—– Original Message —–
From: MEU MARIDO ME PROÍBE DE TER ORGASMOS…- vou deixá-lo…
To: [email protected]
Sent: Tuesday, November 14, 2006 12:02 PM
Subject: Meu marido não quer que eu tenha orgasmos…
Querido Caio,
Faz tempo que não nos falamos. Sou sua amiga brasileira ainda morando na Holanda. Preciso mais uma vez de você.
Você, irmão, amigo e conselheiro, que tantas vezes já me ouviu — peço que me ouça novamente. O assunto é velho, mas com desdobramentos novos. Estou passando momentos decisivos em minha vida. Deus realmente tem me tomado pela mão e me levado a tomar decisões no caminho da sinceridade, que é o caminho de Deus.
Alguns dias atrás, depois de uma noite torturante (que para mim foi a última gota – não entrarei em detalhes) conversei com meu marido e disse que minha alma clamava pela nossa separação. Eu não agüento mais. Falei para ele do meu carinho, respeito, gratidão e reverência, mas de minha falta de capacidade de continuar convivendo com nossas incompatibilidades. Filhas criadas… Por que viver de “esforço” e aparência?
Ele suspirou fundo e nada mais disse. Parecia não ter me levado a sério (já que outras vezes falei em separação e o assunto chegou a tornar-se objeto de gracejos). Bem, dessa vez eu o fiz ver que estou resolvida, que realmente quero.
Ontem ele me chamou para conversar. Aí vi a imensa angústia do coração dele. Ele está arrasado. Diz que não quer se separar, embora não possa me obrigar a estar ao lado dele. Diz que só vai se separar se eu insistir muito nisso, mas pediu que, antes, “tentássemos” mais um pouco.
1 – Já conversei com minhas duas filhas sobre a situação atual. A mais velha ficou obviamente triste, mas entendeu isso como fato da vida. Só a menor (24 anos) é que me pareceu chocada. O “problema” é que elas nunca nos viram gritando, brigando ou discutindo um com o outro. Nossos dramas sempre aconteceram “por trás das cortinas” e sem baixarias. A mais nova é muito apegada ao pai.
2- Quero muito me separar. Estou sufocada, infeliz. Não tenho conseguido, no entanto, aceitar a infelicidade que meu marido sente agora como um simples fato da vida. A dor dele rasga meu coração, acaba comigo. Não estou conseguindo administrar isso. Não sei o que de fato mais me dói: se a minha dor ou a dele, a minha infelicidade ou a dele. Isso não é estranho? Fui acostumada a acreditar que separações aconteciam quando um casal se detestava. É um tanto “pirante” para eu constatar que isso não é necessariamente verdade.
3- O que eu mais quero é que ele conclua por si mesmo que não dá mais. Faz uma semana que não nos tocamos. Sinto necessidade de sexo, mas me recuso a ficar pensando “nessas coisas”. Nossa última relação foi traumatizante para mim e não quero repetir a dose nunca mais. Disse isso a ele. Não quero mais fazer sexo com ele. Embora eu sinta carinho, minhas mãos se recusam a retribuir os carinhos que ele me faz. Estou uma múmia.
4- Não estou com cabeça para me envolver com mais ninguém. Como você sabe o único homem que realmente desejo é alguém impossível. E não estou suportando a idéia de trair meu marido. Não dá pra conviver com isso. Entendo que não tenho mesmo estrutura para isso. Ou seja: “felizmente” o homem que desejo é impossível.
5- Você acha que devo firmar o pé e insistir na separação agora ou devo esperar o momento dele, que ele conclua por si mesmo que não dá mais. Devo esperar ele desistir? Posso fazer isso, mas seria correto? Seria certo? Seria eficaz? Ou seria covardia?
6- Embora no momento eu esteja conseguindo riscar o sexo da minha vida, sei que essa situação é temporária. Mais dia menos dia a mulher que está em mim pode acordar. Não quero que isso aconteça enquanto eu estiver junto com o pai das minhas filhas. Pressinto que separar agora seja um “mal menor” (como você diz). Sinto uma “estranha” paz quando penso em minha decisão de separar. É como se Deus quisesse tratar comigo em separado, poupar minha família de coisas mais complicadas no futuro.
(Com você aprendi que Deus, às vezes, pode nos parecer bem estranho.)
7- Separar tornou-se uma idéia fixa, uma água represada clamando para seguir seu rumo. Mas como posso suportar a dor dele? Como posso ignorá-la? Você se sentiu assim em relação a sua primeira esposa? Diga-me como lidou com isso.
