—– Original Message —–
From: MINHA NAMORADA VIROU BEATA!
Sent: Thursday, August 14, 2008 12:48 AM
Subject: Minha namorada teve um “encontro com Deus”. O que eu faço?
Caro Caio, a paz do Senhor.
Depois de descobrir a sua página na Internet, e começar a ler mais e mais sobre essa coisa louca de entender que é a Graça, resolvi entrar em contato com você, na esperança de ter algumas dúvidas dirimidas. Ficarei extremamente grato se dedicar alguns minutos de sua atenção às minhas palavras.
Fui criado em lar evangélico, na Assembléia de Deus, mas andei desviado por um bom tempo. Recentemente me reconciliei com Deus por ocasião do meu namoro com uma menina, vinte aninhos, porém mãe de dois garotos lindos, fã da pastora-leoa, e membro de uma igreja batista renovada; isto é, que crê no batismo com o Espírito e doutrinas afins.
Com a freqüência aos cultos e pelo contato com o pastor acabei descobrindo que a igreja tem adotado as técnicas do programa “Igreja com Propósitos”, do pastor Rick Warren. Dentre essas técnicas, destacam-se o projeto “40 dias de comunidade” e os “Pequenos Grupos”, que, até onde me garantiram, não seguem o modelo das células do G12.
Mesmo assim, fiquei assustado, pois, após longa pesquisa na Internet, observei que vários líderes evangélicos condenam esse movimento, porque ao atribuir uma “visão” para a igreja, transformam-na numa instituição empresarial que busca mais e mais lucros (nesse contexto, o lucro se manifesta no “crescimento” da igreja, por alguns chamado de “inchaço”).
Foi inclusive nessa busca que cheguei à sua página, de onde está sendo difícil sair…
O fato é que no último final de semana minha namorada participou de um “encontro com Deus”: uma espécie de retiro, em que não se tinha acesso a telefones celulares e do qual nada se pode comentar ao retornar de lá. Apenas se diz que o que ocorreu lá foi “tremendo”.
Mesmo assim, ela me relatou algumas coisas, e outras eu soube por terceiros: são reuniões pela manhã e pela tarde de cada dia, cada uma centrada em temas específicos (por exemplo, “Como orar”, “Namoro e sexualidade”, “Quebra de maldição”, “Cura interior”, “Santidade”, etc.).
Ela ainda me disse que “chorou muito” nas “ministrações” (ultimamente só tenho ouvido essa palavra) e que passou por uma espécie de dinâmica em que se simula a crucificação de Cristo: durante meia hora, as pessoas ficavam de braços abertos e, através de uma “ministração”, eram levadas a “sentir” a dor de Jesus no momento de seu Calvário.
Nessa ocasião e em outras durante o encontro, ela viu pessoas caindo, além dela própria; viu uma menina convertida há alguns anos manifestar demônios, após cuja expulsão teve sua diabetes curada e horas depois falava em línguas; e ao chegar do encontro na igreja neste domingo à noite, junto com os outros “encontristas”, sentiu o corpo “entortar” várias vezes durante o momento de adoração, enquanto outros pulavam pelo púlpito, outros batiam fortes palmas e giravam, além de uma menina que – me perdoe, preciso citar isso – repetia um rápido “tá-tá-tá-tá-tá-tá”.
Desde então ela tem agido de maneira quase “beata”, ou “carola”: já não pensa mais em sair pra dançar comigo, troca para uma estação “gospel” no rádio do meu carro pra não “sair da graça”, não quer ir comigo ao cinema assistir ao filme do Batman porque é “diabólico”… Enfim, como ela mesma diz, “a sua antiga namorada morreu”, e prefere “subir quadrada do que descer redondo” (ao inferno, caso você não tenha sacado a sutileza da frase).
Antes que eu me esqueça: a tal menina diabética andou passando mal esses dias e minha namorada diz que é “o diabão tentando derrubá-la e tirar a cura dela”, conforme os líderes disseram por ocasião do fim do encontro – que o diabo está furioso com a cura recebida por todos.
Como eu citei acima, conheço o Evangelho desde criança e sei como é o ambiente de uma igreja pentecostal, principalmente como é a Assembléia de Deus. Estou nessa tal igreja – filiada à Convenção Batista Nacional, conforme frisa o pastor – e gosto muito de lá; os membros são carinhosos e têm compromisso com vários ministérios; minha namorada vai começar a cantar no louvor e a mãe dela faz visitas evangelísticas e trabalhos beneficentes. Ainda não fui num pequeno grupo, mas considerava de certo modo a idéia válida.
