ENTRE O PADRE, O CASADO E O PASTOR: TODOS QUEREM UMA LASCA!

Pastor Caio, Atualmente vivo um grande dilema na minha vida. Uma carência afetiva muito grande. Acabei um relacionamento há 01 ano e desde aí só vivo dando trombada na minha vida. O fato é que ando cortejando a insanidade. Ando procurando apenas homens que não vão poder me dá felicidade. Um é padre, o outro é um relacionamento antigo que eu tive com um homem casado (vivo ligando para ele), e ele me põe de molho—não diz não, mais também não me procura mais. O padre me atende muito bem, mais também não faz uma ligação de retorno. Enfim, todos não querem ser deselegantes comigo. E eu estou aqui. Só, carente, machucada, gorda, querendo ser amada, mas tudo que sobrou foi uma música de um poeta do sertão: “Ninguém me ama, ninguém me quer, ninguém me chama de meu bem”. Na igreja não vejo ninguém interessante. Estou farta da clandestinidade, quero um relacionamento certinho, como Deus deseja, Com filhos, família, etc… Atualmente moro só, preencho meu tempo no meu trabalho, em leituras, e cuidando de um cachorrinho. Estou profundamente triste. Todos que se aproximam de mim é apenas para tirar uma lasquinha. Até o meu pastor do coração, toda vez que se aproxima de mim é para dizer que deseja transar comigo; quando o que eu queria dele era um apoio moral, e colo de pai para que eu pudesse superar essa minha carência afetiva. Meu pai não vejo há tempos. Minha mãe sempre foi totalmente alheia às minhas emoções. Meus irmãos, cada um só quer saber dos seus problemas, e eu não tenho com quem contar, não tenho nenhuma escuta. Tenho consciência de que estou num caminho errado, só que quando a deprê bate só apelo para eles: para o padre e para o casado; enfim, bato na porta errada, e depois me arrependo amargamente no que fiz. Não consigo orar mais, parece que estou condenada viver só. Preciso estudar e não tenho ânimo, preciso trabalhar e estou indo arrastada… Esse sentimento, pastor Caio, está me vencendo… “Hoje eu tenho mais amor, eu só tenho a minha dor. É o meu troféu, é o meu cobertor, é o que me aquece sem passar calor”. Preciso me curar e não estou tendo forças. Preciso de homem temente a Deus; e tudo está caminhando para não encontrá-lo. Estou vivendo uma profunda solidão e está doendo muito. _______________________________________________________________________________ Resposta: Minha querida amiga: Graça, Paz e Presença! Nascer na Terra é nascer na solidão. Por mais que alguém tenha família, amigos ou até amantes—nascer na Terra será viver em solidão. Há uma dimensão do ser que é só mesmo, e jamais será de outro modo. A questão é que pela ausência de companhia, o interior se funde ao exterior onde reina a ausência—quando é o caso—, e a alma entra em depressão. A questão é que nós temos expectativas muito equivocadas acerca desta vida e deste existir. Quando digo “nós”, falo dos humanos em geral, mas, também, especialmente, no nosso caso, dos crentes; pois, estes são ensinados que “tendo Jesus” não terão mais nenhuma necessidade, posto que Jesus suprirá a cada uma de nossas necessidades. Ora, isto está dito, e, bem entendido, é assim que é. No entanto, como o que se define, “evangelicamente”, como “necessidade”, é aquilo acerca do que a Palavra não faz promessas universais, realizando-as apenas como narrativas de casos específicos; assim, o que é “especifico” é tratado como “regra geral”, e as mulheres ficam esperando que o que aconteceu a Rebeca, Rute, Tamar, Raabe, Bateseba e Abigail, também aconteça com elas, esquecidas de que existe a Sara, que divide o marido com Hagar; e que também existe Hagar, que tem certeza do desejo e do afeto do “patrão”, mas que tem que assumir que naquele game ela é a “outra”, e, eventualmente, terá que partir… A Escritura não fazem promessas Hollywoodianas. A “igreja” sim, posto que ela vive de vender promessas irreais. Agora, todavia, ela está colhendo as demandas das falsas promessas que faz. Além disso, notei o sentimento de rejeição imenso que você sente vinda da parte de todos, dos seus familiares aos seus amantes. Ora, alimentar a rejeição é fazer suprimento para a mais certa de todas as infelicidades! Chega a hora em que a pessoa tem que admitir, por mais bem casada que seja, por mais filhos maravilhosos que tenha, por mais amigos que possua—sim, apesar disso tudo e de todos, ela tem que admitir que é só. O segredo da segurança está na pacificação da solidão! Por solidão eu quero me referir ao intimo. No intimo cabe apenas você e Deus. É nessa dimensão onde Deus deve ser a “Presença”, que a solidão pode se instalar como insegurança; isso quando desejamos que aquele lugar seja ocupado por outro alguém da Terra. Assim, a pessoa sofre, posto que quer ali alguém que não preenche aquele lugar interior. A segurança começa quando a gente sabe que a solidão é normal, e que o lugar dela é de Deus, sendo, portanto, nosso papel parar de fantasiar e mergulhar no amor de Deus, no intimo. Aí, então, a solidão vira prazeroso lugar de comunhão intima. Quanto ao mais, que é aquilo que constitui nosso mundo exterior, e nossa existência visível, e, igualmente importante, deve ser objeto de algumas coisas de nossa parte. 