8 – Repito a pergunta: você acha que devo encerrar isso agora (como desejo) ou esperar, respeitosamente, que ele desista de nossa relação? O que seria mais correto, mais humano?
Um beijo.
_________________________________________________________________
—– Original Message —–
From: [email protected]
To:
Sent: Sunday, November 12, 2006 12:28 AM
Subject: ESPERO?
Minha querida amiga-irmã: Graça e Paz!
Acabei de ver sua carta.
Angustiei-me.
Deixe-me orar um pouco.
Posso responder amanhã de manhã?
Fique quieta. Não resolva nada.
Daria pra você me dizer qual foi a gota d’água?
Um beijo!
Nele,
Caio
__________________________________________________________
2ª Carta:
—– Original Message —–
From:
To: [email protected]
Sent: Saturday, November 11, 2006 6:27 PM
Subject: Re: ESPERO?
Querido Caio,
Obrigada por se importar.
Toda vez que penso no assunto fico com as mãos trêmulas…
Bem, o que aconteceu? O preâmbulo é longo, mas necessário. Vou me limitar a falar de sexo porque tudo o mais foi superado em meu casamento, exceto isso.
Desde que casamos tenho sofrido durante o sexo. É meio complicado de explicar e até contraditório.
Você sabe que sexo nem sempre se desfruta com a mesma intensidade todos os dias. Um dia é melhor, outro dia é mais “ameno”, em outro “pega fogo”, etc. É assim a vida de um casal. Pois sim: desde que casamos eu notava nele gestos impacientes e as vezes muito grosseiras exatamente nos dias em que meu prazer iria ser mais intenso.
Hoje está bem claro para mim que era um ato inconsciente dele. Ou seja: na hora “H” ELE SEMPRE INTERROMPIA ou IMPEDIA MEU ORGASMO. Consegui “driblá-lo” algumas vezes, mas que “sufoco”!
A história se repetia sempre:
Começávamos, eu ficava super excitada, ele me penetrava… até aí tudo bem. Mas quando eu ia explodir em gozo ele parava sob o pretexto de mudar a posição, me ajeitava simetricamente na cama… Meu Deus, que aflição, que horror!!!!! E só reiniciava após eu me “acalmar”.
Há alguns anos, pesquisando na internet sobre sadomasoquismo — só por curiosidade — é que descobri que uma das técnicas de tortura e sofrimento que eles usam é justamente essa: impedir que a parceira goze. Fazem isso várias vezes, até que se torne quase insuportável a agonia.
Fiquei pasma quando me toquei de que é isso o que ele fez comigo a vida toda!
Chego a pensar que sou uma pessoa doente ou tarada, pois, nessas condições, com o acúmulo de mágoa e expectativa negativa que eu tinha antes de iniciar o sexo, não sei como ainda sentia prazer. Eu fazia um esforço hercúleo para esquecer das vezes passadas e me concentrar naquele momento e acreditar que poderia ser bom. Viajava para longe em minhas fantasias.
Caio, isso se repetiu durante anos a fio e da seguinte forma:
Primeira fase de casados:
1 – preliminares caprichadas;
2- penetração;
3- prazer aumentando
4- pré-orgasmo
5- interrupção – agonia terrível!!!
6- nó na garganta, choro no escuro, medo de mostrar que estou chorando (hoje não, mas antigamente eu tinha uma espécie de temor reverencial por ele. Ele me intimidava).
7- Eu esfriava completamente.
8- quando esfriava ele voltava para cima de mim e concluía o ato.
9- Resultado: em média quatro dias arrasada e deprimida.
10 -Ele me procura de novo e recomeça meu esforço para corresponder.
Segunda fase:
Mais recentemente descobri (e ele foi mais claro em demonstrar) que meus gemidos de prazer o irritavam. Ele sempre disse que era para as filhas não escutarem, mas não é verdade. Não sei se você lembra que já falamos sobre isso. Certa vez ele já interrompeu o coito grosseiramente, aborrecido. Ainda ofegante eu perguntei o motivo. Ele disse de forma áspera que não precisava daquele “exagero”. Foi como jogar um balde de água fria. Senti-me rejeitada e ridicularizada como mulher. Mas tentei esquecer, perdoar.
Em resumo: quando o sexo para mim é ruim, mais ou menos ou bom, é ótimo para ele. Quando eu estou naqueles dias de explodir em orgasmos múltiplos ele não permite (ou interrompe, me aperta, amassa meu rosto ou me bate).
Angústia… angústia… insatisfação crônica, vontade de encher a cara de remédios, de me apagar, de fazer besteira.
