EXPERIÊNCIA DE TRABALHO COM O CAIO NO CAMINHO- Fonseca

 

Aceitei a Jesus Cristo com 18 anos, 27 anos atrás. Fui pastor de uma igreja por 11 anos até ser expulso por pregar que devemos amar a Jesus Cristo mais do que a religião e do que a denominação que ela guarda em si mesma e que o pacto que fazemos é com Jesus Cristo e não com a denominação religiosa.

Após essa expulsão, perdido e sem um rumo certo, li com um irmão que amo e respeito muito um livro que traz como foco uma igreja que se estabelece em lares e que se propaga na convivência desses lares, onde cada presbítero é um pai de família e que o Espírito Santo se encarrega de fazer com que a igreja se expanda pela própria ação do Evangelho estabelecido em amor.

Ficamos balançados por esse livro e pela proposta que ele carregava, embora eu não conseguisse dar avanço a este projeto, pois sugeria algo completamente sem um “controle de qualidade”.

Este livro é “CASAS QUE TRANSFORMAM O MUNDO – IGREJAS NOS LARES” de Wolfgang Simson, cujo tema de orelha é: “De um máximo de organização com um mínimo de organismo é preciso passar novamente para um mínimo de organização com um máximo de organismo.

Nesse intermédio eu e esse irmão encontramos o Pr. Caio Fábio e o Caminho da Graça e ali nos aninhamos e fomos alimentados, socorridos, ajudados, reconstruídos, amados e recebidos.

Isso causou na minha vida a “SÍNDROME DE ITAI, O GETEU” 2 Sm. 15:21.

Como a proposta do Pr. Caio é que o dom de cada um se manifeste, o dom do chamado na minha vida se manifestou.

Com um mínimo de organização, estamos vivendo um Evangelho pleno em Cristo.

Porém não consigo viver no Caos das incertezas de quem anuncia o Evangelho ou por que o faz e com qual intenção.

Meu medo pessoal quanto a isso é NENHUM. Porém, minha preocupação “pastoral” é que isso se transforme em algo celular, onde cada presbítero faz de si e do próprio lar o modelo a ser seguido ao invés de reportar ao Evangelho o próprio modelo de ser.

Não houve medo pessoal quando li esse livro mencionado por mim, pois não deixaria a minha vida como modelo para ninguém, antes tenho prazer é no Senhor e anuncio Ele desde a minha chamada para pregação do Evangelho DELE.

Porém, como pastor, minha preocupação são as OVELHAS que não alcançaram o que eu já alcancei e não ficaria em paz de saber que algo que eu participo pudesse estar trazendo opressões ou constrangimentos a outros.

Como quem oprime e constrange ovelhas são pastores, eu prefiro que haja um controle sobre os “pastores” para que as ovelhas não sejam controladas por eles.

Trocando em miúdos: os pastores têm, sim, que se reportar a quem tem autoridade de Deus sobre eles. Se não temos autoridade sobre nós, fazemos o que queremos.

Quando temos autoridade sobre nós, nos submetemos uns aos outros no Senhor.

Eu sou “pastor” em Taguatinga. Porém reporto tudo ao Caio, sem nenhum problema. Porém faço lá o que eu “entendo” que seja bom para Taguatinga.

Como somos poucas pessoas, estou trabalhando “consciência de Jesus Cristo” num estilo aula: professor e alunos com participação de todos.

Embora eu toque violão, se ninguém aparecer para tocar, vamos ficar sem violão, senão eu tomo conta de tudo e suprimo o dom que Deus dá a cada um, posto que eu toco violão muito bem.

Por não tocar violão lá, eu deixo que esse “problema” perturbe os próprios irmãos de lá e eles se virem para aprender, aprimorar, correr atrás, caso desejem que haja um período de louvor. E assim está acontecendo.

O Caio não me perturba em nada quanto a isso.

Outro dia apanhei o que sobrou da oferta e dei comprei comida para uma casa de uma irmã mais carente. Nada disse ao Caio!

Depois que eu fiz isso, somente depois, é que eu disse para o Caio. Ele ficou feliz da vida, pois isso é o EVANGELHO!

Não houve “intromissão” nenhuma do Caio. NENHUMA! Porém, mesmo assim, eu me reportei a ele. Qual o problema nisso?

O Caio nunca ligou para mim para cobrar algo de nada! NÃO. E por que? Porque o EVANGELHO é JESUS CRISTO e ELE concede a capacitação ou talento a cada um como ELE faz e distribui.

Se, pois, estou “afinado” no que o Pr. Caio está propondo e me ligo a ele, para que cobranças, então, posto que confiamos uns nos outros?

Porém se eu deixo de enviar um e.mail para o Caio, significa que eu não quero que ele saiba o que eu estou fazendo em Taguatinga! Por que essa rebelião da minha parte? O que eu ganho com isso?

