EM PARCERIA COM PAULO

E eu, irmãos, enquanto pregava a vocês, anunciando o testemunho de Deus, não o fiz com presunção de belas palavras ou de sabedoria impressionante.
Isto porque sempre me propus a nada saber de mais profundo entre vocês, senão a Jesus Cristo, e este crucificado.

Há algo mais profundo e essencial que isto?

De fato sempre estive entre vocês sem esconder minha própria fraqueza, e sempre deixei claro o meu temor, e o grande tremor que meu coração possui ante a maravilha da grandiosa revelação que me foi concedida por Deus.
A minha linguagem e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito de poder e de graça.

E alguém pergunta: por que?

Ora, assim o fiz para que a fé de vocês não se apoiasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.

Na verdade, entre os experimentados e maduros na consciência e no conhecimento da Graça de Deus, falamos com simplicidade, porém não nos eximimos de demonstrar a profundidade da sabedoria.
Todavia, mesmo entre esses, não usamos da sabedoria deste mundo, nem dos saberes que impressionam aos poderosos e aos intelectuais deste mundo, que sempre estão sendo reduzidos a nada pela sua própria presunção. Daí o mudarem tanto e sempre de opinião sobre tudo, conforme as modas do saber.
Ora, mesmo entre os que já não são meninos na fé, falamos a sabedoria de Deus em mistério, que esteve oculta, a qual Deus preordenou antes do Tempo para nossa glória.
Essa sabedoria de Deus não nos veio por filósofos, mestres ou por entendidos—pois nenhum dos “príncipes” deste mundo a compreendeu, porque se a tivessem compreendido, não teriam crucificado o Senhor da glória!
Ao contrário, os que se julgam “entendidos” jamais poderiam por seus próprios recursos humanos atingir o que nos foi revelado.
Isto porque está escrito:
As coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam.

E como então ficamos sabendo delas?
É que Deus no-las revelou pelo Seu próprio Espírito!
É o Espírito quem esquadrinha todas as coisas, até mesmos as profundezas de Deus.
E para compreendermos que não se pode entender nada espiritual por conta própria, basta que se considere o seguinte:
Qual dos homens entende as coisas do homem, senão o espírito do homem que nele está?
Ora, assim também as coisas de Deus, ninguém as compreendeu, senão o Espírito de Deus.

Se só o homem pode saber de seu próprio interior…quem poderá saber do interior de Deus se não o próprio Espírito de Deus?
Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo…com as variações de sabedoria que se alternam com as modas, os costumes, os tempos, os poderes, as dominações políticas e econômicas e, nem tampouco, conforme a “última descoberta”.
Pelo contrário: tudo o que recebemos provém de Deus e nos foi revelado pelo Seu Espírito, a fim de compreendermos pela Graça que as coisas de Deus nos foram dadas gratuitamente pelo próprio Deus.
Portanto, é dessas coisas que falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com palavras e conteúdos ensinados pelo Espírito Santo.
E não esqueçamos: sempre comparando coisas espirituais com coisas espirituais.
O que todos devemos saber é que o Homem Psychikos não aceita as coisas do Espírito de Deus, pois como ele é no máximo uma “alma” desenvolvida, a revelação ainda não o alcança, sendo-lhe, portanto, loucura.
Apenas pela evolução da psique não se pode entender as coisas que se discernem espiritualmente.
Há o Homem Psychikos e há o Homem Pneumatikos!
O primeiro é ainda apenas como Adão, uma alma vivente.
O segundo já foi gerado conforme o segundo Adão, Jesus, o qual é espírito vivificante…e os que dele nasceram não são apenas “almas sensíveis”, mas espíritos que foram vivificados dentre os mortos.
Afinal, Cristo nos deu vida estando nós mortos espiritualmente.
Pelo que se diz:
Desperta, ó tu que dorme.
Levanta-te de entre os mortos.
Cristo de vivificará!

Portanto, uma vez acordados da catalepsia espiritual, deixamos de ser apenas Homo Psychikos e entramos no mundo do Homo Pneumatikos.
Ora, o Homem Pneumatikos é espiritual, por isso a tudo discerne muito bem, enquanto ele mesmo não é discernido por ninguém. Daí ser tão mal compreendido ou mesmo, por muitos, considerado louco.
E, então, alguém pergunta: Por que?
Eu respondo:
É que o Homem Pneumatikos recebeu a revelação do Espírito, pois somente o Espírito de Deus conhece as coisas de Deus, assim como somente o espírito do homem conhece as coisas do próprio homem.
Já o Homem Psychikos conhece pela sua própria sensibilidade apenas aquilo que está disponível aos sentidos.
Ora, o que digo é apenas aquilo que é coerente com Deus. Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo?
A maravilha da revelação da Graça de Deus é que gratuitamente nós recebemos, pela fé, o Espírito que inscreve em nós a própria mente de Cristo, que é conforme o Seu Evangelho.
Assim é que deixamos de viver apenas na dimensão da alma e adentramos o mundo do discernimento do espírito.
Nossa conversão em Cristo precisa nos conduzir da condição natural do Homem Psychikos para dimensão do Homem Pneumatikos.
Isto, todavia, só acontece por obra do Espírito Santo, se nos entregarmos à Revelação da Palavra da Graça de Deus.

Caio Fábio, em parceria com o amado irmão Paulo.