Tentei controlar muitas vezes meu prazer, mas era duro. Em certa fase cheguei ao cúmulo de me proibir de sentir prazer (tentava pensar em outra coisa enquanto ele brincava com meu corpo. Eu me sentia uma prostituta). Tudo para não desagradá-lo. Foi quando ele me jogou na cara que eu estava ficando frígida e que precisava de mais “cooperação” na cama. Para mim foi um insulto, pois era terrivelmente difícil eu “emprestar meu corpo” a ele daquele jeito.
Fase recente:
Juntou-se a isso o fato de que o sexo foi ficando mais raro e difícil porque ele tem tido muita dificuldade de ereção. Sem remédio, nem em sonhos! Parei de tomar a iniciativa porque se tornou constrangedor (e desgastante para mim, pois é impossível excitá-lo sem me excitar também). Passei a esperar por ele dias, as vezes semanas.
Depois da crise desse início de ano eu abri o jogo, perdi aquele “temor reverencial”, botei tudo pra fora. Chorei, desabafei… Com décadas de atraso. Reconheço minha culpa nisso tudo.
As coisas melhoraram, mas me magoava demais ver o esforço que ele fazia para ATURAR meus arroubos na cama. Eu fechava os olhos e tentava não pensar nisso. Tentava usar o corpo dele. Às vezes dava certo. E assim fomos levando.
Dias atrás:
Eu estava sedenta. Senti que ele estava a fim. Então pedi para ele tomar o Viagra, pois eu precisava muito. Tudo bem. Saímos, tomamos uns chopes… Cheguei em casa “no ponto”. Era uma daquelas noites que eu considero um presente de Deus. Eu sabia que iria gozar muito, ter vários orgasmos. Eu já conheço meu corpo, conheço meus ciclos! Era a noite perfeita. Eu queria muito, ardentemente. MAS PARA ELE ISSO NÃO É UMA DÁDIVA, MAS UM PROBLEMA QUE ELE TEM QUE ADMINISTRAR NA HORA.
(Sinto-me uma chata inconveniente na cama, uma desregulada…)
Quando ele foi me penetrando explodi em gozo. Delicioso! Que coisa boa! Fiz o máximo para não gemer muito, mas em alguns momentos é impossível manter esse tipo de preocupação. Em dias mais “frios” consigo, mas não naquela noite. Resolvi ignorar os protestos dele e curtir o momento. Ele reclamou, disse para eu me conter… e perdeu totalmente a ereção. Pior: disse que aconteceu isso por minha causa, por causa do meu barulho.
Caio, EU ESTAVA NO INÍCIO DE UMA SÉRIE DE ORGASMOS. Eu queria ter palavras pra explicar o quanto isso foi torturante.
Um balde de água fria… Tantos dias de espera e um final de noite assim!!!!!
Uns dez minutos depois que eu já tinha virado de costas para dormir, completamente frustrada e deprimida, aí ele se transformou no super macho: a ereção voltou. Ele ignorou minha angústia e simplesmente me comeu (desculpe a expressão). Eu ali, imóvel como uma múmia. E ele tranqüilo, bem a vontade… foi até o fim.
Eu poderia ter me negado mas não tinha forças nem para isso. Eu estava muito arrasada.
Dois dias depois, sacando minha frustração, ele tentou fazer sexo comigo, mas eu estava tão fria e magoada que ele perdeu a tesão. De lá para cá (uma semana) não quero mais nem pensar em fazer sexo com ele. Chega.
Não é pirraça! Não suporto mais passar por isso! Você pode entender? Sério, você entende um problema tão feminino? Você é homem… Até que ponto pode entender?
Tenho medo de fazer sexo novamente e passar novamente por aquilo. Dói na alma, no estômago, sei lá! Tenho muito medo de me excitar! Parece que peguei trauma. NAO QUERO!
Quando conversamos ontem, ele chorou. Disse admitir que passei maus pedaços com ele, mas que ele não fazia nada disso conscientemente. Disse que não era por mal e que tem tentado ser o melhor marido do mundo. É verdade: ele agora é mais carinhoso, me respeita mais, tenta me agradar… Mesmo não sentindo amor de esposa por ele, entendi que poderíamos continuar juntos pela amizade, pelo respeito, pelas filhas, pelo carinho mútuo, pelos bens… e pelo sexo, claro. Só que com esse último episódio… não dá! Cheguei ao meu limite. Juro que tentei!
