LÁGRIMAS NO AMOR DE DEUS
Meu amado Caio,
Nem imaginei que estaria lhe escrevendo de novo, no mesmo dia… e às 4 da manhã.
É que, sem sono, entrei outra vez no seu site e, dentre vários textos, li, rapidamente, a carta da Viviane Lima (“Bagunça no Céu” – Gil e Lukas estão lá”). Meu querido, fui subitamente tomado por um incontrolável e – estranhamente – alentador acesso de choro! Minha mulher e filha estão viajando, portanto tive toda liberdade de dar vazão às lágrimas e aos soluços sem nenhuma restrição.
Ah, como é doce chorar-soluçar-sorrindo-grato assim!…
Estranho, mas é possível chorarmos por fora enquanto sorrimos por dentro e vice-versa – e tudo ao mesmo tempo!
Que maluquice, não?…
Que bom saber que ”nada que é humano é estranho a Deus”!
Foi um pranto agridoce, como a língua que apalpa o dente dolorido… Prazer-dor-amor se misturam… Estranho amálgama… Não dá pra explicar…
Sabe, meu caro, hoje (digo, ontem, quinta de manhãzinha, pois sou notívago; durmo e acordo tarde), acordei assustado de um sonho nebuloso, no qual eu e Claudia, minha esposa, chorávamos abraçados e ansiávamos, como nunca antes, pelo céu, por estar no céu, porque, não sabíamos como, tínhamos “perdido” nossa maravilhosa filhinha Vivian, de 4 anos de idade (recém-completados no dia 12 de maio, como o Ciro).
No sonho, eu não só sabia o que a mãe dela sentia, como também SENTIA o que ela sentia, e o somava ao que eu mesmo, o pai, sentia… Dor-amor-flagelação-consolação duplicados… E estávamos, literalmente, sequiosos, des-esperados-esperando pelo céu! Ah, como ansiávamos pelo céu! Meu Deus, que sede de eternidade!
Acordei sob o impacto desse sonho… E fiquei impactado durante várias horas.
Tive um dia esquisito, improdutivo profissionalmente…
Mas… passou.
E hoje, pelo nosso calendário, é sexta, 21.
E “amanhã será um lindo dia (….) mesmo que uns não queiram, será de outros que esperam ver o dia raiar”… E sempre será assim porque já é (isto aprendi com você).
Não sei como terminar, amado, por isso termino por aqui.
Um grande beijo,
Fausto
PS: Obrigado por me fazer chorar lágrimas quentes-salgadas depois de uma eternidade sem chorar de verdade… Só Abba, o Papaizinho do Céu, pra fazer isso por mim, por seu intermédio.