FIQUEI LIVRE E ESTOU NO CAMINHO



—– Original Message —– From: FIQUEI LIVRE E ESTOU NO CAMINHO To: Sent: Sunday, May 08, 2005 2:31 PM Subject: SAUDAÇÃO!!!!!! Querido Pastor e amigo do Caminho …. Que bom tê-lo como um amigo …. Fiquei imensamente feliz ao entrar no site na semana passada e rever uma de minhas cartas “recolada”. Te escrevi no dia 23/10/2003, você a intitulou sabiamente de “Consegui me libertar da tirania do medo”. Fiquei feliz; por que só Deus sabe a grandeza dessa liberdade na minha vida. Passei 36 anos “enjaulado” dentro de igrejas evangélicas. Conheço bem o que essa religião pode fazer na alma das pessoas. Deus sabe o quanto mal fiz a mim e a muita gente. Não vivia, fingia que vivia. Era um grande hipócrita. Como fiz mal aos meus filhos, impedindo-os de viverem, em defesa dos “bons costumes” … NÃO ESCUTE MÚSICA MUNDANA!!!!! NÃO FAÇA ISSO!!! NÃO FAÇA AQUILO … NÃO .. NÃO… NÃO …. Passava pra eles o que a pastorada fazia comigo: controle total e tirânico! Hoje eu e eles somos livres e firmes no Evangelho. Quando ouvia aqueles chavões evangélicos; tipo: “Quem tem Jesus tem tudo…” Para mim era um horror, pois nunca fui feliz com o “Jesus dos crentes”. Conheci o site bens antes de escrever a tal carta “consegui me libertar da tirania do medo”. A partir daí tudo foi ficando claro. …. Lembro-me que quando te escrevi e li a carta no site pela primeira vez, fiquei apavorado; várias noites sem dormir; com medo da cambada saber quem escreveu aquilo … Depois todo esse medo foi passando, veio a firmeza, as convicções…; o “nada me afastará do amor de Cristo … só o passado pode atrapalhar a experiência desse amor” (que maravilha aquela mensagem do 1o Domingo de maio/05). Esse passado já não me mete medo; inclusive, para quem quiser saber e ouvir, sou o Nonato de Brasília – membro agora tão somente do Corpo Único de Cristo, sua igreja Invisível. Hoje minhas neuroses e angustias vêm a tona e, às vezes, machuco a mim e a outros; mas a consciência que não sou super homem, apesar de paradoxal, me faz ter vitória frente as crises. Nunca esqueço algo que você falou (ou escreveu, não sei)… que precisamos muitas vezes chamar a “sombra” da alma, colocá-la no colo, dar uns beijinhos, e assim acalmá-la dentro de nós. É mais ou menos por aí. Antes eu era neurótico em dar “bom testemunho”, vivia uma falsa vida, como diz você: era um SANTARADO. A Graça em nós não precisa de maquiagens; Ela é por si mesma Graça de Deus, Amor de Deus, Jesus Crucificado e Ressuscitado para Salvação de todos; e ponto final. Tá tudo feito e acabado. Sou livre não para pecar, mas livre para ser eu mesmo em Cristo Jesus. Deixo aqui meu beijo, te encontro no Caminho. Qualquer dia fico um pouquinho mais depois da reunião pra te dar um “abraço real”. Aproveito para parabenizar a Pastora Adriana pelo aniversario e pelo dia das mães. Achei lindo sua carta contando como a conheceu. Sei o que é isso, pois tenho uma “Adriana” na minha vida, minha querida Maristela. Nonato – Caminho da Graça. ___________________________________________________________ Resposta: Meu querido amigo Nonato: Graça e Paz! O tempo vai escorrendo lento, suave, contínuo, inexpugnável, incontrolável, sempre… Às vezes ele parece acelerar, como se sua lentidão desse lugar a outra velocidade. Em geral, tal mudança de ritmo trás consigo grandes mudanças existenciais. É como na chamada História Natural: de vez em quando há uns saltos de adaptação, ajustamento, ou até mesmo de transmutação do indivíduo. Ora, isso é assim na história dos seres vivos. No entanto, nós, em Cristo, estamos num ambiente no qual tais “novas criações” podem e devem acontecer sempre; afinal, a promessa e o desafio são um só: não parar jamais; ao contrário, prosseguirmos transformando-nos pela “renovação de nossa mente”. O que parece ser impossível às pessoas é imaginar que a verdade, se é verdade, tem que realizar os bens que propõe. Não é de inspiração de Jesus que a Verdade seja um código, uma seqüência de Leis, ou de doutrinas, ou de filosofias, ou de formas, ou de tradições! Em Jesus, a Verdade é Ele; e a experiência da Verdade não acontece por um convencimento