Não estou preso a ele por nenhum contrato. Me liguei a ele por iniciativa minha e não dele. Não fui cooptado por ele. Apenas vi nele e nas palavras que ele prega, alguém que alcançou o que eu sempre desejei em Cristo, só que com mais profundidade do que eu.

Assim sendo, quando me reporto a ele, não o faço por sub-servilismo
idiotado, mas por autoridade própria, pois compartilho com quem sabe mais do que eu, com quem viveu mais do que eu e com quem tem dado provas e mais provas e mais provas de que é alguém completamente lúcido e determinado em JESUS CRISTO e não em se locupletar DELE. Desse modo, quando me reporto a ele, corro o risco de errar menos.

Isso é o que mais desejo na minha vida: cometer menos erros com as ovelhas de JESUS CRISTO.

A última coisa que o Caio está fazendo é fundando outra igreja. Isso pode até um dia virar uma “igreja” com todas as idolatrias que ela carrega. Mas isso só acontecerá depois da morte dele, conforme ele mesmo diz.

Como eu devo fazer parte de JESUS na minha geração, vivo a minha geração NELE, não me preocupando com quem vai enterrar seus mortos amanhã.

Não é ele quem quer fundar igreja, não. Somos nós é quem somos idólatras e nos preocupamos com coisas que ainda não existem, ao invés de vivermos o dia chamado HOJE. Por causa disso nos sacrificamos e nos preocupamos com o dia de amanhã, quando devíamos apenas nos alegrar de que um MENINO NOS NASCEU,
UM FILHO SE NOS DEU: JESUS CRISTO HOJE!

Se eu for dar ouvidos a que estão falando do Caio ou do Caminho, eu não vou viver a liberdade de ser eu mesmo no meu dia de HOJE. Como nem o Caio está se preocupando com isso, apenas anunciando o EVANGELHO, porque deverei eu me preocupar? Vou viver, pois, o Evangelho, também! Me esbaldar no Evangelho no dia chamado HOJE, pois o amanhã não me pertence.

Assim sendo, eu não gasto nem tempo “pensando” em como será ou o que será. Gasto meu tempo VIVENDO, como aconteceu em João Pessoa. Eu estava de férias. Porém um grupo quis ouvir algo que eu estou vivendo, então fui e preguei o que eu estou vivendo, sem me importar se iria ser aceito ou não, pois não passa pelo escrutínio de ninguém nessa terra o que é bom ou não para mim, pois vivo NELE em espírito (meu) e em verdade (dele)! Sem coleiras e sem cangas, como disse um sábio irmão de lá.

Se o Caio assume a possibilidade de uma falsificação do que ele está
pregando, é porque está dando a cara à tapa. Isso não é fácil não! Ele tem milhões de formas de ficar rico, mas não quis enriquecer a custo da sua consciência NELE. Caio não barganhou e nem barganha com ninguém.

Tudo o que ele diz está no site dele! Ele não pode ser por outros, somente por ele mesmo.

Pergunto: é isso o que queremos?

Estarmos participando de algo que não nos custa uma barganha?

Por não barganhar com ninguém, o Caio a ninguém coopta. A ninguém chama: “VENHA PARA O NOSSO MEIO”. Antes pelo contrário. O que ele diz é: “SE QUISER VIR, VENHA. MAS NÃO VOU BARGANHAR CONTIGO MINHA CONSCIÊNCIA NELE PARA ATENDER ÀS SUAS PERSPECTIVAS”.

Eu, pessoalmente, como deixei tudo para trás, não tenho nem mais o que comparar. Comparo somente VERDADE com VERDADE. O que é, é! Ponto! Tive a bênção de ter sido criado no ATEÍSMO. Então não trago em mim nenhum viés religioso. No máximo alguns cacoetes que adquiri em vinte e cinco anos dentro de igrejas que tentaram me podar, debalde. Porém estou me curando desses cacoetes por serem ridículos em mim.

Muitas pessoas parecem que entenderam. Isso me deixa feliz.

A última coisa que queremos é representantes do “CAMINHO”. Isso não existe!

Aliás, quem se coloca como tal é rejeitado por nós. O que queremos é cada um servindo a Deus no dom que recebeu Dele. Nada mais. Sem nos importar com números, com estatísticas, com crescimentos, com rendas. Apenas que cada um possa viver a liberdade Nele, em espírito e em verdade.

Assim posto, se alguém julga ser sábio, que passe por estulto para se tornar sábio! 1 Cor. 3:18.

Se, pois, eu passo por estulto diante da minha consciência, eu parto da premissa de que existe algo a aprender e que tem alguém que me ensina!