Por outro lado, os conceitos loucos sobre Graça e a liberdade em Cristo têm deixado a minha mente a mil.
A essa altura, depois de ler isso tudo, você já deve estar se perguntando quais devem ser essas minhas dúvidas! Pois bem, lá vão: Preciso mudar de igreja – e consequentemente me desligar da minha namorada? Até onde me prejudica ingressar numa igreja que adota essa “visão” de “Igreja com Propósitos”, tendo começado a entender e experimentar dessa irresistível Graça? A salvação é individual, intransferível (isto é, eu não salvo ninguém e ninguém pode fazer nada para me salvar ou me tirar a salvação), e gratuita, obtida unicamente pela fé
Eu gostaria de entender isso, de perder o medo, de “falar em mistério” genuinamente, mas também não quero viver uma experiência emocional nem basear minha vida cristã nessas experiências. Entendo que toda a revelação de Deus se encontra na Bíblia; dela conhecemos Sua vontade, Seu plano e entendemos mais da pessoa Dele. Se eu me apoiar na emoção para corroborar a ação do Espírito na minha vida, posso quebrar minha cara no dia em que eu não sentir essa “emoção” e passar a acreditar que Deus se afastou de mim. Falar do Espírito Santo de Deus é complicadíssimo, pois é um tema controverso. Quantas vezes vi uma pessoa dizendo que “o Espírito de Deus está me incomodando para que eu fale tal coisa”, ou que “Deus falou comigo para agir de tal maneira”. Como é que Deus fala? Eu achava que Deus falava pela Palavra Dele; às vezes usava uma pessoa ou situação para se comunicar com um filho Seu, conforme aparece em tantos relatos da Bíblia. Está escrito que o pecado sem perdão é a blasfêmia contra o Espírito Santo; nesse erro eu não gostaria de incorrer.
Pois é, querido Caio, tomei bastante do seu tempo e peço desculpas por isso. Só gostaria de ouvir uma palavra isenta e imparcial sobre esses assuntos que têm me incomodado muito ultimamente. Quero muito viver uma vida cristã plena e verdadeira, sem vícios, modismos, ilusões, emoções. Quero viver da fé. E não está escrito que é o firme fundamento das coisas que não se vêem? Será que preciso ir a um “encontro com Deus” pra conhecer mais Dele? Sei lá. Só temo pela saúde espiritual da minha namorada. Será que dá pra conviver com essa situação? Como será que eu faço pra falar da Graça com ela sem assustá-la? Afinal de contas é um conceito revolucionário. O pior é que estou louco pra visitar uma Estação, e se ela souber, do jeito que eu a conheço, vai achar que estou apostatando…
Despeço-me aqui. Ficarei muito feliz se puder me responder, e se pudermos conversar mais sobre as coisas de Deus.
Grato,
_____________________________________
Resposta:
Meu mano amado: Graça e Paz!
Obrigado pelo carinho e confiança.
Vejo que você está começando e ver as diferenças entre “Evangélicos” e Evangelho, e entre Graça e “graça”.
O que você confessa sobre Jesus é o que é. Creia!
O que você pergunta, porém, já está respondido aqui no site, de modo que você pode conferir por você mesmo cada coisa.
Como?
Entre o sistema de Busca na página inicial do site, e escreva as palavras relacionadas às suas dúvidas, e, você terá as respostas que precisa.
Veja um exemplo simples de temas por você abordados e que estão amplamente respondidos no site:
Sobre sua namora, tente continuar… Ela virou “evangélica fanática” e só sairá disso depois de decepções.
Tente continuar, mas duvido que consiga por muito tempo. O mesmo vale para a igreja que você freqüenta: fique nela enquanto conseguir, embora saiba: não será por muito tempo; pois, uma vez esclarecido, duvido que você consiga viver de abobrinha sabendo o que é pão.
Vi pelo seu modo de escrever que você pode entrar neste site e mergulhar profundo, por você mesmo, e concluir com sua própria mente.
Leia e leia o site. Mas confira cada coisa na Palavra, para que você tenha convicção.
Sei que você será plenamente iluminado!
Receba meu beijo e carinho!
Nele, que nos convida ao entendimento que existe em verdade e amor,
Caio
14 de agosto de 2008
Lago Norte
Brasília
DF