“MEU EVANGELHO” – Paulo escreveu o 5º?

 

 

 

 

 

 

“MEU EVANGELHO” Paulo escreveu o 5º?

 

 

 

A maioria das pessoas não entende a diferença entre Evangelho e evangelhos.

 

 

Jesus é o Evangelho Encarnado. Evangelho Eterno. O Cordeiro imolado antes da fundação do mundo é o Evangelho.

 

Historicamente o Evangelho é Jesus em movimento; tudo o que Ele disse e fez; o modo como fez; o tom do fazer; a linguagem; o espírito; bem como tudo o que a Seu respeito se testemunhou.

 

Assim, temos Jesus, o Evangelho; e, a seguir, temos os quatro evangelhos, que nos dão o panorama e o espírito do Evangelho, visto que é pela pluralidade deles que se vê o Quadro Maior, a Arquitetura do Espírito da Revelação Histórica em Jesus, a qual não foi por nós testemunhada de modo visível e histórico, mas apenas existencial, pelo testemunho do Espírito Santo e da Palavra em nossos corações.

 

Então, temos o Evangelho – Jesus – e temos as quatro narrativas acerca do mesmo Evangelho.

 

Desse modo, o Evangelho nos é contado por quatro óticas diferentes: três delas de testemunhas oculares (Marcos (Pedro), Mateus e João) e uma de um historiador, Lucas, que declara ter escrito depois de longa e acurada pesquisa dos fatos desde a sua origem.

 

Além disso, não somente temos o Evangelho pela ótica de testemunhas ou de um historiador, mas também os temos designados para públicos distintos: Marcos para os primeiros crentes; Mateus para os judeus que criam; Lucas para um mundo maior, mais greco-romano; e João para um público universal.

 

Por esta mesma razão os quatro evangelhos montam seqüências visando esclarecer o Evangelho para os ouvintes – conforme o público-, de tal modo que alguns eventos da vida de Jesus estão soltos em um ou dois evangelhos e contextualizados num outro. Sendo que João não é sutil nesse aspecto. Afinal, ao “fechar” seu evangelho, ele mesmo declara ter escolhido uma seqüência de sete milagres e de ensinos que os entremearam de modo próprio e conseqüente, visando levar as pessoas a crerem que Jesus era o Cristo, o Filho de Deus; e que assim crendo, tivessem vida em Seu nome.

 

Na seqüência disso temos, por exemplo, Paulo, fazendo alusão ao “seu evangelho”. Mas como? Afinal, Paulo não escreveu um evangelho!

 

O que é “o meu evangelho” mencionado por Paulo?

 

Teria ele escrito o 5º Evangelho?

 

 

De modo nenhum, ainda que pudesse; ou mesmo ainda que consideremos que sendo Lucas seu discípulo, o 3º evangelho bem poderia ser o evangelho que embasava os conteúdos das cartas de Paulo aos gentios.

 

Entretanto, Paulo, que não escreveu um evangelho, escreveu o Evangelho, e o fez mediante dezenas de cartas que apenas tratavam do Evangelho sem contar histórias dos evangelhos.

 

Assim, o Evangelho é Jesus. E Dele ficamos sabendo pelos evangelhos, os quais nos dão um Quadro Maior que nos permite ver o Evangelho. Este se fundamenta no Jesus histórico, mas se expande como espírito para tudo o que, por exemplo, Paulo escreveu segundo o espírito do Evangelho, pois se as cartas de Paulo não fossem de acordo com o Evangelho, então de que nos serviriam?

 

Portanto, quando ele diz “meu evangelho”, o que ele está dizendo é que, embora ele não tivesse convivido historicamente com Jesus, e nem tivesse aprendido o que discerniu em conversas com Pedro, Tiago ou João, o que ele pregava era conforme Jesus, e, portanto, segundo o espírito da Palavra, de tal modo que Paulo primeiro teve a experiência existencial para só depois receber a instrução histórica. Ou seja, ele primeiro recebeu a revelação e só depois a informação.

 

Em outras palavras: primeiro Paulo conheceu o Evangelho, e só depois as histórias dos evangelhos.

 

Além disso, por “meu evangelho”, o apóstolo também queria significar o APLICATIVO do Evangelho de Jesus ao chamado Mundo Gentílico, ou Mundo Pagão, ou apenas Mundo.

 

Assim, ele ousa dizer que vivia o Evangelho conforme Jesus entre os gentios, de modo que ele ousa de novo dizer que segui-lo era seguir a quem ele seguia.

 

O “meu evangelho”, entretanto, também significa o seguinte para Paulo:

 

Aquilo que do Evangelho eu digo como implicação, e que ninguém que sabe tem coragem de propor, mas que eu ensino, e, por tal razão, pago um alto preço humano; portanto, sendo acusado pelo que ensino, isso faz com que o que a mim atribuem como erro seja justamente o diferencial de Evangelho que me distingue, em consciência, das limitações deles.

 

Portanto, há um Evangelho, há quatro narrativas, há dezenas de cartas de Evangelho e há milhões de implicações do espírito da Verdade que têm que ser aplicadas à vida do mesmo modo como os escritores dos evangelhos fizeram em relação ao seu público. Do mesmo modo, isso deve ser feito de acordo com o que Paulo praticou, posto que conheceu o Evangelho, depois as narrativas, e, então, fez as aplicações segundo o espírito da Palavra: o Evangelho de nossa salvação: Jesus.

 

 

Nele, o Evangelho,

 

 

 

Caio

 

12/09/07

Manaus

AM