Quando eu me posto assim diante de mim mesmo, NUNCA me considero um representante do CAMINHO, apenas alguém que está em processo contínuo de aprendizagem e caminhando o caminho junto com os caminhantes.

Vou dar um exemplo interessante: ainda no princípio com o Caio, ainda conhecendo-o, ainda analisando-o, vendo nele um professor para mim, disse para ele: “Caio, você é meu tutor”. Ele respondeu para mim de pronto: “E você, Fonseca, é o meu”.

Sábio, eim! Não as palavras, que por si só seriam mortas. Mas a atitude do Caio é de alguém que realmente me tem como tutor em muitas coisas. E, se me tem como tutor, tem muitos outros, como tutores, também. Ou seja, não se julga o REI DA COCADA PRETA. Mas alguém que está em contínuo processo de aprendizagem também.

Saliento, pois: não há nenhum “SISTEMA” sendo implantado.

Apenas uma pregação sendo pregada e pessoas dando crédito a ela das quais eu sou um, posto que corro nas Escrituras para CONSTATAR que realmente é assim.

Como eu não me sinto pronto (e espero nunca me sentir) para estar à frente de nenhum trabalho, convirjo todas as minhas dúvidas, todos os meus atos diante de um rebanho, toda minha pregação, etc., a alguém que entendo estar mais “pronto” do que eu.

Assim nós somos iguais em tudo. Tanto os que não se sentem prontos, quanto eu, também, não me sinto pronto. Assim, por não nos sentirmos prontos, é que somos abençoados por QUEM nos capacita. Quem se julga pronto é soberbo e presunçoso e domina sobre o rebanho com RIGOR e DUREZA! Eu não quero isso para mim e nem tomar parte em algo assim!

Destarte, se lá em Taguatinga houver três mil almas convergindo para um lugar só, pelo fato de estarmos vivendo o mesmo EVANGELHO, não terei como mais processar a nossa reunião como se fosse uma “escola”, numa interação aluno-professor. Antes terei que PREGAR o Evangelho, como Jesus fazia às multidões, pois Jesus é o meu guia, a minha lâmpada, a minha fôrma de ser e estar.

Porém, se isso acontecer ou quando isso acontecer, o Caio disser para mim: “Fonseca, Taguatinga já está bem. Vai agora lá para onde não tem ninguém, pois seu chamado é para evangelizar”, sairei de Taguatinga e Deus estará levantando outros servos lá que não se julgam os DONOS de nada, para caminharem junto com os irmãos de lá.

Eu irei com o maior prazer realizar aquilo para o que eu fui chamado! Isso, enquanto eu tiver forças e enquanto minhas pernas me agüentarem.

Se após isso fizerem do CAMINHO uma igreja idólatra, ao invés de um caminho que se anda NELE, problema de quem assim fizer. Ele dará conta a Deus na sua própria geração.

Duro isso para quem ouve.

Antes eu dissesse: VENHAM PARA JUNTO DE NÓS! Seria mais fácil para todos.

Mas como eu não vou nunca dizer isso, como eu sei que o Caio também não e, como eu sei que não é “JUNTO DE NÓS” que Deus efetua tanto o querer quanto o realizar, segundo a Sua boa vontade (Fil. 2:13), compete a quem ouvir e à consciência de quem ouvir se o que quer é o mesmo que nós estamos vivendo NELE.

Se assim for, estamos juntos no mesmo caminhar NELE, não nos importando se quem nos ouviu é capaz ou não. Aliás, quanto menos capaz, melhor, pois a FORÇA DELE se aperfeiçoa é na nossa incapacidade e fraqueza.

Quem se sente capaz e pronto é quem nos tem dado os maiores problemas.

Penso assim: Ao Caio, compete pregar o que Deus tem lhe dado. A mim, compete multiplicar o que eu tenho recebido de Deus através do Caio (pois assim entendi o meu chamado). A quem ouve compete discernir o que quer, ou não, e tomar uma postura própria, pois, coxear entre dois pensamentos é idolatria (1 Re. 18:21).

Escrevo isso para que quem possa ler se sinta fortalecido NELE, na verdade DELE e na determinação de cada um mesmo, posto que a ninguém julgamos e não julgaremos ninguém por qualquer decisão que venham tomar.

Nem mesmo condenar alguém dentro de nós mesmos como obstinado apenas por tomar uma atitude distinta da nossa, se for esse o caso, pois SABEMOS que cada um é CIDADÃO DO REINO em Cristo.

Cada um responderá pelo seu próprio chamado diante DELE, assim como eu mesmo responderei pelo meu.

Porém o tempo urge e quanto mais desequilíbrio houver dentro de nós, mais sujeitos às angústias estaremos e mais enfraquecidos como gente permaneceremos.

Um abraço e um beijo com muito amor e carinho.


Fonseca