ESTOU SEPULTADA JUNTO COM MEU MARIDO E FILHOS…

—– Original Message —– ESTOU SEPULTADA JUNTO COM MEU MARIDO E FILHOS… Paz e muita graça….. Rev. Caio, Parece-me que sua vida já teve um pouco de tudo…… grandes experiências…. Acesso o seu site e fico feliz com suas respostas às pessoas angustiadas…assim como eu… Já escrevi e não obtive nenhuma resposta, no site anterior… Peço que responda este email. Estou tão angustiada, entristecida…. sem saber que decisões tomar, preciso de sua ajuda preciosa como homem de Deus. Estou casada há 13 anos; tenho 3 filhos: uma filha casada, um garoto de 19 anos, e outro de 14 anos. Meu esposo criou meus 2 filhos do meu primeiro casamento. Mas atualmente, meu filho de 19 anos saiu de casa. Ele não se entende com meu esposo há muitos anos; já houve brigas, desentendimentos, discussões, etc… Meu esposo é um homem que “alega” tudo que faz; até a comida que dá… infelizmente… Há 5 anos não temos relacionamento sexual… meu esposo diz que tem medo de me engravidar… e o tempo vai passando, sem em nada mudar… Não toma nenhuma atitude. E eu já não agüento mais; sinto como se meu casamento fosse uma farsa. Eu ficava com ele porque o amava, porém nos últimos dias algo mudou dentro de mim, parece que deixei de amá-lo… Ainda não entendi o que aconteceu no meu coração. Não sei o que fazer… Recebi Jesus há 5 anos…. e ele, meu esposo, há 3 anos… Tenho tentado permanecer com ele, mas estou sem forças… Quando falo que vou embora ele começa a chorar…. passa mal… etc… Meu filho de 14 anos, que é filho dele, começa a passar mal… é nervoso…. Deus é testemunha do quanto tenho chorado… É Fácil analisar o problemas dos outros e mostrar uma solução, mas quando é na nossa pele, é diferente… Vi seus relatos… Pra mim o casamento tem que estar alicerçado no Amor, não havendo mais amor, não há mais nada… Sinto um vazio tão grande no meu peito, parece um aperto que me sufoca… Tudo isso já está além de minhas forças, parece que chegou no ápice…. Não vejo saídas, a não ser eu sair de casa e procurar minha paz, que não estou encontrando no meu lar. Sinto-me entediada em casa, triste, tudo me deixa triste, há uma ausência de felicidades, não sei como explicar…. Preciso de sua ajuda………………POR FAVOR RESPONDA… NÃO ignore este e-mail… Sei que o Sr. é um homem ocupado. Mas também sei o quanto é temente a Deus e quanto o amor de DEUS reina em seu coração. SUA VIDA É UM PRESENTE DE DEUS A MUITAS PESSOAS. SEU EXEMPLO TAMBÉM. Louvo a Deus, que ainda existam pessoas assim. Que o Senhor te ilumine, te oriente e guie sempre. Fique com Deus, Na companhia do Espírito Santo. Abraços, ________________________________________________________ Resposta: Minha querida amiga: Paz e Bondade a sigam! Também não sei o que lhe dizer. Meu coração estremece sempre que ouço falar de filhos que ficam nervosos com a separação dos pais. Quando os filhos estão conscientes de que a vida dos pais é um inferno, ou um sarcófago sem vida, então, em geral, fica mais fácil iniciar um processo de divórcio, visto que a constatação dos filhos é o aval de que as coisas estão ruins, ou, na maioria das vezes, sem muita chance de “salvação” conjugal. Mas quando há filhos que não compreendem, então, tudo se complica. De outro lado, entendo o seu drama. Você não disse a sua idade; mas pela idade dos filhos, e tendo uma filha casada, suponho que você esteja entre 38 ou 44 anos. Portanto, trata-se de uma idade critica para a alma humana. A aproximação dessa estação da vida chamada de “meia-idade” gera muitas reflexões. Em geral, nessa idade, tudo aquilo que a gente deixou sem acerto dentro de nós, volta com o poder de enormes cobranças interiores. Ou seja: quando a gente não encontra nossa própria sombra Antes dessa estação—a sombra, que é tudo aquilo que se suprimiu, reprimiu, ou sublimou na alma—, a sombra nos encontra por conta própria nessa época da existência. Então, o resultado, é que a alma fica querendo “acertar as contas” com a gente; e as questões que ela levanta são verdadeiras; embora, para nós mesmos, e para muitos à volta, pareça que se trate de uma crise de adolescência; e, nós mesmos, muitas vezes, interpretamos os sentimentos de modo moral, e os reprimimos, fazendo com que eles se recolham por um tempo, para então, depois, explodirem de forma mais grave; num caso como o seu muitas vezes gerando uma relação extra-conjugal; o que torna os desfechos muito piores. Além disso, é fácil entender a situação de uma mulher que é grata ao marido que a ajudou a criar dois filhos do primeiro casamento, que tem um filho adolescente do atual casamento, mas que não tem vida conjugal com o marido há cinco