1. Devemos saber que todo mundo tem seus problemas mesmo, e que é parte da vida adulta não contar com ninguém, sabendo que qualquer ajuda é puro lucro, mas não deve constituir cobrança. O melhor na vida é se preparar para viver só, e, assim, tudo o que vem é lucro. 2. Devemos saber que neste mundo o que há é muita aflição e dor. Portanto, o melhor caminho para lidar com as coisas desta vida é com amor limpo, que é aquele que sabe prosseguir sozinho, se for o caso. Jesus disse que o discípulo tem que aprender o caminho da liberdade em relação aos pais, aos irmãos, aos bens, e a tudo. Paulo também recomendou que os casados fossem como se casados não fossem; que os que se alegram como se não se alegrassem; que os que choram como se não chorassem; que os que compram como se nada possuíssem; e que os que se utilizam deste mundo como se dele não se utilizassem, posto que a “aparência deste mundo passa”. Ora, isto entendido, sugeriria a você que fizesse os seguintes exercícios: 1. Entre numa terapia e inicie um processo de resolução acerca de sua auto-piedade, e de suas expectativas em relação ao que os “outros” têm para dar a você. Se você desejar, pode também marcar uma hora aqui no site, e a gente pode conversar “on line”. No entanto, você precisa trabalhar a infantilidade de seus sentimentos e expectativas, tão bem expressa no “Meu pai não vejo há tempos… Minha mãe nunca se importou com minhas emoções”. Ora, isto foi assim, mas não pode ou deve continuar a ser assim. Você pode crescer para dar, ao invés de viver da frustração de não receber. 2. Sei que você está cansada e desmotivada. Por isto, caso haja grana, sugiro que você contrate um personal trainer para forçar você a se exercitar e a usar o corpo. Você precisa de ar livre, de exercício, de suor, de energia que é fruto do desgaste do corpo—e que estranhamente produz um saudável desgaste físico, e que corresponde a um imenso bem-estar psicológico. Caso não tenha dinheiro para o personal, faça das tripas coração e vá para uma academia e comece a malhar. Digo isto porque sei que uma das coisas que mais faz mal a alma é essa inatividade que se transforma em “entrega à depressão”. Parece contraditório, posto que alguém deprimido não quer sair de casa e nem fazer esforço, pois se sente sem forças. No entanto, a força do deprimido também virá de sua capacidade de se cansar fisicamente, visto que hoje você está também cansada pela total falta de atividade sensorial: física. Depressão a gente tem que enfrentar com sol, terra, água, ar livre, caminhadas, ventos, montanhas, natureza… Todas as minhas depressões foram submetidas ao impacto da natureza, e nenhuma delas sobreviveu à carga positiva do ambiente da criação natural. Entrar no quarto e fechar a porta e a janela é como se sepultar vivo, quando se está deprimido; embora esse seja o apelo que a alma faz em depressão. Ela pede isto pela dor, mas não quer isto. Dar a alma essa indolência será mergulha-la num poço sem fundo. 3. Esses três homens da sua vida são vampiros para a alma. O padre só quer uma lasquinha. O casado nem a lasquinha mais quer. E o seu pastor é um oportunista, e que olha a ovelha carente e diz: “Minha filha, se o seu problema é ter prazer, deixe que eu lhe dou; e você me dá um pouco também.” Essa é a “ministração” dele. E ela é perversa, pois ele está se aproveitando de uma pessoa carente, que o ouve com respeito; enquanto ele faz de sua ascendência sobre ela (você) um poder de sedução. Não os procure mais. E nem dê mais qualquer chance ao “pastor de seu coração”. É fundamental que você deixe esses caras pra lá, pois, implorar uma transada a eles está também acabando com sua dignidade pessoal e com sua auto-percepção como mulher, pois, o resultado dessa mendicância afetiva é depressão. 4. Quanto ao mais, cuide de sua alma e de seu corpo, e não transfira a responsabilidade de sua felicidade para ninguém—nem pai, nem mãe e nem irmãos ou amigos. No momento não se preocupe com “um homem”. Você precisa é dar atenção à mulher que você é, e que só está dês-assistida de homem porque está dês-assistida de si mesma. Cuide de você mesma, e o resto será cuidado sem que você perceba. Faça isto e você verá! Ficarei aguardando seu retorno. Nele, Caio