MEU MARIDO FOI LEVADO AO TRIBUNAL POR CAUSA DO MOVER
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From: MEU MARIDO FOI LEVADO AO TRIBUNAL POR CAUSA DO MOVER
Sent: segunda-feira, 1 de dezembro de 2003 18:23
To: [email protected]
Subject: QUESTÕES DE COREOGRAFIA DE CULTO
Mensagem:
Graça e Paz, Pastor Caio!
Estou feliz em poder desabafar com uma pessoa sábia e séria como o senhor.
Neste mundo é muito difícil encontrarmos homens confiáveis, principalmente quando são ditos “homens de Deus”.
Confesso que não sou muito fã de telinhas, pois prefiro o olho no olho, o aperto de mãos… Mas como isso não é possível resolvi apelar para este e-mail que espero seja respondido, com a graça de Deus .
Há sete anos freqüento e atuo numa Igreja Histórica das mais históricas, porque me casei com um pastor dessa denominação, e sou ajudadora idônea, embora confesse estar tremendamente decepcionada com essa denominação.
Gostaria de estar em outro lugar, louvando a Deus com liberdade e com alegria no meu coração, mas infelizmente não posso!
Há cerca de 3 meses meu marido foi levado ao tribunal do presbitério de minha cidade, porque está havendo um mover de Deus em minha igreja e parece que não é isso que a denominação deseja que aconteça.
Na verdade o que Deus está fazendo é maravilhoso: vidas se entregando a Jesus, pessoas sendo libertas dos vícios, jovens comprometidos com a obra e com o Reino, e no meio disso tudo “palmas e ministério de coreografia”.
E é justamente por causa deste último que meu marido foi parar no tribunal, porque segundo eles foi ferida “A Sã Doutrina”. Ora pastor, nós somos pessoas simples, mas não somos burras. Sabemos a quem servimos e o que Ele é capaz de fazer.
Jamais desejamos desvirtuar a igreja com heresias ou coisas do gênero. Apenas acreditamos no Espírito Santo, e cremos naquilo que Ele pode fazer.
Será que devemos deixar que homens digam-nos como o Espírito deve agir?
Ore por nós!
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Resposta:
Minha amada irmã: Graça e Paz!
Lamento de coração a arbitrariedade praticada contra vocês.
Entendo que as Igrejas Históricas estão de orelhas em pé com relação a todo tipo de “mover”. Até eu ando, quando mais uma instituição que vive de preservar suas formas e tradições!?
É claro que chamar um pastor a um tribunal eclesiástico em razão de coreografias é pura tirania e desrespeito.
Pessoalmente não sou muito chegado às coreografias.
Mas há quem goste. E o bom é quando a “coisa toda” não vira um show patético, o que é completamente evitável.
Se o “mover” significa ardor, paixão pela Palavra, pregação fervorosa, e muito desejo de servir a Deus e ao próximo, então, o que reclamar? se é justamente isto que se busca ver acontecer numa igreja?
Tomem apenas cuidado para que o “mover” não vire algo parecido com o que há por aí, e que geralmente se faz acompanhar de um monte de maluquices e muita histeria.
Durante toda a minha vida ministerial sempre usei o seguinte critério:
Tudo o que eu vejo nos evangelhos sendo praticado por Jesus é o que para mim significa meu modelo. O que eu não vejo nos evangelhos como prática de Jesus, eu tolero nos limites do bom senso.
Bom senso é a palavra chave.
Muitas vezes no auge e no calor da experiência de algo novo a gente corre o risco de perder um pouco o equilíbrio e o bom senso.
Mantenham o ministério cheio de Graça e Equilíbrio. Nada falta mais entre nós hoje em dia que essa química.
Espero que vocês sejam sábios para não radicalizarem e para não serem empurrados para um outro pólo.
Freqüentemente é isso que acontece: a pessoa oprimida acaba se tornando tudo aquilo do que foi injustamente acusada. E faz isto de modo inconsciente.
Pelo amor de Deus não briguem as lutas que não valem a pena.
E, sobretudo, não fiquem amargurados e nem generalizem os argumentos de vocês.
Tudo isto que vocês estão passando eu já passei de modo multiplicado muitas vezes.
Minha posição sempre foi a mesma: os deixei falando sozinhos!
Não vale a pena brigar.
O Reino de Deus nunca ganha com isso.
E os adversários torcem por uma resposta de nossa parte que justifique a hostilidade e as acusações deles.
Portanto, não dêem material para que eles usem afirmando que as acusações deles tinham procedência.
Ah! Só mais uma coisa. Você disse algo que no contexto me preocupou.
Leia: “…está havendo um mover de Deus em minha igreja…”
Se o problema é na área de louvor e você é “ajudadora idônea”—como você mesma disse—, temo que tudo isto esteja afetando você profundamente, inclusive, porque talvez essa seja a área mais afeta a você no ministério da igreja. Daí o “na minha igreja” usado por você.
Agora, um conselho amigo:
Já vi muitas esposas fervorosas acabarem com o ministério de seus maridos, obviamente sem o desejarem. Mas é que algumas ficam tão donas do ministério—e muitas têm mais poder e carisma que seus maridos—, que acabam fazendo muito mal, e interferindo muito.
Ora, numa igreja institucional isto é impensável. Se vocês tivessem um ministério independente seria outra coisa, mas talvez vocês tivessem outro tipo de problema.
Não estou dizendo que esse seja o seu caso—o de interferir demais—, mas achei prudente e justo deixar essa palavra amiga com você.
Que Deus os guarde e fortaleça o coração de vocês na fé e na maturidade.
Nele,
Caio