangelho.
Assim é que deixamos de  viver apenas na dimensão da alma e adentramos o mundo do discernimento do  espírito.
Nossa conversão em Cristo precisa nos conduzir da condição natural  do Homem Psychikos para dimensão do Homem Pneumatikos.
Isto, todavia, só  acontece por obra do Espírito Santo, se nos entregarmos à Revelação da Palavra  da Graça de Deus.
Caio Fábio, em parceria com o amado irmão Paulo. 
  
 
								 
								