MINHA SÍNTESE EXISTENCIAL-APOCALÍPTICA

Desde ontem, ao assistir os telejornais e ver as notícias do mundo, que eu tento explicar para mim mesmo a diferença entre o meu sentir juvenil, na década de 70, acerca da Segunda Vinda de Cristo, e o que eu sinto hoje, acerca do Fim dos Tempos.

Afinal, para quem crê no Evangelho, não se pode separar uma coisa da outra.

Glória absoluta é precedida pela calamidade total.

Agora mesmo, assistindo o telejornal da Band, apresentado por Carlos Nascimento, fiquei vendo aquele “derrame” de calamidades mundiais; então, algo aconteceu em mim: uma síntese!

Nunca a Terra esteve tão agonizante e impotente.

“O diabo foi solto…e saiu furioso…sabe que seus dias são poucos”.

Viajei no meu sentir acerca dos dois temas desde minha juventude—Volta de Cristo e Fim dos Tempos—e, então, entendi…

Sim, entendi que quando me converti eu desejava a vinda de Jesus, como fervor.

Era algo que vinha de dentro para fora.

Era esperança apaixonada pelos céus.

Até Ontem era diferente.

Me dei conta que antes de estar esperançoso com a volta do Senhor eu estava era chocado com o fim dos tempos.

Ou seja: ando angustiado pelo que vejo acontecendo na Terra, pois vejo que o fim desta era está próximo.

Antes, a volta de Jesus vinha de dentro para fora.

Agora ela me vem de fora para dentro.

Antes, eu tentava ver o invisível, fazendo também um esforço enorme para enxergar cumprimentos proféticos acontecendo na Terra.

Hoje, sou perseguido pela visão da profecia para onde quer que eu me vire, e até na dor do luto de meu filho, me vejo também suspirando pelo destino da Terra.

Digo “Maranata!”—Vem Jesus!—enquanto grito: Cuidado!

Aqui reside a tenção existencial por excelência para quem crê no Reino de Deus.

E aqui a maioria se perde…

Há aqueles que se assentam, ou se alienam…”até Jesus voltar.”

Há aqueles que se “desesperam” e saem percorrendo a Terra tentando fazer o mundo virar cristão.

Há aqueles que acham que se puserem o pé em cada pequena tribo da terra, uma “presença do Reino ali terá estado”, logo, fazendo o caminho da volta de Jesus pavimentado…segundo sua escatologia.

Há aqueles que caem em desespero…indefinido.

Há aqueles que ficam histéricos e fanáticos.

Há os que param de ambicionar qualquer coisa nesta vida.

Há os que tentam não pensar no assunto.

Há os que nem sabem mesmo o que está acontecendo.

Há os que lutam contra o que está acontecendo, mas apenas para protegerem a si mesmos e à espécie.

Há os que já desistiram, e estão se preparando para mudar para Marte…com Cristo no coração…e a Terra em chamas…bem para trás.

O fato é que “bem-aventurado é o servo a quem o seu Senhor encontrar” empenhado pelo que é bom.

Mateus 24 nos fala do Fim dos Tempos, e termina com a Vinda do Filho do Homem.

Mateus 25 nos diz o que acontece “DEPOIS”.

DEPOIS, o que vale é muito simples.

Tudo se resume a quem deu copos d’água aos indesejáveis, quem abrigou desabrigados ou os ajudou a encontrar pouso; quem se importou com o próximo, até — e especialmente — com os que são privados de liberdade; quem venceu preconceitos contra estrangeiros e estranhos, e os acolheu; quem tirou de si para cobrir alguém, no corpo e na alma; quem repartiu o pão de trigo e o pão da vida; quem não negou seus dons ao próximo; quem mesmo sendo pequenino não se julgou impotente para socorrer um outro.

No fim… é um pequenino ajudando a outro; e o pequenino sendo ajudado, sempre virando Jesus para aquele que o ajuda; pois, estranhamente, mesmo o mais alienado dos homens que socorrer com valor de preciosidade a vida de outro homem, está também tendo a inexplicável alegria de estar levando Deus no colo.

Assim, Agora, os sentidos de Ontem e Hoje se reencontram, formando um Terceiro Termo em mim: uma nova síntese existencial, intensa e forte.

Agora a Volta do Filho do Homem—que é esperança que viaja de dentro para fora de nós—, e o Fim dos Tempos—que viaja como meteoro, de fora para dentro, oprimindo os nossos sentidos—, tornaram-se uma coisa só em mim.

E, afirmando isto, não estou dizendo que teologicamente não fosse assim que eu pensasse, desde há muito…

A questão é que eu pensava assim.

Agora eu sinto assim.

Há uma nova síntese feita em mim.

Há muito o que ser e fazer…

Há o Evangelho Eterno para pregar!

Vem, Senhor Jesus!


Caio