MEU MARIDO TEM PROBLEMA DE SANIDADE



—–Original Message—– From: CASEI ANTES DE ME CONVERTER, MEU MARIDO TEM PROBLEMA DE SANIDADE Sent: terça-feira, 2 de março de 2004 13:29 To: [email protected] Subject: TENHO QUE FICAR COM ELE? Mensagem: Caro Pastor Caio, Estava “passeando” pelo seu site, pois havia recebido de uma amiga um texto escrito pelo sr. Lembrei-me que ouvi, por várias vezes, menção a seu nome, na igreja onde congregava, e confesso que o que ouvia eram comentários desagradáveis, muitas vezes, vindos do púlpito, por causa de sua “condição civil” de divorciado. Li, neste site, pela ótica de um amigo do sr., a sua história, onde ele menciona o seu divórcio e o prosseguimento de sua vida. Pastor, este é um assunto que me consome grandemente, não só pela Palavra, como pelo que vejo/ouço dos nossos irmãos na fé. Sou casada há quase 6 anos, e quando casei não era evangélica; me converti depois de quase 1 ano de casamento; devido a muito sofrimento, muita dor, com relação ao meu marido. Tive bênçãos, sim, no casamento, na família, na minha vida pessoal…tive um crescimento vertiginoso como pessoa e como cristã; não só pela Palavra, mas pelo convívio com o corpo. Mas, meu casamento nunca foi o que deveria ter sido; acho que até pelo fato de ter sido feito às pressas, sem orientação alguma e porque já havia um “fruto”—uma gravidez—que estava por vir, minha filha. Resumindo, tento há dois anos a separação e entro num dilema, numa loucura, num paradoxo. Temo desagradar a Deus com esta situação, e acabo desagradando com outras, porque Ele sonda meu coração. Temo machucar as pessoas com quem convivo, minha filha, principalmente. Temo errar. Temo ser crucificada por todo o corpo. Temo perder a salvação. Mas, diante de uma situação dessa, por não querer desagradar a Deus, acabei por me afastar Dele, e quero voltar; mas não quero aceitar que tenha que conviver toda minha vida com alguém que não amo e que, à época, não possuía “sanidade” alguma, seja espiritual ou psicológica. Não quero que minha vida seja feita em cima de um equivoco, por eu ter tomado uma decisão, da qual me arrependo muitíssimo. O e-mail é mais um desabafo, porque não consigo entender, no meio evangélico, tamanho apedrejamento para uma separação, por exemplo. E é pior ainda quando se fala em reconstruir a vida e tentar um novo casamento. Como se não bastassem todas as dúvidas, dores e sofrimentos inerentes a cada um, a cada ser humano, ainda temos uma carga muito grande, de desafeto da própria igreja. Se tiver uma palavra consoladora, agradeceria muito, em nome de Jesus. Fique com Deus, ____________________________________________________________ Resposta: Minha querida irmã: Graça e Paz! Este site está cheio de temas relacionados ao seu. De fato, pelas próprias pessoas e não por mim, este é o tema prevalente aqui no site. Se você desejar saber o que ocupa a minha mente, leia as Devocionais, Reflexões, Artigos, Opiniões, Histórias e tudo o mais. Se desejar saber o que ocupa a cabeça dos demais, leia as Cartas. Nas cartas esse é o “tema dos temas”. Portanto, não quero ser redundante e repetitivo, e pediria a você que lesse as Cartas, e, assim, tanto eu não preciso repetir o que muito já escrevi, como você poderá ver como as respostas aos outros serão úteis a você. Resumindo: 1. Você deve saber que se você não ama o seu marido—e pelo jeito não confia nem na sanidade dele—, será impossível preservar esse casamento por muito tempo. 2. Com relação às perguntas que você fez, a única relevante é aquela sobre “errar”. As demais—perder a salvação, etc…—são bobagens evangélicas, e nada têm a ver com o Deus da Graça. 3. Quanto a “errar”…só você pode saber se o que tem hoje deve ser preservado. Pelo que você disse, seu problema, de fato, não é medo de errar, pois, de fato, errando ou não, você será tratada como uma “errada” pelo “corpo”-como você aludiu à “igreja”. 4. Portanto, não tenha ilusões. Se for se separar, saiba: haverá muitos que a julgarão. 5. A questão, todavia, é uma só: de quem é a vida? É sua ou deles? 6. Dessa forma, não se precipite, mas se tomar uma decisão de separação, faço-o com realismo; visto que mesmo sem a perseguição da “igreja”, divórcio, em si mesmo, já é um horror…o tempo…o processo. Com a perseguição da “igreja” fica um inferno. 7. Não associe seu drama humano e pessoal a Deus; e também não creia que a “igreja” representa a Deus. É por crer que não estar e ser aceita pela “igreja” significa estar “mal com Deus”, é que você e milhões de outros se “desviam”. Quem conhece a Deus independentemente dos caprichos, doença e humores da “igreja” não se sente “desviado” nem quando a “igreja” toda vai contra você. A única maneira de servir a Deus sem neurose, medo, culpa, e angustia do juízo, é sabendo que a “igreja” é apenas um ajuntamento humano, e que erra mais que acerta, e que carrega vícios mentais horrorosos, e o pior deles é o do juízo, e da arrogância de pensar que representa a Deus para os homens. O problema que vejo é que se você continuar assim, a emenda acabará sendo pior que o soneto. Você vai cansar, não vai agüentar a solidão afetiva, e acabará por se envolver emocionalmente com alguém…aí, minha querida, os irmãos cairão de pau na sua cabeça. Por isso, antes de que você dê a eles material para eles apedrejarem você, ore e pense. E veja se vale ficar até a corda arrebentar; ou se é melhor desatar o nó e sair de mansinho. Em qualquer caso, provavelmente, você terá que procurar outra igreja, visto que, na sua, conforme você disse, tais assuntos são tratados recriminativamente até do púlpito. No mais, leia o site…todo. Nele, que nos ama, mesmo quando a gente não sabe que decisão tomar, Caio