MEU MARIDO ME LANÇA MALDIÇÃO…

 

 

 

 

—– Original Message —–

From: MEU MARIDO ME LANÇA MALDIÇÃO…

To: [email protected]

Sent: Tuesday, October 09, 2007 21:39

Subject: Carta – Ajude-me!

 

Graça e paz, pastor,

 

Preciso de um aconselhamento seu. Sou casada há oito anos e moro na Espanha há dois anos. Tenho uma filha. Sou muito infeliz no meu casamento. Meu marido é extremamente ciumento, machista, é pastor de igreja, é agressivo, sinto-me aprisionada, ele não confia em mim, não posso sair só, não posso demorar para chegar do trabalho ou de algum lugar, sempre tem que ter hora marcada pra eu voltar. Ele nunca me ajudou nos afazeres domésticos. Não trabalha desde que casamos. A igreja dá-lhe uma ajuda de custo que não dá para vivermos. Por isso tenho que trabalhar e trabalho muito.  Na igreja, ele é arrogante com todos, autoritário, o ministério dele é minguado, não cresce. Ele arruma confusão com todo mundo, as pessoas não o suportam e saem da igreja. Tenho 37 anos e ele, 51. Ele não tem a saúde muito boa. Ajudo a ele nas despesas da casa, ganho um pouco mais que ele. Ele não tem iniciativa de procurar emprego para ajudar assumir todas as despesas da casa. Sempre chego cansada do trabalho e ele que fazer sexo todos os dias. Brigamos muito, pois não tenho prazer em transar com ele.  Sempre fui fiel a ele. Pra completar, ele tem problema de ejaculação precoce. Foram poucas as vezes que cheguei ao orgasmo com ele. Sinto desejo sexual, mas muitas vezes transei só para satisfazer a ele. Obrigada, pois ele diz que o corpo da mulher pertence ao marido. Ele diz que a mulher deve ser submissa ao marido. Quer fazer sexo oral e anal, mas não tenho muito prazer neste tipo de sexo, a não ser quando estou muito excitada. Ele exige demais de mim, me sinto como um objeto de prazer, um depósito de esperma. Ela não respeita meu cansaço, eu não tenho tempo de sentir desejo, pois ele está sempre pedindo para transar.  Eu gosto de transar, mas quando a gente briga, não consigo me liberar. As brigas são constantes e por bobagens. Às vezes acho que não gosto dele. Já lutei para que Deus renovasse meu amor por ele. Muitas vezes até faço coisas que ele gosta na cama, mesmo sem eu querer, mas logo em seguida, ele me trata mal. Tudo isso dói muito. Tenho muitas lembranças amargas desses anos…, e que não me deixam me entregar a ele por inteiro na cama, como ele gosta. O que eu gosto mesmo é de sexo demorado, gosto da penetração vaginal, mas ele não me satisfaz por causa da ejaculação precoce. Pra completar sinto que estou ficando fragilizada… Aí quando surge um homem atencioso penso como minha vida poderia ser melhor… Confesso que me sinto atraída pelo amor… Já disse a ele que quero me separar, mas ele não aceita a separação. Ele sabe que não gosto dele, já disse isso. Às vezes acho que ainda gosto dele. Às vezes sinto até ódio. Ajude-me, não sei o que fazer. Ele diz que se eu o abandonar, a mão de Deus vai pesar sobre mim. Sei que Deus me ama muito e não se agrada deste meu desejo por outro homem. Não quero entristecer a Deus. Ajude-me. Obrigada pela atenção.

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Resposta:

 

 

Minha querida amiga: Graça e Paz!

 

 

 

Deus vos tem chamado à paz”, diz Paulo referindo-se à vida conjugal. Pois, para ele, se o casamento não fosse um lugar de paz, respeito, fé, amor e reverencia mutua, não valeria a pena estar ou ficar casado [leia I Co. 7].

 

Afinal, quem deu ao casamento o direito ou o dever de ser prisão mesmo que os envolvidos existam no inferno da relacionalidade?

 

Casamentos assim não foram feitos nos céus, mas apenas nos cartórios ou na “igreja”.

 

Em Cristo um homem e uma mulher só devem estar juntos se entre eles houver amor, e, com o amor, todos os seus derivados, como alegria, bondade, mansidão, domínio próprio e fidelidade. Do contrário, não há casamento, mesmo que haja “documento”.

 

Os “cristãos de Constantino” é que criaram as atuais idéias acerca de casamento; e todas as mudanças e restrições visavam dar ao “clero” o poder de decidir sobre o tema; o que tinha valor político, pois, reis e rainhas ficavam dependentes da “igreja” e seus “bispos, cardeais e papas”. Ora, os “evangélicos” entregaram-se ao mesmo surto, por total ignorância histórica, bíblia e humana dos crentes, e, do lado da liderança, pelas mesmas razões que o “clero católico” assumiu para si tais direitos sobre os homens: desejo de poder, de controle e manipulação.

 

Assim, estimulo você a ler o site, onde há centenas de cartas idênticas à sua, e nas quais digo o que se aqui dissesse seria mera repetição.

 

Entretanto, digo o seguinte agora:

 

1.         Se você não o ama, não há porque ficar nesta prisão.

 

2.         Se ele não ajuda você em nada, e se você pode ficar livre e ainda assim não romper os vínculos entre ele e sua filha, creio que o melhor seria separar-se.

 

 

3.         Isto porque caso você não se separe, pelo que senti, dentro em breve você estará saindo dessa como “adultera e traidora”.

 

4.         A ameaça dele você no caso de você se separar dele, mostra o quão doente de alma ele é, e como de fato não ama você; pois, se amasse você, sabendo de sua infelicidade, deixaria você livre. Quem ama sempre deixa livre, posto que ao amor nada que não seja espontâneo interessa.

 

 

O mais, não interessa… Interessaria se você dissesse que o ama, e que tem vontade de enfrentar o problema. Mas não parece ser assim!… Portanto, o melhor a fazer é tomar as decisões da verdade.

 

Quanto à ameaça dele, saiba: é manipulação. É confortável para ele viver sob as suas asas.

 

Não sai disso porque você não teve a coragem da decisão e acabou saindo em razão de uma tragédia. Pra quê esperar a tragédia que se mostra inevitável?…

 

Entretanto, não se separe para ter um homem, mas sim para ter uma vida saudável e honesta. Portanto, não se envolva com ninguém. E pelo amor de Deus, fuja de homens casados!

 

Leia o site e você entenderá tudo o que agora lhe digo!

 

Assim, veja bem se com seus tijolos você consegue erguer a torre, conforme recomendou Jesus.

 

 

 

 

Nele, que não nos chamou para a escravidão, muito menos para que o casamento seja uma prisão de angustia,

 

 

 

 

Caio

 

10/10/07

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