O que aconteceu dias atrás não era nada novo, aconteceu a vida toda. Só que dessa vez foi mais intenso (e por conseguinte mais doloroso). Não posso me imaginar passando o resto de minha vida sujeita a essas seções de tortura.
Sei que ele agora está disposto a SE ESFORÇAR para não agir assim. Mas não quero ir para a cama com um homem que precisa SE ESFORÇAR para me comer. Não posso e não quero!
Entende? Foi a última gota. Doeu mais que das outras vezes.
_____________________________________________________________
Resposta:
Querida amiga: Graça e Paz!
Sim! Desde que você me escreveu a 1ª vez que tenho acompanhado sua luta e seu desejo de salvar o casamento.
Também sei que por muitos anos (você casou menina, e ele é um “senhor” se comparado a você) — você o amou, o admirou, e teve ótima vida conjugal com ele, até que as coisas mudaram.
Em minha opinião ele se sentiu afetado pela sua capacidade profissional de independência, coisa essa mais recente em sua vida. Se você observar verá que existe forte ligação entre sua situação profissional e a exacerbação dele em relação ao que você narrou.
Ele, bem mais velho, atualmente cultural e intelectualmente “inferior” a você (especialmente depois de você se formar e conseguir o atual emprego em uma empresa renomada), e desconfiado de que no ambiente de trabalho (que faz você viajar) você possa estar tendo algum caso — certamente radicalizou contra você.
Além disso, creio que se você experimentou sexualmente o homem pelo qual você se apaixonou, mas que não pôde corresponder a você em razão de ser casado e amar a família (e não querer colocar tudo a perder…) — sua libido mudou; e, com ela, seus padrões sexuais; e, sobretudo, sua capacidade de comparação. Ora, sei que ele deve sentir que seu corpo por vezes é dele, mas que certamente alguém tem você numa plenitude que ele sabe que jamais teve ou terá.
Assim, provavelmente ele também odeia seus orgasmos múltiplos e seus gemidos intensos de prazer, porque ele, ainda que inconscientemente, associa isso ao que você deve oferecer ao seu amante impossível; ou, pelo menos, já ofereceu a ele um dia.
De fato, ele (o seu marido) deve desejar você loucamente; deve se sentir velho e incapacitado para a competição; e, por tal razão, castiga você pelo que ele sente e não sabe explicar.
Ele deve temer seu apetite sexual. Sim, porque ele deve ter sentido que você aprendeu novas formas de fazer sexo, e, certamente, não foi com ele — isso sem falar que a “energia sexual” da pessoa muda, e o cônjuge sente a mudança, e sabe que não foi provocada por ele (a).
Além disso, ele também se vê velho (precisando de Viagra), e, por tal razão, ainda que de modo estúpido e equivocado, ele deseja esfriar você sexualmente a fim de ver se você não desenvolve um “cio incontrolável” — fora do casamento.
Acerca dele o que vejo é isso. Ele é um homem antigo para quem mulher boa é aquela que dá muito, mas que não goza mais que o homem; pois, mulheres livres nos orgasmos, apavoram maridos inseguros, os quais, sempre pensam que outro deve ter levado a mulher àquela situação de extrema excitação; ou, então, imagina que com aquele tesão todo a mulher acabará por se entregar a outro, mais jovem, mais agradável, mais inteligente, e mais próprio para ela, a mulher-esposa.
A situação, todavia, é complexa. E o que eu tenho a dizer é simples, dadas as circunstâncias.
1º. Sugiro que você o chame e diga tudo. Conte a ele o que faz mal a você e como você não negociará mais isto. Diga a ele que é condição sine qua non para você que sua liberdade sexual com ele seja total; e que você não mais terá nada com ele enquanto isso não ficar definitiva e irrevogavelmente determinado. Se ele aceitar, dê mais uma chance. Mas faça isto sob tais condições propostas.
2º Diga a ele que se o problema são as filhas, então que você quer ver se é mesmo, e, havendo chance, vão a um motel, e deixe toda sua energia vazar. Assim você verá como ele se comporta.
3º Só posso entender a reação dele ao sexo tão intenso com você (sonho de consumo de todo homem) se as razões acima expostas forem verdadeiras. Do contrário, o que nele se instalou foi algo mais sério, e, por isso, precisaria de terapia. Ele aceitaria entrar numa terapia com você? Eu estabeleceria isso como condição.
