ENTRE RABINOS E O VERBO!

 

 

 

 

 

—– Original Message —–

From: ENTRE RABINOS E O VERBO!

To: [email protected]

Sent: Saturday, February 23, 2008 19:06

Subject: nobre Caio !

 

Amado!  Poderia me falar qual é o seu pensamento sobre o livro de Shir Ha Shirim (Cântico dos Cânticos).

 

Rav Akiva um dos maiores rabinos da história de Israel disse: “Interpretar o texto literalmente seria deturpá-lo!”

 

Por que quase não vejo mensagens ou sermões neste livro tão magnífico?

 

Em meu singelo entendimento vejo este livro como a maior expressão do amor do Eterno por nós !!!

 

 

Desde já agradeço pela sua resposta !

 

Nele, que nos amou mesmo quando éramos pecadores,

___________________________________________ 

 

Respostas:

 

 

Meu mano amado: Graça e Paz!

 

 

Tenho um livro publicado desde 1985 sobre o “Cantares de Salomão”, ou “Cânticos dos Cânticos”, o qual é intitulado de “Entre Um Homem e Uma Mulher”.

 

Se o livro de Cantares fosse assim [uma alegoria do amor de Javé por Israel], você não acha que Jesus teria feito referencia a isso quando expôs tudo o que a Seu respeito constava nas Escrituras, incluindo Moisés, os Salmos e os Profetas, sem nada dizer de Cantares?

 

Paulo fez o caminho inverso: Partindo do amor de Deus pela Igreja ele falou da qualidade de amor que se dá e se doa e que deveria existir na decisão de cada marido amar a sua esposa. Mas Paulo não aludia a um livro, porém, ao testemunho histórico do amor de Deus revelado em milhões de ocasiões, e, sobretudo, definitivamente manifesto em Jesus.

 

Entretanto, o amor de Deus está manifestado no livro de Cantares como amor de um homem por uma mulher!

 

Nota:

 

O livro de Cantares se tornou para boa parte dos judeus modernos um livro cabalístico, considerando por alguns o mais sofisticado em suas mensagens em código. Tolice!

 

 

De fato, o livro de Cantares é a narrativa poética do amor de um homem por uma mulher, e está na Bíblia porque o amor de um homem por uma mulher [e vice versa] é algo divino, e, como tal, deve ser apresentado na beleza de sua sugestão de amor pleno.

 

Não me parece simples pensar que com tantas manifestações explicitas de amor, Deus fosse precisar dizer que apreciava os quadris de Israel; seus peitinhos, cochas, meneio no andar, por exemplo; e que amava beber vinho no umbigo [no original: genitália] de Israel.

 

O pudor da “igreja” da “Idade das Trevas” foi que aboliu a interpretação não alegórica de Cantares introduzindo a visão alegórica.

 

No entanto, foi a escola alegórica de Nee que introduziu com veemência esse aspecto na interpretação cristã mais recente do texto.    

 

Entretanto, quando você disse que via Cantares “como a maior expressão do amor do Eterno por nós !!!” — eu fiquei pensando.

 

 

Sim! Pensei: Por que Deus daria seu amor a conhecer de modo tão alegórico? E mais: Depois da fala dos profetas e dos dramas de amor de Deus por Seu povo, como em Oséias; e, sobretudo, depois da Encarnação e das revelações explicitas e claras que o Evangelho faz sobre o amor de Deus — que mais sobraria para fazer do livro de CANTARES a maior expressão do amor de Deus por nós?

 

O que eu acho de sua carta e de sua questão?

 

1.        Que você anda impressionado com o espírito cabalístico do livro no que tange a relacioná-lo a uma mensagem em código. No entanto, se você consultasse a Paulo e não a mim, ele diria que você está investindo seu tempo em “fábulas”, ao invés de aproveitar o que está revelado.

 

2.        Que você talvez tenha algum trauma com a noção da pureza do amor livre entre um homem e uma mulher, e, por isso, mesmo com tantas manifestações explicitas da mensagem do amor de Deus [sem falar que o Jesus Encarnado encerra esse tema!], prefere pensar que somente para Deus tal amor seria possível.

 

 

3.        Que você vive um momento de sua vida espiritual no qual sua alma, cansada de não ouvir Evangelho por aí, busca no Cantares uma revelação em código, o que, por várias razões, daria a você um tema novo de amor por Deus.

 

Portanto, penso que sua questão revela seu estado de cansaço em relação às mensagens claras, pois, quase sempre elas são manipuladas, conforme se vê e se sabe; e, além disso, mostra também que sua alma acha mais fácil pensar num texto de amor conjugal como sendo algo alegórico, do que vê-lo como ele é: a divina manifestação do amor conjugal sem limites entre homem e mulher.   

 

Quanto ao rabino digo:

 

Acho engraçados os que hoje em dia ficam buscando compreender a Palavra pela mediação dos rabinos de Israel; os quais [os rabinos], lendo a Escritura, não vêem a maior manifestação do amor de Deus por nós: Jesus; e mais: desconhecem que Jesus, segundo Paulo, é a chave que abre todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento.

 

Assim, quando os rabinos de Israel disserem: “Bendito é Aquele que vem em nosso do Senhor!” — então levarei a sério o que eles dizem sobre o amor de Deus!

 

O amor de Deus [que está em Cristo Jesus] derrama-se como Cantares e cântaros de amor todos os dias e por meios e modos mais distintos.

 

Assim, pergunto:

 

Por que buscar em códigos o que já está revelado? A menos que se creia que nos códigos haja revelações do amor de Deus que a Encarnação do Verbo não manifestou!

 

Você crê assim?

 

Receba meu carinho verdadeiro!

 

 

Nele, em Quem o amor de Deus já se mostrou desvestido,

 

 

Caio

 

24/02/08

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