INFINDAS QUESTÕES TEOLÓGICAS: exumação de Deus!



E Deus continua a ser objeto de nossas exumações teológicas. Vira, mexe, voltam as mesmas questões… Aliás, tais questões são em si mesmas o obituário daquilo que se propaga como fé, e estão nas lápides de todos os “doutores em Deus”. E que questões são essas? É de pasmar, mas elas representam “teologias” inteiras; e, em razão deles, muitos foram perseguidos e mortos. Eis que aí estão, apenas algumas delas… Deus predestina? Ele apenas sabe antes? Ele não sabe, mas vai sabendo com a troca com a própria vida? O que é Soberania de Deus? É que Ele sabe e intervém? É que Ele apenas sabe? É que Ele é apenas antes de tudo, por isso é Soberano mesmo não sabendo tudo? O que é Livre Arbítrio? É que se pode ser o que se quiser ser? É que não existe Soberania, mas apenas Poder de Deus contra a liberdade do homem, ou em favor dela? Deus realmente Sabe? E se Deus sabe tudo, por que não deu um jeito de fazer diferente, ou até, quem sabe, nem fazer? O homem é responsável? Seríamos nós ainda culpados de fazermos parte de uma coisa que já existia para alguém todo-poderosos antes mesmo de vir a ser? Não seria a culpa exclusivamente de Quem decidiu criar assim mesmo? A vida humana faz sentido? Que razão há em que a existência tenha qualquer sentindo se tudo já está predeterminado? E por que serei julgado por não ter sido melhor, se, antes de tudo, todas as coisas já estavam escritas e determinadas, sem que nenhuma delas houvesse ainda? E se havia outra alternativa, como terá sido Deus Soberano em amor se me elegeu para a vida que tenho, e pela qual recebo punições? Existe Bem e Mal? E se existe bem e mal, então, por que Deus nos criou e nos deixou de modo tão entregue a forças e condicionamentos demoníacos? E se nos criou, por que, então, proíbe em nós a vazão de nossos próprios instintos? E se os proíbe por não serem mais bons, seria então por que são maus? E, se são maus, como poder tirar da vida qualquer prazer? Ou, então, como saber quando é permitido? Ou terão perdido os humanos o direito ao instinto? Será o instinto materno mais digno do que o instinto sexual, se é justamente em razão de uma relação sexual que o instinto materno será ativado na mulher? E, afinal de contas, para quê toda essa discussão? Por que se tem que saber a vontade de Deus? Onde está a vontade de Deus? Como conheço? Por que tenho que conhece-la? Por que Ele não a revela a mim sempre? Mas se me deixa decidir, então, por que também não entende que desse modo eu só aprenderei tentando, e que tentando poderei errar? Ou será que a coisa é complicada assim mesmo? E se Deus realmente for como dizem? E se Ele for ciumento e caprichoso? E se for cheio de ira? E se não perdoar jamais, e, portanto, for capaz de danar alguém para sempre? E se Ele for tão básico em seu Todo-Poder que for capaz mesmo de se importar com coisas absurdas? E se realmente o céu for esse paraíso tedioso pintado pela religião? E se todo o propósito de Deus era meio sádico mesmo? E, assim, Ele estabeleceu um jogo de poder moral para ver quem ‘se sai melhor’, premiando os superiores e condenando os incapazes ou indolentes? Eu poderia sair fazendo perguntas para sempre… Perguntas! Coisas fáceis de fazer! Respostas! Coisas fáceis de quase dar! No entanto, não há questão, o justo vive pela fé; e, essa fé, trás Deus explicado-intuido-revelado-forte-satisfatório em nós e para nós. Jesus não fez nenhuma dessas perguntas e nem se ateve a nenhuma delas. Ele apenas se revelou como Verdade, e convidou os homens a seguirem-no, posto que a Verdade não é explicável, mas apenas experimentável, e, no ato da experiência, ela se auto-explica com categorias não explicáveis, dando, todavia, consciência e paz para o entendimento daquele que crê. Deus é! Se quisermos ser mais extensos no falar, então, digamos: Deus é amor! Mas uma hora dessas, com mais paciência, eu explico melhor porque o Deus que é, está para além de todas aquelas questõeszinhas às quais fiz referencia. Muitos, todavia, já sabem… só não podem nem mesmo começar a explicar. Aliás, a maior façanha nesse caso, é apenas ver um lampejo… o qual, todavia, satisfaz. E é discernido apenas em espírito. Nele, Caio