Num mundo caído como este nosso, onde reina o Espinheiro em todas as instancias de poder Global, e onde o Príncipe é puro mau, como Deus se encarnaria e não o dividiria pelo meio?
“Este menino será objeto de contradição… para que se manifestem os pensamentos secretos de muitos corações…”—disse o velho esperançoso e certo, chamado Simeão.
“Eu não vim trazer paz, mas espada; pois, daqui para frente estarão divididos…”—afirmou o paradoxalmente Príncipe da Paz.
Além disso, Seu olhar do mundo enxergava joio se disfarçando de trigo; e via trigo sendo tratado como joio. Sim, Ele via os filhos do reino e os filhos do maligno, mas não permitia que mãos humanas fizessem a “separação”, pois, os humanos, não sabem ver o coração.
O reino de Deus, para Ele, acontecia na ambigüidade. Peixes bons, peixes maus. Chão bom e chão mau. Luz contra trevas. Sal versus Terra. O pequeno e simples em antagonismo ao grande e poderoso. O que é elevado entre os homens, para Ele, era abominação diante de Deus.
E a separação acontece em tudo: os últimos serão os primeiros e os primeiros os últimos; os que não vêem, esses enxergam; e os que dizem “nós vemos”, esses não viram ainda nada.
E assim vai…
O Cego de Nascença (João 9) já abre os olhos vendo tudo. Mas os que tinham visto a vida toda, no entanto, estavam cegos.
Em Jesus todas as ordens são subvertidas. Nenhuma fica em pé. Enquanto Ele anda todos os sábados se tornam dias de trabalho e todos os dias são dias de descanso e cura. Há um anarquismo divino no Evangelho, o qual se manifesta contra a fonte do Poder, que nunca quer mudar.
Jesus trabalhava muito enquanto praticava o ócio curativo!
E Sua espada fere a tudo e a todos. Abre corações!
Sacerdotes se mostram assassinos, enquanto Centuriões Romanos se revelam como exemplo universal de fé não achável na religião. Fariseus e escribas são feitos tolos ante Sua presença, e se enfurecem. Mas uma pagã o faz exclamar: “Ó, mulher! Grande é a tua fé!”
E Ele segue rasgando…
Seu herói não era Mestre Nicodemos. Ele preferiu mais um “samaritano” herege do que um mestre que não sabia que nascer de novo é também trazer à vida quem está morrendo (LC 10).
Na presença do Evangelho de Jesus e do Jesus do Evangelho, quem era para si mesmo ou para os homens, deixou de ser; e quem não era, passou a ser.
Para concluir, depois de já não estar “aqui”, Jesus mostrou Sua espada de modo esplendoroso quando fez o monstro Saulo virar o apóstolo Paulo: uma espada de Jesus contra a Lei e a falsificação judaizante do Evangelho— e, assim, outra vez, Ele fez cortar ao meio qualquer que fosse a tentativa de criar uma “Dinastia de Jesus” a partir de Jerusalém.
Depois o “cristianismo” criou uma outra, com sede no Vaticano!
Houve até quem tentasse Genebra…
“Unidade”, neste mundo, acontece apenas entre aqueles que discernem o espírito do Evangelho. Do contrário, Jesus causa apenas confusão. A “igreja” e o “cristianismo” que o digam!
Por isto, uma “igreja” sem Jesus e Seu Evangelho, só pode ser o lugar mais dividido desta Terra.
E a invocação de Jesus que não se faz acompanhar de quebrantamento e entrega ao espírito da Palavra, apenas trás para fora de nós o pior de nós.
Sim, manifestam-se, neste caso, os segredos dos corações, mas expressam-se para o mal, pois, sem o discernimento do espírito do Evangelho como Graça, toda relação com o nome de Jesus faz mais mal ao ser, do que a ignorância total acerca Dele.
Jesus, o Príncipe da Paz, é príncipe de paz para os da paz. Para os demais, Ele é espada. Especialmente para a assembléia dos que se reúnem em Seu nome, mas louvam-no com os lábios, enquanto seus corações estão longe Dele. Para esses a Sua espada trás à luz suas próprias maldades, e, além disso, as faz voltar como compulsões para o que não é bom.
Ninguém esqueça: a espada é de dois gumes, não de dois legumes: abobrinha e chuchuzinho!
Nele,
Caio