NÃO SEJA “UM ÍNDIO” em relação ao que seja um índio!

 

 

 

 

 

 

—– Original Message —–

From: NÃO SEJA “UM ÍNDIO” em relação ao que seja um índio!   

To: [email protected]

Sent: Monday, August 18, 2008 5:00 PM

Subject: Dúvida em Romanos 2

 


 Graça e paz, amado amigo Caio!

 

 

Outro dia um amigo me fez uma pergunta que acabou me criando uma bela confusão em minha cabeça. Em Romanos 2, Paulo diz que os que pecaram sem lei, também sem ela perecerão, enquanto os que pecaram sob a lei, por ela serão julgados. Os que praticam a lei são por ela justificados. Os gentios têm a lei gravada em seu coração, quando fazem naturalmente as obras da lei, ainda que não a tenham como a têm os judeus, e essa lei (escrita nos corações) testifica com suas consciências, ora acusando-os ora defendendo-os.

 

Fiquei confuso.

 

Afinal, Caio, Paulo está dizendo que os gentios, aqueles não alcançados pelo Evangelho (como muitas tribos indígenas brasileira, africanas, etc.), que nunca ouviram falar de Deus mas devem conhecê-lo através da Sua criação (Rom 1:18 em diante), serão julgados conforme a lei? Ou seja, suas obras é que determinarão o seu destino final?

 

Na primeira análise que fiz, apenas lendo o texto, senti que Paulo se referia àquela promessa feita no Antigo Testamento, de que Deus inscreveria Sua Lei nos corações. Porém, lendo um texto de John Stott, a interpretação era outra, no sentido de que Paulo se referia à lei moral que Deus colocou no coração de todos os seres humanos, sendo que todos têm idéia de certo e errado. Stott diz, também, que Paulo não está falando de salvação, mas sim de julgamento, o que, confesso, não me pareceu ser muito diferente, porque no julgamento se designará se houve salvação ou não (a menos que eu esteja equivocado nisso também!).

 

Veja bem, Caio, o que estou tentando entender (acho que você já compreendeu a dúvida) é o que exatamente Paulo está dizendo!

 

Há pessoas morrendo todos os dias, sem nunca terem ouvido falar de Jesus Cristo. O texto de Paulo se aplica a elas? Sei que Deus, sendo justo, não condenará sumariamente alguém que morreu na ignorância. Então, se a pessoa morreu sem saber de Cristo, o critério passa a ser suas obras?

 

Caio, embora você seja um homem bastante ocupado com o trabalho no Reino de Deus, espero que possa me responder, pois permanecer com tal dúvida na cabeça é algo muito complicado. hehe

 

Agradeço pela sua atenção, e rogo a Deus que continue lhe dando sabedoria, discernimento, ousadia e condições para levar adiante a pregação do Evangelho.

 

 

Grande abraço, mano. Fique na paz de Cristo.

 

J.V.

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Resposta:

 

 

Mano amado: Graça e Paz!

 

 

O que Paulo estava dizendo é uma coisa apenas:

 

Todo homem sabe acerca do que é bom e do que é mal, variando o significado de tal entendimento conforme a luz que possua, independentemente da cultura na qual esteja ou tenha sido gerado.

 

Em todo lugar todos pecaram. E, em todo lugar, há pessoas buscando o que é bom, assim como há os que se entregam aos caprichos egoístas.

 

Os Romanos, os Judeus, os Bárbaros. Todos sabiam de tudo o que importa ao mínimo de uma consciência. Afinal, Deus mesmo fala de Si o tempo todo por meio de Sua criação.

 

Os Romanos sabiam, pois, todos sabem. Mas, apesar disso, “entregavam-se a torpezas”; e, assim, pervertiam-se “entregues a uma disposição mental reprovável”.

 

Os Judeus, “guias de cegos e mestres de crianças”, sabiam, mas, no coração, existiam em estado de negação do que sabiam. Pois o mero saber acerca da Lei somente aumenta o pecar como deliberação consciente do ato deliberado.

 

Os “Gentios sem Lei”, vivem sem a Lei, embora mostrem que existe uma “norma da Lei” dentro de seus corações. E mais: a luta de auto-acusação e auto-defesa [“ora acusando, ora defendendo”] está posta dentro do ser de cada um. Ora, entre esses há também aqueles que vivem como viviam “os Romanos”: não sabendo nada como afirmação de fé, embora sabendo como conhecimento intrínseco. Isto porque tal saber sempre aparece relacionado ao que um homem gostaria que a ele, ou à sua mulher, ou ao seu filho, fosse feito, se a situação fosse outra. Assim, não há aqui a “beatificação” de nenhum tipo de “ignorância índia”.

 

Ora, o que Paulo diz é simples:

 

Todos [os que sabem e os que não sabem; os que buscam um diálogo com o bem em suas almas; e os que fecham o coração para qualquer voz que não seja de auto-indulgência] pecaram; e todos igualmente carecem da glória de Deus.

 

O tom de Paulo em Romanos 2: 12-16 é positivo. E, no verso 16, o tom é de salvação. Sim! Paulo fala da Graça de Deus que será surpreendente, quando “os segredos dos corações dos homens forem abertos”, e, assim, se veja como Deus é quem dialoga com cada consciência humana vivente na Terra.

 

Ora, tudo isto deixa de ser questão quando se crê que o Cordeiro de Deus foi imolado antes da fundação do mundo.

 

E mais:

 

Quando se crê que Jesus é Salvador de todos os homens, segundo a Ordem de Melquizedeque.

 

Sobre o Cordeiro, leia os seguintes links:

 

O QUE VEM PRIMEIRO: A CRIAÇÃO OU A REDENÇÃO?



