NÃO SEJA UMA BLASFÊMIA FAMILIAR

 

 

 

   

NÃO SEJA UMA BLASFÊMIA FAMILIAR

 

 

Se alguém não cuida dos seus, especialmente dos de sua própria casa, tem negado a fé, e é pior do que o incrédulo.

 

[Paulo – I Timóteo 5]

 

 

Honra teu pai e tua mãe é um mandamento da Graça, pois é o mandamento com Promessa. Além de ser um mandamento do amor que propõe e não do medo que se retrai.  

 

Cuidar de pai e mãe e de todos os nossos é o mandamento. Sim! E deve-se assim ser e proceder mesmo quando o cuidar tenha que ser feito de cuidados pedagógicos e por vezes com disciplina e sabedoria. Entretanto, normalmente deve ser um mandamento que nos faça afetivamente meigos e materialmente atentos e generosos. Por isso, é mandamento que carrega a promessa de que tal atitude chama tudo de bom para quem a pratica.

 

Na língua hebraica honrar pai e mãe significa pesar, discernir, entender, aprender e, se possível, melhorar pai e mãe em nós, para o nosso bem e para a honra deles.

 

“Corbã” era o nome do “jeitinho” que os sacerdotes do Templo de Jerusalém deram ao casuísmo que ensinava que se alguém que fosse ajudar pai, mãe ou irmão, e por alguma razão não o desejasse fazer, tal pessoa poderia ir ao Templo e dizer: “O que seria deles, dou a Deus” — dando de fato aos sacerdotes. 

 

Ora, Jesus chamou isto de abominação [Marcos 7]. E diz que os que assim procedem, tanto os que ensinam como os que obedecem perversamente tal mandamento de homens, são como árvores que o Pai não plantou; ou seja: são joio em seu proceder; e, por isso, serão devidamente arrancadas…

 

Se digo que conheço a Deus, a Deus que é amor, e não saio de tal experiência e convívio em fé cheio de amor — então, de fato, segundo Jesus, João e todo o ensino do Novo Testamento —, eu nunca conheci a Deus; pois, Deus é amor.

 

Afinal, se Deus é amor, quem quer que o conheça ama com todas as formas genuínas de amor o próximo; posto que a prova do amor a Deus no mundo, é minha disposição de amar e acolher meu próximo em Graça.

 

Assim, não cuidar dos meus, dos de minha casa, não importando qual seja a causa por mim alegada para que, podendo, não os ajude, é a própria negação da fé no Deus que é amor.

 

Ora, é assim em relação a qualquer homem na terra, mas, em se tratando dos que são “nossos”, se nem mesmo por eles eu me importar, tal atitude é um atestado de total inafetividade, o que é incompatível com a confissão da fé em Jesus.

 

Assim, filhos que não cuidam de seus pais, mesmo que confessando Jesus com os lábios, são ainda piores que os pagãos mais cínicos e incrédulos; posto que estes não dizem crer no Deus que é amor.

 

Do mesmo modo, pais que deixam seus filhos e os esquecem nesta vida, são piores do que bruxos perversos.

 

Assim também ex-maridos que não se preocupam com o futuro da antiga companheira, são também seres que nunca conheceram o Evangelho.

 

Portanto, divórcios litigiosos de cristãos significam vergonha total e completa negação da fé; especialmente para o propositor da demanda, ou para aquele que, pela usura, cria o ambiente da demanda.

 

Não levante as mãos em adoração se antes você não as tiver estendido na direção do próximo, e, entre tais, àqueles que são sua carne e seu sangue; ou que são os que compartilharam a vida com você.

 

Hoje o que se vê são as “igrejas” inventando que o que se tinha para por em casa, antes se deve dar ao sacerdote dessa “aliança com a mentira” chamada de “Prosperidade”.

 

Eu, porém, digo a você: se o dinheiro que você tem para dar à “igreja” é o único que você teria para ajudar a sua mãe, não pense duas vezes; pois, fazer tal coisa por amor e gratidão é infinitamente mais agradável a Deus do que qualquer dizimo e oferta que se “desvie” do compromisso imediato para com os “nossos, os de nossa própria casa”, para qualquer que seja a causa.

 

O que Jesus diria em tal caso, com todo equilíbrio, seria o que Ele disse em situação parecida:

 

Devíeis dar o dizimo do endro, do cominho e das hortaliças, sem deixarem de também demonstrar os que são os mais importantes valores da Lei da Vida: a fé, a misericórdia e o amor. Sim! Deveis fazer estas coisas sem omitir aqueles outras.

 

Assim, como o dogma de Jesus é o amor, só se manifesta fé que agrade a Deus, se tal fé se veicular pelo amor.

 

Não é difícil de entender, é?

 

 

Nele, em Quem não há jeitinhos,

 

 

 

Caio

 

05/10/07

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