HOJE PAPAI MORREU DUAS VEZES!

 

 

 

   

HOJE PAPAI MORREU DUAS VEZES!

 

 

 

Sim! É fato. No dia 5 de setembro [entre o entardecer e o anoitecer] meu pai morreu duas vezes…

 

Depois de passar por tudo: retirada da próstata com câncer; a bexiga operada; rim direito operado; rim esquerdo cortado em 1/3; o intestino cortado para se retirar uma área necrosada; fazendo uma septicemia que se afigurou terrível, e sem causa, até que o Dr. Marcel intuiu algo sobre o intestino, e então se a debelou; a seguir uma melhora, e, antão, a súbita dyscrasia do sangue, sendo ele assim considerado tão somente objeto de milagre para sobreviver; e o milagre veio; de modo súbito, conforme aqui narrei no link: O MÉDICO CHEGOU NO MEIO DA MADRUGADA.

 

Então a bonança de uma semana, com tudo muito bem, sem falar em todas as respostas dele ao processo, com expressão de entendimento, alegria, fé, consolação, e, sobretudo, uma imensa paz que dele irradiou e irradia. As perspectivas eram as melhores possíveis: UTI até domingo; mudança para o quarto na segunda; e, até quinta da semana que vem em casa…

 

Hoje, entretanto, me bateu certa inquietação. Latente. Liguei para o Dr. Javier, o amigo e médico que está cobrindo para o Marcel [que está fora da cidade desde ontem, mas que está mais informado do que todo mundo; pois, se comunica de qualquer lugar] — mas não conseguia contato. Até que o Marcel me ligou de fora do Estado e me disse que papai havia feito duas paradas cardíacas [sendo que a 1ª durou 12 minutos…].

 

Corremos para lá…

 

Mamãe, Suely, Ana, Daniel [filho da Ana] e Diego [marido de um das minhas sobrinhas] ficaram fora e eu entrei…

 

Mesmo tendo-o sedado diante de mim, falei em fé ao espírito dele. E senti que fizemos contato, pois, na mesma hora as batidas cardíacas dele aumentaram. Falei do poder que brota da alegria no Espírito Santo; e pedi que ele se fortalecesse na alegria do Senhor. E saí… ante o pedido delicado, porém profissional da enfermeira chefe, que é um doce de gente.

 

Lá fora oramos todos juntos!

 

Meu coração não conseguia ficar inquieto. Uma paz imensa me invadiu. Uma paz silenciosa, certa e ousada no espírito. Confiança mesmo.

 

Então Suely contou que já era a segunda vez que a Lílian, filha dela e minha sobrinha, havia tido sonhos com o papai. O 1º foi quando da dyscrasia, sonho no qual ela viu tudo, nos viu na sala de nossa casa orando por ele morto no Hospital, e o viu sair sorrindo… E saiu. O 2º foi hoje cedo. Ela acordou e, contra todos os quadros de estabilidade do papai, ela disse que havia sonhado que algo muito sério iria acontecer com ele hoje, mas que ele não iria morrer.

 

Minha irmã saiu sem querer pensar em nada disso, é claro.

 

Mas hoje, na sala da UTI, ela nos narrou o 2º sonho, posto que o 1º nos animou naquela noite de oração quando o Senhor interveio milagrosa e inegavelmente.

 

Em casa, falei com o Dr. Marcel, hoje um irmão mais que amigo, e nos comprometemos a simplesmente descansar na fé e esperar boas notícias do Médico dos médicos.

 

Liguei para a Adriana e a atualizei em tudo. Então falamos que havia uma obra a ser feita e que ela não estava acabada mesmo… Nisto, logo depois, o meu celular toca. Era o Hilton, o anjomeiro.

 

Ora, hoje, durante a ressuscitação de papai, houve quem tenha jogado a toalha e desistido… Mas o Hilton não. “Enquanto Quem diz a última palavra não falar, eu vou tentando tudo o que eu puder…”. E papai voltou e o Hilton estava em cima dele insistindo em fé. É um daqueles acerca de quem Jesus um dia disse: Nem em todo Israel eu vi fé como esta!

 

Agora, no entanto, estava ele outra vez ligando…

 

“Seu Caio! É uma maravilha. Esse Deus é maravilhoso. É muita glória seu Caio. Sabe o quê? Eu tava aqui cuidando das coisas quando olhei pro homem… Acordadinho, de olho aberto, olhando para mim… Assim, tipo me chamando… Aí falei umas coisas como o senhor fala no ouvido dele, essas coisas da fé. Então falei que o senhor tinha orado com ele e que a mulher dele e os filhos estavam orando… E que Deus tinha ouvido… Aí perguntei: “E o senhor, heim”? Deu um susto na gente!… O que foi? Foi dar uma voltinha, é?”.

 

A essa altura eu estava em lágrimas de gozo! Doze minutos apenas com a pressão de oxigênio, mas sem batimento cardíaco algum, poderia deixar seqüelas graves!

 

“Seu Caio. O homem só não gargalhou porque não dá, mais riu de dente pra fora que eu nem acreditei. Chamei o outro plantonista e perguntei tudo de novo. Pois não é que o homem deu aquele riso de dente pra fora!… É muito bom. O que eu tô vendo aqui já vale toda a carreira. É muito lindo. É um privilégio seu Caio. Não sou de igreja, mas estou lendo a Bíblia. E olhe: eu creio que tudo é possível para Ele que está acima de nós!”

 

Saí correndo pra dizer para mamãe, as manas, minha mulher e ao médico, o amigo Marcel; e que agora é também meu mano na confiança.

 

Continue orando, se alegrando e agradecendo!

 

 

O Senhor é bom, e a Sua misericórdia dura para sempre!

 

Aleluia!

 

A Ele seja a glória eternamente. Amém!

 

 

Nele, em quem tenho toda minha adoração,

 

 

 

Caio

 

06/09/07

Manaus

AM

 

Hoje meu irmão Luiz Fábio, partido para a pátria em 1976, estaria fazendo 49 anos.