JULGAMENTO E CARMA?
Mt 7:1-4
A gente julga o tempo todo.
Tudo o que fazemos se estabelece como julgamento.
A estética, a atitude, os modos, a fala, o caminhar, os trejeitos, as larguras dos pescoços e a pequenez de certas testas—todas essas coisas no remetem para o julgamento.
E tais juízos são determinantes no estabelecimento de tudo o que fazemos na vida.
Só que muitas vezes eles são juízos maus!
Pois todos julgaram e por isto igualmente carecem da Graça de Deus.
Carecem?
Por julgar?
Quem disse?
Jesus disse para não julgar.
Não há concessões.
Disse…e ponto.
Você pergunta: Por quê?
Primeiro por uma questão de auto-preservação (1-2).
De fato, é não julgar para não ser julgado.
Quem não gostar, que não faça.
Pois se fizer, experimentará a mesma coisa.
Depois, é também para não julgar por uma questão de auto-percepção (3).
Quem julga não se enxerga, pois aquilo que ele atribui como pecado e escândalo do e no irmão, é justamente aquilo que mais profundamente nele habita.
Daí todo juiz raivoso estar assinando um atestado de quem ele próprio é.
O problema é que ele não se enxerga.
Jesus, entretanto, manda que ele se enxergue antes de tudo.
Quanto menos a gente julga os outros, mais a gente se enxerga; e quanto mais a gente se enxerga, menos a gente os outros.
E por último, Jesus disse para não julgarmos por uma questão de solidariedade (4-5).
Se alguém quer ajudar de fato alguém, então, antes de tudo, enxergue-se.
Só assim um irmão pode ajudar ao outro.
Afinal, ele já viu o quão facilmente ele mesmo deixa de enxergar, visto que, já admitiu traves enfiadas à moda Conde Drácula em seus próprios olhos.
Desse modo, ele ajuda não como alguém que vê um escândalo no outro, mas como alguém conhece aquela condição a partir de si mesmo.
Então, você pergunta: o que fazer então com as coisas que eu vejo?
Primeiramente, discirna tudo, mas não julgue nada em relação a Deus.
Não tripudie sobre a doença ou limitação ou condição de ninguém.
Mas discirna.
Você tem essa instrução.
É baseado em discernimento que a gente escolhe.
Mas uma coisa nada tem a ver com outra.
Baseado num discernimento eu faço uma escolha.
Fundado em julgamento eu emito um juízo.
Depois, use a sua visão para enxergar a você mesmo no outro.
Ele reflete você.
Na maioria das vezes aquilo que mais incomoda a você no próximo é também aquilo que de mais próximo existe camufladamente em você.
Portanto, use o discernimento para escolher, mas não use o juízo para viver e nem para condenar no lugar de Deus.
E mais: sempre é bom saber que quanto mais preciso é o seu discernimento do outro…mais próximo você andou de você mesmo. Por isso, julgue-se a si mesmo.
Desse modo, cumpre-se a Lei de Cristo!
Entenda seu irmão em você mesmo e ajude a seu irmão conforme a visão confessada de você para você mesmo em relação ao que você só viu nele, porque também existe em você.
Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a Lei de Cristo.
Ora, Aquele que ordenou que não julgássemos fez isto apenas para que o fluxo da Graça não se interrompa em nosso favor. Quem quer Graça para si, não oferece juízo para os outros. Afinal, com o critério com o qual julgarmos seremos julgados; e com a medida com a qual medirmos, com essa mesma seremos medidos.
A Graça quebra a lei do carma.
O juízo a re-institui.
Afinal, a Graça quebra o carma, mas a Lei diz que ele existirá sempre que houver um juiz exercendo o juízo sobre o próximo.
E o carma não existe para o réu, mas para aquele se supõe com poderes e capacidades de julgar ao seu irmão.
Hipócrita!
Tira primeiro a trave do teu olho; e, então claramente poderás ajudar a teu irmão!
Foi assim que falou Jesus!
Caio