—– Original Message —–
From: MUGIDOS DE VACAS MAIS SÁBIAS QUE PREGADORES!…
Sent: Tuesday, December 22, 2009 11:38 AM
Subject: Palavra doutrinária!
Caio, o velho (risos), meu querido… veja isso aí!
Ontem, depois de muito tempo de ausência nos cultos doutrinários devido o seminário, fui para reunir-me com os irmãos, adorar ao Senhor e compartilhar a Palavra. Tudo foi realizado, porém está última com muitos equívocos e lástima.
O presbítero, que hoje é o vice da congregação, utilizou o texto de 1Sm 6.10-14, onde descreve a atitude dos filisteus, quando orientados por seus sacerdotes e adivinhadores, de devolver a arca a aliança.
O texto descreve que eles pegaram duas vacas, prenderam seus filhotes e colocaram-nas no carro-de-boi. Então o texto diz que elas foram pelo caminho, sem se desviar nem para a direita e nem para a esquerda, e andavam berrando, até que chegaram ao local.
O irmão disse que há muitos personagens bíblicos que são exemplos para nós, mas que naquela noite iríamos aprender com duas personagens incomuns de um exemplo fenomenal – AS DUAS VACAS!
O QUE APRENDEMOS ONTEM:
1) RENUNCIA: Sim meu caro raboni, ele disse que precisamos aprender com essas vacas a renunciar em função do Cristo. Segundo ele, as vacas renunciaram suas crias, abandonou-as no curral para servir ao Senhor, ou seja, puxar o carro-de-boi com a arca. Ainda citou textos bíblicos que anotei.
2) FIRMEZA NO CAMINHO: Para ele as vacas foram fieis e não se desviaram do caminho, pois DEUS as conduziu, as guiou, etc. Sendo que o texto deixa claro que os príncipes da cidade seguiram as vacas até os termos de Bete-Semes.
3) BERRAVAM (ALEGRIA) Segundo ele, o berrar das vacas é a expressão de alegria por estar levando a arca que é a PRESENÇA DE DEUS SOBRE ELAS. Um ex-boeiro lá da igreja, Amós sabia disso também, disse que elas berravam por estarem longe de suas crias. Segundo o irmão ex-boiero toda vaca berra ao ser afastada de sua cria no período de amamentação.
4) SACRIFÍCIO As vacas foram sacrificadas e, segundo ele, assim é conosco. Levamos a presença de Deus e devemos nos sacrificar e citou Rm 12; o sacrifício vivo – culto racional.
Obs.: Dá para imaginar a pessoa dizer que a arca era pesada e por isso a vida cristã é difícil. Isso ele falou… Em seguida citou o julgo suave e fardo leve de Jesus.
Caio, você tem mente fértil o suficiente para imaginar duas vaquinhas pentecostais (cheias do Espírito), falando línguas (berrando), sem se desviar (fiel até o fim)? Nem mesmo que eu desejasse muito conseguiriam gerar uma mensagem dessa. É muita alucinação!
A resposta para isso está em Juízes 2.10 e Oséias 4.6!
Atenciosamente,
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Resposta:
Mano amado: Graça e Paz!
Quem sabe não foi o espírito do Presépio Natalino a inspiração pecuária da interpretação do irmão!…
Claro que posso imaginar vacas, bois, veados, tigres, gatos, jumentinhos, passarinhos, peixes, e qualquer criatura cheia do Espírito Santo!…
Tem até jumento que discerne o mundo espiritual melhor do que muitos “profetas” da escola de Balaão!…
O que não posso imaginar é esse tipo de sacrifício bíblico [exegético/hermenêutico] a fim de dar um sentido às vacas…
Fazer isto é trabalho de burro…
Sim, é ministério de burro fazer este trabalho teológico interpretativo… Rsrsrs!
Bichinhos cheios do Espírito é coisa normal…
Hoje em dia o difícil é encontrar homens em tal estado…
Jesus disse que da criação Ele poderia esperar toda cooperação, como se cada ente fosse um anjo… Daí Ele ter dito que até as pedras poderiam falar…
Uma pedra, no entanto, só falaria se Deus ordenasse…
Ora, este é o problema…
Sim, a criação fala a mensagem certa; e aparece em milagres de sobrenaturalidade quando Deus assim determina…
Com os homens, entretanto, não é assim…
Se Deus mandar […] quem sabe a gente fala… Mas se Ele não mandar fica melhor ainda, pois, a gente inventa com total liberdade de fazer qualquer coisa de qualquer coisa…
O alegorismo das interpretações pentecostais é o diabo interpretativo!…
Sim, pelo alegorismo se pode dizer […] e fazer qualquer coisa dizer o que queiramos…
Afinal, o alegorismo ficcional é uma ferramenta do Spielberg […], não de Jesus.
Isto me lembra uma secretária que tive bem no passado…
Ela me respeitava muito e desconfiava que qualquer coisa que ela não entendesse na minha ortografia [ela datilografava as minhas cartas e esboços de mensagens…] era deficiência dela, não minha…
Assim, um dia, diante de esboço que eu pregara no domingo sobre a Vara de Deus, a de Moisés, ela não entendeu minha letra, e, mesmo tendo ouvido a mensagem, não creu no que ouvira; e, assim, como não compreendia a minha letra, apenas lia Vaca onde eu escrevera Vara…
Bem, o esboço era publicado no Boletim da igreja local… Eu estava viajando… Quando cheguei no domingo cedo a fim de pregar, vi o boletim nas mãos das pessoas; e todas estavam rindo a valer…
O tema: A Vaca de Deus!…
Onde quer que no esboço eu tivesse escrito a Vara de Deus […], ali ela escrevera a Vaca de Deus…
Assim…
A Vaca de Deus é poderosa…
A Vaca de Deus abre os mares…
A Vaca de Deus tira água da rocha…
A Vaca de Deus vence os inimigos…
A Vaca de Deus é cheia de autoridade…
Também assim…
Jesus era casado com a Tunica, pois se diz que Ele tinha uma túnica…
Jesus era músico, pois tocava o esquife…
Do mesmo modo Jesus ama o homem/ostra, pois o pregador não sabia ler austero…
Rsrsrs!
Quando eu ia ser ordenado diácono, seis meses depois de convertido, um velho presbítero foi aconselhar os três novos diáconos: eu, o João Chrisóstomo Junior e o Eduardo…
Então ele abriu numa carta de Paulo e leu: “Sejam revestidos de ternos afetos...”; e disse: “Viram!? Acabou o tempo de virem sem terno para os cultos… Aqui diz que é para se revestir de ternos afetos… O terno vocês conhecem… Venham de terno…”
Agora um pouco de seriedade…
SE ALGUÉM NÃO
Quanto a isto a história da interpretação bíblica me dispensa de fazer maiores comentários!
Essas vacas tão santas dariam um churrasco maravilhoso!
Receba meu carinho…
Nele, em Quem vacas falam […], mas não quando o homem muge sua própria interpretação,
Caio
25 de dezembro de 2009
Lago Norte
Brasília
DF