—– Original Message —–
From: IGREJA OU TERREIRO?
To: [email protected]
Sent: Monday, September 18, 2006 6:23 AM
Subject: IGREJA OU TERREIRO?
Amado Caio Graça e Paz!
Sobre o caso da Universal (narrado no site), aqui em Goiânia aconteceu algo muito pior: uma colega minha, Antônia, que realizava um trabalho social no Poder Legislativo, foi a uma das unidades da “igreja” e lá “cismaram” que ela estava com demônio, só que ela estava tendo um DERRAME CEREBRAL. Ela caiu e eles continuaram, literalmente, “de turma” em cima dela, expulsando o tal ou os tais demônios.
Resultado: Toinha (como era chamada por nós) morreu ali mesmo e só foi socorrida depois de duas horas.
O caso não teve muita repercussão, mas nós, que trabalhávamos com ela, ficamos sabendo como foi que aconteceu.
Parece que ficou por isso mesmo, mas Deus VIU e VÊ!
Eu mesma, antes disso, fui lá com minha irmã, a convite de uma vizinha. Veio uma “obreira”, colocou a mão sobre a cabeça da minha irmã e a forçava fortemente num movimento de vaivém (acho que eles fazem isso pra pessoa ficar tonta e cair – só pode ser – pela violência do movimento).
Controlei-me para não rir, mas depois fiquei foi com raiva!
Ela então disse: “- Sua filha está com a pomba gira”.
Surpresa: minha irmã não tem filha, mas dois FILHOS HOMENS!
Depois disso eles distribuíram um suposto xampu de arruda, para os fiéis lavarem suas cabeças e assim se livrarem dos “encostos”.
Se isso não for macumba, então o que é?!
Horrorizei-me com aquela “igreja”.
Só pessoas muito cegas continuam a visitá-la!
Por que as autoridades nada fazem sobre isso?
Pergunto pra Deus: até quando Senhor Seu Santo Nome será misturado com isso?!
A misericórdia Dele é mesmo infinita!
Nele, que nos gera uma fé simples,
Marta
_____________________________________________
Resposta:
Minha querida amiga: Graça e Paz!
É incompreensível a permissão que qualquer coisa feita em nome da religião tem para fazer aquilo que se um cidadão comum, ou qualquer pessoa no exercício da profissão (médico, dentistas, psicólogo, advogado, etc.) — fizesse, a levaria direto para as barras do tribunal.
O que diferencia uma ação de fé pura e simples, de um ato de charlatanismo ou de uma macumba?
A ação da fé não usa amuletos como se fossem remédio. Por isso Jesus não mandou curar usando nada. Nada. Apenas impondo as mãos. Se Ele tivesse mandado usar algo, essa coisa teria que curar; e, assim, seria algo com propriedades médicas ou mágicas.
Ora, se em tal coisa “receitada” para promover a cura não fossem encontrados tais elementos médicos de cura, a “receita” de cura seria um amuleto, para quem a recebesse; e um ato de charlatanismo, por parte de quem o ministrasse.
Além disso, mesmo quando não se ministra sobre a pessoa algo como o tal xampu de arruda (entre os milhares de amuletos que eles deliberadamente inventam) — ainda assim, não se pode obrigar a pessoa a parar tratamentos médicos e coisas do gênero.
A verdadeira fé, quando cura, cura; e não se ocupa de negar qualquer outro meio de cura. Afinal, tudo o que cura, não sendo objeto de misticismo e mágica, é algo originalmente criado por Deus como elemento natural.
Quem se propõe a tratar pessoas como se médico fosse — seja um pastor, um analista, um sacerdote, um pai-de-santo — tem que assumir responsabilidades legais pelo que faz.
Na antiga Mesopotâmia, quando reinava Hamurabe, um pouco antes de Abraão aparecer, havia uma legislação que dizia que se alguém prometesse curar outra pessoa, e não o fizesse, e a pessoa morresse — ambos, o morto e o médico com síndrome de todo-poderoso, eram jogados no Rio Eufrates: o defunto devolvido às águas; e o falso médico o acompanhava vivo.
O que o Brasil precisa atualmente é de um Código de Hamurabe!
O que esse pessoal faz, do ponto de vista do Evangelho, saiba: é macumba!
E é impensável que as autoridades assistam a tais abusos de modo impassível e omisso!
Enquanto a religião tiver poderes especiais ante a Lei Civil e até Criminal — veremos esses abusos sendo perpetrados.
A religião tem poder para matar e ou para deixar morrer. E fica por isso mesmo!
Entretanto, é o silêncio da população justamente o poder de vácuo no qual esses bruxos surfam até o fim…
Dá-me náusea!
Nele, em Quem o lobo será um dia dês-vestido e exposto,
Caio