4º. Certamente você, que ainda não entrou na metade de um século e ainda é jovem de aparência e espírito, poderia até a vir a conhecer um cara legal. No entanto, as chances, estatisticamente falando, são mínimas. Não há muitos homens legais e livres entre 50 e 55 anos na praça. Na realidade, em caso de divórcio, você acabará tendo alguns casos, sempre na esperança de virar relacionamento conjugal, mas não encontrará tal coisa com facilidade; se é que encontrará. Multiplicará a quantidade e variedade de experiências sexuais, porém, ficará mais triste, vazia e infeliz do que jamais esteve na vida.
5º. Suas filhas não suportarão ver o velho pai se debilitar e culparão você. E mais: se aparecer um cara na parada, então, mais ainda tratarão você como mãe-marginal. E isso você não quer. E não suportará.
6º. Em pouco tempo, com netos, você se arrependerá muito, pois, verá que a família, conforme hoje você a curte, jamais voltará a ser a mesma. Então não haverá sexo alucinante que compense a sua tristeza e depressão.
7º. Se ele realmente morrer em razão da falta de adaptação à nova e calamitosa vida, você, que o ama como amiga e mãe das filhas dele, e que no geral foi tratada muito bem por ele em tudo, não resistirá, e mergulhará em profunda depressão.
Portanto, o que fazer?…
1º. Não faça nada. Ponha-o sob jejum de sexo; mas faça isto com a proposta dupla: ele terá que dar liberdade a você para sentir prazer do jeito que gostar; e ele terá que entrar numa terapia com você.
2º. Não se envolva com ninguém. E se houver melhora da parte dele, foque tudo em seu casamento e família. O seu ‘amor impossível’ pode até amar e desejar você, porém, conforme você já me disse faz tempo, ele jamais porá em risco o que pra ele tem todo valor, a fim de viver uma aventura profetizada para a dor. Portanto, esqueça-o como paixão e fantasia. Será melhor pra sua alma.
3º. Seu marido é idoso. Porém, durante anos, ele foi o amor de sua vida. Não deixe que isso acabe assim. Nenhuma montanha de orgasmos múltiplos vale o tamanho da desconstrução que você está se propondo a experimentar.
4º. Para cada 100 pessoas que vejo em sua idade tomarem essa decisão que você se propõe a tomar, no fim, 2% conseguem algum equilíbrio na nova relação. Sim! Poucos se tornam felizes e não se arrependem. Não vire mais um número estatístico.
5º Entregue isso a Deus e não ande conforme o seu próprio entendimento. Sim! Apenas leve suas ansiedades a Deus e descanse. Fazer o que quer que você deseje sem a benção de Deus, é dor e muita tristeza. Entregue. Confie. Faça sua parte com clareza. Tome a decisão de não mais transar com ele a menos que ele tome posições novas. Mas não saia de onde você está, pois, minha querida amiga, as chances de você se tornar muito mais infeliz (ao ponto de sentir saudades do que você tem hoje) — são imensas; só que nem sempre tem volta.
6º. Por que você sacrificaria mais de trinta anos de vida conjugal e familiar, apenas por que seu marido, idoso está inseguro (e tem razões pra estar)? E também por que você gostaria de curtir sexo diferente com homens mais jovens ou mais abertos, sendo que em dez anos isso começará a fazer muito pouca diferença para você?
7º. Acho que Deus está dando a você a chance de equilibrar também seu apetite sexual, que é maravilhoso, mas que, fora da conjugalidade, em havendo prática constante, pode abismar você num cio sem fim e numa tara sem limites.
8º. Eu daria a ele, depois de conversas francas e decisivas, e em meio à terapia, uns dois anos de chance pra ver se ele acorda pro fato de que ainda é possível viver e morrer ao seu lado e do lado das filhas — bem e em paz! Se não der certo (tomara que dê), você terá mostrado a suas filhas o seu esforço; e mais: terá ainda idade jovem para decidir de outra forma. Mas só faça isso depois de esgotar todas as possibilidades.
Estou orando por você com todo carinho e pedindo ao Senhor que crie em você um gozo maior do que o do melhor orgasmo sexual.
Sexo é bom, sadio e necessário. Mas colocá-lo adiante de certas coisas, apenas perverte o significado da vida.
Veja o filme “Lua de Fel”. Lá está bem descrito o que uma fixação sexual cheia de muitos e muitos orgasmos, pode fazer de mal a uma pessoa; especialmente se a questão toda tem no sexo seu valor mais essencial. Não crie uma “Lua de Fel” para você.
Pense no que lhe disse e me escreva!
Que o Senhor seja o seu marido, conforme Ele disse à Isaías que seria.
Nele, que é o marido de toda alma carente,
Caio
11 de novembro de 2006
Lago Norte
Brasília
DF