O dia já nasceu, e hoje  eu sei que estar no céu é ver a vida como Jesus a via, e é ser em Deus como  Jesus é-era-é.
“Eu e o Pai somos um” é a vocação de todo ser humano; e  isto é estar em Cristo.
A tomada dessa consciência começa em alguma forma  de conversão—instantânea ou gradual; abrupta ou sutil—; e a saúde é consentir  com sua progressão em nós. 
Somente o Filho, Jesus, viu o mundo com os  olhos do Pai.
Minha vocação em Cristo é buscar ver com os olhos de meu  Pai.
Meu Pai é amor!
Aquele que ama, conhece a Deus, e é Seu  filho.
Todo aquele que do Pai é nascido, ama a seu irmão.
E o amor  ao irmão deve ser como o amor de um pai por um filho, ou como amor do Filho  pelos pais-filhos-seus-irmãos; pois esta é a visão que nos ilumina cada vez mais  os olhos e o entendimento para começarmos a ver desde o céu.
Pensar nas  coisas lá do alto, e não nas que são aqui de baixo, deve ser nosso  enxergar-pensar; e buscar tais coisas deve ser nosso viver-existir.
O  amor do Pai é o amor do Filho, e como vínculo nos vocaciona a todos, como filhos  e irmãos, a abrimos os olhos dos nossos corações para vermos a vida com esse  olhar de amor e graça.
Esse novo olhar é um ver na Graça, pois o Pai é  amor.
Esse novo olhar nos desvenda os olhos para ver para além das  cortinas dos tempos, das morais, das religiões, das classes sociais, das raças,  das cores, das dores, dos males, dos enganos, dos bem-feitos-feitos-bem, dos  mal-feitos que não foram por maus-feitos; a discernir as limitações das prisões  do olhar dos outros; e os grilhões que acorrentam à distancia aqueles que se  amam e não se aproximam na verdade; a discernir as tiranias dos valores que  impedem gente que se ama de simplesmente se aceitar, se entender, se perdoar, se  acolher, se reanimar, se enxergar sem medo, se encarar em amor, e andar de mãos  dadas para a vergonha das trevas.
Sim, hoje eu sei que estar no céu é ver  a vida como Jesus a via, e é ser em Deus como Jesus é-era-é.
Quero não me  acovardar de minha vocação para esse ver-sentir-agir neste mundo. Do contrário,  estarei atrasando em muito a chegada da vida eterna como o entendimento de meu  existir terreno. 
Por que quem já passou da morte para a vida tem que se  sujeitar tanto à escravidão do olhar desse mundo?
Manter a mente  crescendo em Cristo é não aceitar essa conformação, que é o grilhão que  acorrenta nossa liberdade na cadeia dos juízos e dos sentimentos escravizados  pela tirania de deveres que existem contra o amor.
Caio, segunda  madrugada depois da morte de meu filho Lukas.