anos, e não o vê desejar mudar nada; ao contrário, arranjando uma desculpa esfarrapada acerca de gravidez indesejada justamente na era dos contraceptivos, da camisinha, e de todas as outras garantias de sexo sem filhos. Ora, isto sem falar que um homem que acha que já teve todos os filhos que queria e poderia ter, pode, com toda simplicidade, em apenas 45 minutos, realizar uma vasequitomia, e, ele mesmo, ficar para sempre despreocupado acerca desse problema. Quando tive o último filho que achei que podia ter responsavelmente, eu mesmo fui e me vasequitomizei. Nunca mais pensei no assunto. Tranqüilidade total! O que me parece, à distância, é que o seu marido é um homem inseguro—daí ele “alegar” tudo o que faz (apenas para não ser esquecido)—, e que teme ficar sem você, talvez, não necessariamente pelo casamento em si, mas pelo medo de não dar conta do recado sozinho. Ou seja: ele não liga mais para o sexo, e não tem expectativas conjugais, mas gosta da segurança familiar, e sente-se seguro sabendo que você cuida de tudo aquilo que diz respeito a tranqüilidade dele e da família. Ora, não há porque haver alarme quando uma mulher ainda jovem e com desejos de mulher no coração, sente-se abandonada pelo marido; e, mais que isto: vê seu filho sair de casa em razão de que o homem da mãe dele se mostra mesquinho no fazer; enquanto a razão da briga (o marido), não atende aos anseios mínimos da mulher, e ainda se incompatibiliza de tal modo com o filho dela, que o rapaz sai de casa. O que seu marido pede a você é que se torne uma esposa celibatária. Ora, a questão é uma só: ele tem cara de quem não gosta mesmo de sexo, ou estará ele apenas querendo o pacote da segurança (com você), sem sexo, em razão de que essa questão ele resolve em outro lugar e de outra forma? É obvio que isto não dará certo se ficar assim… No entanto, você disse que o amava antes, e que foi de uns tempos para cá—há pouco tempo—, que você viu esse sentimento morrer em você. Ora, não se pode tomar uma decisão conjugal e familiar dessa magnitude apenas porque há pouco tempo se deixou de sentir “amor” pelo marido. De fato, sem amor não adianta; e, além disso, sem amor o casamento é pura tortura. No entanto, as certezas precisam ser mais profundas, e não o fruto de um sentir recente. O que provavelmente aconteceu é que ele se mostra mesquinho no fazer, vive incompatibilizado com seu filho, privilegia apenas o filho “dele”, é chato pra caramba, e, para piorar, nos últimos cinco anos decidiu que você não precisa mais de sexo e carinho como mulher; e, por conta de tudo isto, seu coração colapsou de cansaço, sem falar que sua auto-estima deve ter se precipitado de cabeça para o abismo das carências. Sendo assim, sugiro-lhe algumas coisas: 1. Chame seu marido para conversar e diga a ele o que você está sentindo. E diga que ele tem de mudar no básico, e que o que você pede dele são apenas duas coisas: vida conjugal normal (lembre a ele acerca da vasequitomia), e que quer vida familiar, sem brigas e sem expulsões de casa. Diga também que você não suporta mais receber a “conta das bondades” deles. Seja clara, simples e franca. E deixe-o certo de que não havendo mudança, você vai fazer as mudanças que você julga coerentes com o presente estado de coisas que se instalou entre vocês. Dê uma sacudida nele. Se ele responder bem, vocês têm uma boa chance de tentar outra vez. Se ele não der uma resposta pratica e boa, então, ande na direção de encaminhar a separação com calma. 2. Chame seu filho com ele (o de 14 anos), e explique tudo. Sim, com todo carinho, respeito pelo pai, e verdade para com você mesma. Diga a ele que você está morrendo… E afirme que seja qual for o desfecho, nada afetará a relação dele com o pai, os irmãos, e muito menos com você. No entanto, diga ao seu filho exatamente o que você me disse nesta carta, pois, desse modo, ele que também a ama, terá uma chance de entender seu coração. No entanto, não ponha seu filho no meio do problema. Deixe claro para ele que ele nada tem a ver com isto, e que ainda existe uma chance de recomeçar as coisas, mas que isto dependerá da reação-resposta do pai dele. Mostre que você não quer acabar o casamento, e que você apenas quer ter um casamento; que é o que hoje você não tem. Faça tudo isto sem rancor, mágoa, ou cobrança. Seja clara no que é um direito inalienável seu. O dele existe também. Ele só não pode é querer reinventar um novo modo de ficar casado, sendo que você é quem paga a conta, vivendo como uma “jovem esposa celibatária”. Pense no que lhe falei e me escreva outra vez! Estou orando por você! Nele, em Quem nem na separação o ódio pode ter vez, Caio