A CRIAÇÃO OU A REDENÇÃO? – você me confundiu todo! (I e II)



O EVANGELHO ETERNO E A REDENÇÃO DA CRIAÇÃO

 

Sobre a Ordem de Melquizedeque, leia também os seguintes links:

 


QUAL O SIGNIFICADO DA ORDEM DE MELQUIZEDEQUE?

 

 

AMO E FICO PERTURBADO COM A ORDEM DE MELQUIZEDEQUE



NASCIDO SEGUNDO A ORDEM DE MELQUIZEDEQUE: um testemunho



O TEÓLOGO CATÓLICO E MELQUIZEDEQUE



O VENTO DA ORDEM DE MELQUIZEDEQUE



BALAÃO NÃO CONHECIA MELQUIZEDEQUE



O CENTURIÃO E MELQUIZEDEQUE: um encontro com Jesus

 

UM CLAMOR MUSICAL DA ORDEM DE MELQUIZEDEQUE

 

 

Nesse momento surge sempre uma questão:

 

Por que pregar se não somos nós, com a mensagem, os que salvamos o mundo?

 

Ora, anunciamos o Evangelho ao mundo porque é impossível deixar de fazê-lo, uma vez que se tenha de fato conhecido a Jesus. E como Ele, Jesus, é o Evangelho, falar Dele é como falar do maior amor, da paixão mais consumidora. Daí Jesus ter apenas perguntado a Pedro: “Tu me amas?”

 

Evangelizar, no entanto, é boanovizar o mundo, dizendo a todos que Deus se reconciliou com os homens em Cristo!

 

Assim, eu anuncio a reconciliação porque eu mesmo fui reconciliado, mesmo antes de aceitar que estava reconciliado.

 

Eu não me reconciliei com Deus, e, então, Deus, vendo minha atitude, se reconciliou comigo.

 

Não! Não foi assim!

 

Eu apenas fiquei sabendo que já não havia mais morte a me matar, posto que Jesus havia vencido aquele que tem o poder da morte, a saber: o diabo.

 

E mais:

 

Fiquei sabendo que Ele havia matado a minha morte na Cruz.

 

Assim, eu cri, e, assim, encontrei paz!

 

Ora, é este encontro de amor aquilo que me motiva a pregar a Palavra, com palavras e com ações, com falas e com sinais e prodígios do amor de Deus.

 

Entretanto, para nós, cristãos, a coisa toda virou uma missão de angustia e desespero; posto que passamos a crer que tudo depende de nós, e que se não levarmos os homens a “aceitarem a Jesus”, nós estamos em situação difícil — é o tal do sangue do outro na cabeça da gente —; ou, então, a gente fica com raiva de quem “não aceitou”, e mandamos logo a pessoa para os quintos dos infernos.

 

O que a gente não leva em consideração é que o “Jesus dos cristãos” já não é o Jesus dos evangelhos.

 

O “Jesus” dos cristãos é uma criação da igreja e do “Cristianismo”. Além disso, também não percebemos que o nome de Jesus, para os de fora, representa apenas esse fenômeno religioso que a gente diz que carrega a salvação.

 

Assim, sinceramente, o mundo todo já está perdoado por não “aceitar a Jesus”, posto que o próprio Jesus também não “aceitaria Jesus” se o que se apresentasse a Ele fosse justamente aquilo que nós apresentamos aos homens.

 

Sim! Jesus não “aceitaria Jesus”, conforme os evangélicos e os cristãos em geral o “pintam”.

 

E digo isto sem nenhum temor, com total ousadia, e certo do que digo.

 

Evangelizar, antes de ser sair vendendo um pacote de salvação religiosa, é, e somente é, viver de modo tão pacificado e tranqüilo, de tal modo que as pessoas percebam que o que nos habita é o resultado de nossa vinculação com o próprio Deus.

 

Nenhuma evangelização realiza o bem proposto no Evangelho enquanto o que se prega é o “Jesus da igreja”.

 

O “Jesus da igreja” não é melhor do que os demais sábios do mundo, e, num certo sentido, é infinitamente mais raso e pequeno do que os maiores sábios da Terra.

 

Assim, na maioria esmagadora das vezes, os homens não rejeitam a Jesus, mas sim à suposta representação Dele, e que é feita pela “religião cristã”.

 

Sim, um “Jesus” que Jesus não aceitaria. É disso que estou falando.

 

Desse modo, eu mesmo lhe digo:

 

Se eu não tivesse, pela Graça de Deus, conhecido a Jesus mesmo, conforme o Evangelho, saiba: muito provavelmente eu estaria entre aqueles que seriam visto como “perdidos”, apenas porque, em mim, quase tudo rejeita essa falsificação de Jesus, feita pela religião.

 

Nesse caso, não aceitar o “Jesus da igreja” é até uma afirmação de busca mais excelente, posto que somente seres muito básicos e satisfeitos com quase nada, é que aceitam um “Jesus” tão pouco parecido com Deus e com o homem.

 

E para que se prega?

 

Ora, para que as pessoas gozem na Terra, ainda, a paz e a alegria de serem de Deus, sem medo, sem culpa, sem as aflições da morte, e sem as entregas à tirania do poder da morte, que é aquilo que desgraça a alma dos homens e destrói o mundo.

 

Perdão por ser tão rápido, mas é que passei a vida toda falando no assunto; e, também, há aqui no site muitos textos sobre as suas questões.

 

Receba todo o meu carinho!

 

 

Nele, em Quem Deus reconciliou consigo mesmo o mundo,

 

 

 

Caio

 

18 de agosto de 2008

Lago Norte

Brasília

DF