MEU DEUS MORREU! QUE ALEGRIA! ESTOU LIVRE!

 

 

 

—– Original Message —–

From: MEU DEUS MORREU! QUE ALEGRIA! ESTOU LIVRE!

To: [email protected]

Sent: Sunday, January 07, 2007 9:59 AM

Subject: O meu Deus morreu…

 

 

 

Nasci num berço cristão. Filho de pastor. Sempre acreditei em Deus.

Em certo tempo de crise existencial não achei outra opção senão buscar a Deus com todas as forças. E prossegui determinado a encontrá-Lo. Ainda passando por muitas dores e sem entender situações adversas para mim, não arredei o pé.

 

O mundo se virou contra mim, mas teimei no meu propósito.

Estava isolado de tudo e todos, mas persisti crendo que um dia chegaria.

Anos passaram e Ele não vinha, não aparecia. Sentia não ter nada mais a perder e me lancei de vez para Ele. Então Ele me encontrou. Tocou profundamente em minha vida. Vi e enxerguei o que jamais pensara.

Disse comigo: valeu a pena.

 

De fato, Ele é tudo que precisamos…

Mas depois Ele me lançou de volta a realidade. Foi então que descobri que o meu Deus havia morrido. Já não ouvia minhas orações. O que eu lhe pedia… Não me dava. Quando precisava Dele, Ele me deixava…; e eu perdia todas as forças.

Ficava perplexo quando algo maravilhoso me surgia no coração, mas quando pensava que se realizaria… — então ocorria o contrário: tudo se desfazia e o meu coração de despedaçava.

O meu Deus havia me desamparado.

Frustrou todas as minhas expectativas.

Pensando vir o bem, me vinha o mau. Trocou minha alegria, por tristeza e muita dor.

Desapareceu, não conseguia mais enxerga-Lo.

Busquei desesperado o servir com mais dedicação na sua igreja e entre o seu povo, mas isso não valia mais para ele.

Meus esforços na busca se fizeram vãos.

“Deus, onde tu estás?” — orava.

Não havia respostas.

Foi então que desiludido descobri que o meu Deus havia morrido. Para sempre.

Nunca mais o veria…

Que alegria!

Agora sou livre, agora posso construir
minha vida; agora não há mais impedimento.

Ele não mais me condenará, não mais me castigará, não mais me limitará nem me fará andar de cabeça baixa, aleluia!

Graça e Paz

Irmão Wagner.

 

_______________________________________________

 

Resposta:

 

Irmão Wagner: Graça, Paz e Clareza!

 

 

Se o “Deus” que morreu é o de Nietzsche — então morreu porque nunca foi Deus. Existiu como idéia, pensamento, fantasia religiosa, doutrina, teologia, necessidade, carência, medo, insegurança, ignorância, etc. Mas, saiba: morreu apenas como idéia. Pois nunca viveu!

 

Mas o “seu Deus” não é como o de Nietzsche.

 

Veja:

 

Então Ele me encontrou. Tocou profundamente em minha vida. Vi e enxerguei o que jamais pensara. Disse comigo: valeu a pena.” — Esse seu Deus encontra! Encontra mesmo?

 

De fato, Ele é tudo que precisamos…” — Até não cumprir nossos caprichos e nossa agenda de determinações!

 

O meu Deus havia me desamparado.” — Significando que você pedia e as coisas não vinham conforme o telegrama de pedido de despacho.

 

Frustrou todas as minhas expectativas!” — Diz afirma, como um menino que diz que o pai não existe porque não trouxe um presente de Noel.

 

“Foi então que desiludido descobri que o meu Deus havia morrido. Para sempre.Nunca mais o veria.” — Digo eu: que bom, não é? Afinal, nada mudará. Um “Deus” assim não é Deus.

 

Que alegria!” — … Então, permaneça nela!

 

Agora sou livre, agora posso construir minha vida.” — Então, pergunto: que mal há nisso?

Segundo você esse seu Deus é real e inexistente; é essencial e dispensável; é invocado e ao mesmo tempo uma benção ficar sem Ele; é objeto de orações…, mas impede a vida; se vem, responde…, e só é ‘visto’ na resposta ao “pedido”; conhece-Lo é uma alegria, mas não tê-Lo é melhor, pois Ele, ou faz o que se pede e manda, sem nos “frustrar”, ou, então, mesmo que nada faça (como se isso fosse possível…), é um atraso de vida e um boicotador de jornadas humanas, livres e felizes! 

 

Ou seja: o que você está dizendo é que a história de “Deus Pai Noel” acabou. Certo?

 

Ou você nunca viu a Deus pela fé, ou, então, teve uma experiência com Noel Pai!

 

Noel Pai é o “Deus” da maioria dos cristãos nessa época de caprichos, de “Deus de serviço”, de teologia da prosperidade, de barganhas sem fim com a divindade, de homens meninos tolos, de gente sem têmporas espirituais, de crentes de seus próprios desejos, de eternos seres imbecilizados pela religião do “Deus dos Favores Trocados”, de infantilidade feita crença, e de buscas de Deus equivalentes à Sena acumulada…

 

Seu “Deus” era assim? Noel Pai Deus?

 

Ora, esse “Deus” é um impedimento à vida, quando não nos dá o “chocalho”…; ou, então, é visto como bonzinho quando nos satisfaz… — dando-nos os nossos “brinquedinhos favoritos.”

 

Mas “ele” ‘existe entre’ o serviço de Boy Celestial aos caprichosos crentes de nada… e a possibilidade de inexistir quando os pedidos de “papai Noel” a “ele” feitos…, não são atendidos pela falta de cegonhas-anjos. 

 

Que bom que “esse seu Deus” morreu!

 

Quem sabe, agora, sem fantasias de criança mimada pela igreja desde pequeno, você cresce como homem!

 

O estado psicológico que tal crença gera é adoecido.

 

Veja:

 

Você o busca, o quer, e o encontra na forma de pedidos atendidos. Então disse: “De fato, Ele é tudo que precisamos…” E mais: “Que Alegria!” — dizia você. E segue pedindo… Não recebe, se frustra, e declara a morte de Deus! Aliás, a celebra como liberdade de agora fazer o que quiser de sua vida. Em outras palavras: seu negócio com Deus era uma barganha do tipo que diz: “Você me atende e eu sirvo você conforme seus caprichos divinos”.

 

Ora, os pagãos da Roma antiga criam nesse mesmo “Deus”!

 

Assim, digo eu: Congratulações! Noel Pai Deus morreu! Um dia toda criança tem que saber disso. Não fica bem passar pela vida crendo em cegonhas celestiais e em Noel Pai Deus!

 

Desse modo, uno a você minha alegria!

 

E é só? Não! Tem mais. Também peço a Deus, o Único, o que não faz barganhas, o que é Livre, o que liberta da idiotice, o que mata “Deus Noel”, o que nos desilude, o que nos chama ao Caminho, à Verdade e à Vida… Sim! Peço a Ele, que é Senhor; que é Soberano; que não fica preocupado em jogar para os caprichos da “platéia dos crentes imbecilizados”; que É; e a Quem ninguém pergunta: “Por que fazes assim?” — Sim! Peço a Ele que faça de você um homem no lugar desse menino frustrado!

 

O mais… — saiba: Ele fará!

 

Prepare-se!

 

É hora de encontrar Deus, não “um deus”!

 

Que hora boa é esta em sua vida!

 

Aleluia!

 

 

Nele, que É; e que a ninguém precisa se fazer provar,

 

 

 

Caio

 

09/01/07

Lago Norte

Brasília