MINHA MULHER QUER RECORRER A UM BANCO DE SÊMEN



Pr. Caio Sou seu admirador em Cristo, reconheço seu ministério, e a sabedoria que Deus tem lhe concedido. Tenho 38 anos. Minha esposa tem 29 anos, e é evangélica desde a infância. Eu me converti há dez anos. Estamos casados há 07 anos. Temos um filho adotivo, de 4 anos de idade. Foi diagnosticado pelos médicos que o motivo de não termos filhos naturais é que não há produção de espermatozóides em mim. Ou seja: infertilidade total, impossibilitando até uma fertilização in vitro. Creio no poder de Deus para nos dar um filho natural, mas minhas convicções me levam a orar como Habacuque: “…Ainda que a figueira não floresça….” O Senhor Jesus nos abençoou com um filho maravilhoso, muito amado por nós. Estivemos há um ano atrás com uma segunda criança, que ficou conosco em adaptação por 6 meses. Mas foi uma experiência traumática, e ela foi adotada por outra família. Sofro mais por saber que minha esposa quer ficar grávida, ver sua barriga crescer, poder amamentar, do que propriamente em razão da minha infertilidade. A questão agora é que ela quer adotar outra criança; e eu não quero. Ela já chegou até a dizer sobre a possibilidade de usar o sêmen de outro homem para engravidar. Já chegou a me colocar na parede falando até sobre uma possível separação. Não quero adotar outra criança agora, nem usar nenhum método artificial de fertilização; e isto por entender que estamos no momento de esperar Deus agir; e sinto que em qualquer das opções dadas por ela, estaríamos colocando a vontade humana adiante dos planos de Deus. Gostaria que através da Sabedoria que o Senhor Jesus lhe concedeu, que o Pastor pudesse me falar algo sobre este assunto. Muito obrigado, que Deus continue abençoando a ti e a teu ministério imensamente. _______________________________________________________________________________________ Resposta: Meu querido irmão: Graça e muitas sementes de Gratidão em seu coração! Sinceramente acho que a questão do que fazer em relação ao tema ficou menor quando você disse que sua esposa já até falou em se separar ou em usar o sêmen de outro homem para procriar. Falar em usar o sêmen de outro homem seria uma possibilidade se houvesse paz no coração de vocês dois. Quando o marido acolhe a esposa como José acolheu Maria, não há problema se a decisão deles for essa. O que mexeu a coisa toda foi ela estar falando em separação em razão disso, o que revela que a fixação dela na gestação de um homem fértil está se tornando algo muito forte. Ela não deve amar você o suficiente para desejar estar com você apenas com gozo, embora sem sêmen. Ou então, meu irmão, ela precisa ser tratada, pois, estaria sob a pressão de uma profunda fixação na gestação e na sua relação com qualquer forma de valorização pessoal pela via da maternidade. O que é um equivoco de motivação existencial. Acho que não tratar dessa “ameaça” de separação e ir apenas empurrando a coisa com a barriga, não é uma boa idéia; pois, em algum tempo, creia, isso vai arrebentar de dentro para fora, posto que ela ficará grávida de amargura. Talvez ela não tenha coragem de dizer a você da infelicidade conjugal que ela sente, e esteja usando, até inconscientemente, o fato de sua infertilidade a fim de propor a separação que ela não tem coragem de propor em razão de que você é gente muito boa; e ela sabe disso. Ficar agarrado na bandeira do “é tempo de esperar em Deus” não é sábio também. Isto porque a atual “espera em Deus” pode criar uma bomba. Ora, se isso acontecer, tudo pode acontecer. Sim, tudo! Portanto, antes de pensar nas questões relacionadas à procriação, pense naquilo que diz respeito à verdade de seu casamento, não para você mesmo—para quem ele parece ser algo verdadeiro—, mas sim do ponto de vista-e-coração de sua mulher. Para uma mulher que ama o seu marido, o marido vem sempre antes de tudo, até mesmo do ideal da maternidade. Além disso, quem ama a filhos adotivos sabe que eles são filhos mesmo. No entanto, houve um “a quem amamos muito” no que você disse, e, em meu coração isso soou estranho, posto que filhos a gente não “ama muito”, mas apenas e, sobretudo, ama. E ponto! O fato de uma outra criança não ter se adaptado durante seis meses, também me mostra que o clima para a adoção não se tornou favorável em seu coração. Amar um, já é muito para você; sim, parece que já bastante para você. Não duvidaria que a experiência de terem ficado com a criança os 6 meses pode ter tido um impacto muito negativo em suas almas, e, por conseguinte, na vida conjugal. Ora, em razão disso tudo, sinceramente, acho que vocês deveriam olhar nos olhos um do outro em perguntarem-se se vocês se amam mesmo, se querem ficar juntos, e, em desejando, se vocês dois se bastam um ao outro. Pois se a única razão do casamento para a sua esposa for “gerar filhos próprios”, melhor será que ela se case com alguém que possa reproduzir-se geneticamente. Além disso, não creio que você deseje um casamento baseado em vínculos tão frágeis. Não devo aqui minimizar o desejo feminino de gerar filhos, mas também não posso hipertrofiá-lo em detrimento do verdadeiro amor conjugal. Trate a questão sem passionalidade. Ao contrário, faça-o com calma e brandura. E deixe-a livre, se esse for o desejo dela. Afinal, se o amor não existir, nenhum filho lhes aproveitará. Receba meu carinho e minhas orações. Escreva-me contando o que vier a acontecer. Lembre: não deixe de conversar abertamente com ela e de dar a ela toda liberdade; e isso sem histeria de nenhuma natureza. Nele, que foi acolhido num útero meigo, Caio