intelectual, mas sim é fruto de uma vida de fé Nele, a qual se demonstrar primeiro como confiança no que Ele já fez por nós; e, em segundo lugar, como experiência da paz com Deus, que é fruto da apreensão em fé da consciência do bem já realizado em Cristo. Ora, perece normal para a maioria que tudo o que está dito e prometido como bem do Evangelho para o ser, não se cumpra; e, ao mesmo tempo, precise ser confessado “pela fé” como algo maravilhoso, mas que quase ninguém sabe o que é. Assim, a maioria aprendeu a decorar as palavras do Evangelho ou da Bíblia, e as cita; mas muito pouca gente experimenta o bem revelado e prometido para todo aquele que crê. O que é isso? Não acontece por que as pessoas não têm fé? Não! Não é isso! As pessoas têm fé; e até mais que fé: credulidade. No entanto, aquilo no que elas crêem, embora fale de Jesus, do amor de Deus, da graça, da salvação, etc…—é, todavia, ainda, apenas um amontoado de coisas “cristãs”, mas não é o Evangelho mesmo. Jesus não disse que deixaria a Sua paz para quem estivesse em boa situação financeira, ou para aqueles que tivessem bom equilíbrio psicológico, ou ainda para os que se recolhessem num mosteiro, longe do mundo e da vida. Ao contrário, a promessa Dele acontece em meio a um mundo de aflições, mas que não teria o poder de abater o nosso ânimo Nele; visto que confiando Nele, Sua vitória sobre o mundo, é nossa; não como uma mensagem de triunfo, do tipo que diz: “Eu não posso, mas Ele conseguiu. Vejam como Ele é poderoso!” Não! Jesus não é Hercules. A Cruz não era uma demonstração de que Deus pode. Ora, Deus pode! De fato, o que Jesus prometeu é que porque Ele pôde, agora, o que Ele conquistou, é nosso; e o fruto de tal fé e consciência, é paz. Enquanto a Graça for uma doutrina de papel e de livros, nada acontecerá na alma dos crentes! A tristeza é ver as pessoas jogando fora a riqueza de um chamamento que introduz no coração humano a própria eternidade; realidade essa que quando acontece faz com que a segurança do ser redimido pela fé se manifeste como alegria, paz, e liberdade para viver o que convém e o que edifica. Enquanto as Tábuas da Lei não são substituídas na alma pela Consciência do mandamento do amor, e do privilégio da segurança no amor de Deus por nós, nada muda no interior humano. Assim, a pessoa pode ser “crente” o quanto quiser, mas, ainda assim, não gozará paz jamais; e sempre viverá sob a tutela da Lei ou de seus representantes legais: o clero—atordoada pela culpa e por toda sorte de medos e neuroses. O preço que as pessoas pagam pela submissão aos mandamentos de homens é absolutamente inconcebível. Esta é a razão por que a maioria dos cristãos têm apenas “apologia” doutrinaria para fazer em favor da fé; mas não são eles mesmo a grande apologia do Evangelho pela demonstração natural de uma existência livre e pacificada no amor de Deus. Do ponde de vista dos frutos de nossa interioridade, a oferta cristã para ser a salvadora dos homens, fica tão ridícula quanto a oferta de um cego que se candidata a ser oftalmologista dos homens caolhos. Agora, posto o machado na raiz de toda árvore, chegou o tempo de ser ou não ser; de abraçar o Evangelho, ou, de uma vez, assumir que somos apenas filhos de um híbrido, de uma frankensteinização que monta pedaços da revelação conforme a necessidade moral, social, política, econômica; e conforme o curso deste mundo. O que tem que ficar claro de uma vez para sempre é que a mensagem “evangélica”, conforme ela se tornou, não realiza paz em ninguém, e não produz o fruto do Evangelho; sendo, portanto, não sendo culpa de quem não experimenta a paz prometida, mas sim culpa daqueles que falsificam a mensagem e dizem aos crentes que eles só não têm paz com Deus porque são corrompidos de alma e não têm fé. Mentira! Eles não têm paz apenas porque ainda não entenderam e nem receberam a mensagem do Evangelho, conforme ela é. Como fico feliz que você esteja tão bem, mesmo quando fica mal, ou quando tem as suas lutas. É assim que se caminha… esquecendo as coisas que trás ficam… Receba meu beijo carinhoso; e me procure domingo lá no Caminho. Nele, em Quem o que é, é, Caio