—– Original Message —–
From: NÃO SOU GAY. ENTÃO COMO POSSO TER TESÃO EM HOMEM?
To:
Sent: Saturday, November 11, 2006 11:11 AM
Subject: Ajude-me!
Olá Caio!
Eu preciso da sua ajuda. Vou contar rapidamente um pouco da minha história.
Quando eu era criança quase todos os dias eu chorava por me sentir muito sozinho e por perceber que eu não tinha amigos, e entrei na adolescência na mesma situação. A minha mãe sempre se fez presente na minha criação, o meu pai, todavia, por trabalhava muito para sustentar a família, fazia-se
menos presente. Lembro-me de poucas vezes que eu brinquei com ele. Hoje
temos um relacionamento razoável, nem tão distante e nem tão profundo. Hoje
sinto um pouco a falta de alguns conselhos e orientações que em muitas famílias partem do pai para o filho.
Outra situação muito importante que eu
quero lhe falar é que desde pequeno eu sempre tive alguns desejos por pessoas do mesmo sexo. Não era com a mesma intensidade que por mulheres, mas
era algo diferente. E à medida que eu fui crescendo isso continuou… A vida toda tenho lutado contra isso. Hoje tenho 21 anos e não conseguir vencer. Não desejo me “casar” com uma pessoa do mesmo sexo e muito menos constituir uma vida com uma pessoa assim. Sempre sonhei em ter uma esposa e filhos.
Esta atração é muito mais sexual do que sentimental. E não é um desejo de
atuar como passivo, mas como ativo. Eu nunca me envolvi sexualmente com
ninguém (nem com homens com mulheres), nunca nem mesmo namorei. Mas hoje tenho vontade de ter uma mulher ao meu lado, só que ao mesmo tempo eu me desespero quando em algumas fases da minha vida este desejo “homossexual” fica mais intenso. Eu nunca tinha parado pra ver fotos de homens nus e esta semana eu fiz isso. E então fica esta mistura de sensações — me excito com mulheres, mas em alguns momentos com homens também.
Tentei negar isso a vida toda e agora preciso de ajuda. Me ajude! Eu estou me preparando para o ministério pastoral e não quero estragar a minha vida e o meu chamado por causa de uma atração sexual.
Obrigado,
E aguardo a sua resposta.
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Resposta:
Meu filho: Graça e Paz!
Sei que a introdução sobre seu pai e sua mãe me foi oferecida por você como uma ajuda, a fim de que eu pudesse tentar entender o que você narrou depois, e que se manifesta como problema de hoje.
Entretanto, se eu for entrar por aí, as alternativas de associação são tantas, e, ao mesmo tempo, tão relativas, que, sinceramente, prefiro me concentrar no que de prático você pode fazer agora em seu próprio favor.
Se você tivesse me dito que na infância tinha “brincado de sexo” tipo “meia” com seus amigos, ficaria simples apenas dizer que o que você sente hoje é uma referencia estabelecida pela única forma de sexo que você teria tido na vida; e que sempre deixa suas marcas como lembranças; e, eventualmente, até mesmo deixa alguns “tesões”; os quais emergem da dimensão infantil e lúdica do ser; e que por vezes brotam sem explicação — seja à noite, na cama; seja na rolação do ócio, quando a mente viaja em fantasias; seja em razão de involuntariamente o pênis endurecer e o cara buscar uma lembrança para colorir o impulso sem cara; etc. Mas você não tem tal história factual para contar.
Todavia, posso dizer a você que muitos homens que na infância tiveram tais experiências de “sacanagem infantil” — podem também, tanto na adolescência, quanto na 1ª juventude e até mesmo na idade adulta — ter os mesmos impulsos que você por vezes sente. E mais: quase sempre eles (os impulsos) acontecem como fruto de duas coisas: ser aquela a única experiência erótico-física da pessoa até então (É que a maioria não tem coragem de dizer “eu já fiz”; e mais: “Por vezes me excito com as lembranças”). E também crescem pela força do “pecado”; ou seja: do proibido.
Ora, você não fez nada. Porém, certamente, teve muitas tesões infantis que sempre convergiam para o “possível” do ponto de vista sexual. E, na infância, quase sempre o “sexualmente possível” acontece entre crianças do mesmo sexo; especialmente entre os meninos; pois, entre as meninas, a tesão se manifesta como amizade e carinho (digo: entre elas). Homens, todavia, como não são eroticamente delicados e sutis, apenas sabem expressar eroticidade mediante a penetração e o encontro tátil. O que na infância muitas vezes acontece como “treino sexual” dos meninos.
De fato, o “possível” para você é hoje com homens, apenas porque sempre foi o “possível” desde a infância.
É nessa mesma fase da vida que acontecem todos os impossíveis, mas que são “possíveis” pela própria excitação da proibição e pela disponibilidade dos meninos para essas práticas de “treino sacana”. Ou seja: é nessa fase da vida que irmãos transam pra saber como é; que amigos se trocam pela mesma razão; e que o desejo pela irmã do amigo pode se tornar tesão pelo irmão dela.
Milhares que lerem esta minha resposta a você se identificarão com ela; e até entenderão o que lhes acontece hoje, e que nada mais é que o eco lúdico do que lhes aconteceu na infância. Sim! Especialmente os que cresceram no Norte, no Nordeste e nos interiores do Brasil — onde tais práticas são comuns até hoje entre crianças.
Portanto, você não é gay, mas apenas um rapaz crente que nunca transou com uma mulher, porém que já teve na possibilidade fantasiosa do sexo com amiguinhos uma chance mais próximas do factível do que na chance de ter sexo com meninas.
O perigo é apenas que você dê tanta asa à imaginação que acabe por ter na fantasia sua única e imbatível referencia sexual. Desse modo e se assim for, você corre o risco de ter uma relação sexual com uma mulher (a 1ª) e, não sendo algo que aconteça de modo avassalador, sua mente engane você dizendo que seu único e grande prazer na vida só aconteceria se você transasse com um homem. E, em tal caso, em razão da sensação de errado, de proibido, e de pecado. Ora, tais coisas, associadas ao sentimento fantasioso de prazer e excitamento (ambos ampliados pelos tremores de uma possibilidade de consumação sexual, e que chega com o sentir de uma tara…) – podem fazer surgir em você uma falsificação: a de que sexo com outro homem é mais excitante do que com mulheres. Então, caso você se entregasse a tal engano, possivelmente acabaria sexualmente gay, embora, emocionalmente, só viesse a sentir capacidade de amar a mulheres. Além disso, não desistiria da idéia de casar, pois saberia que só conseguiria amar uma mulher, todavia, ainda assim, em profunda confusão de alma, pois você continuaria sem entender o porquê de sentir tanto prazer em transar ‘ativamente’ como gay.
Assim, o que lhe ocorre é fruto não do fato de você ser gay, mas sim de fantasias infantis (e que não são incomuns) associadas ao fato de que você nunca conheceu uma mulher sexualmente. Além disso, como você é evangélico, e como entre eles, os evangélicos, ser gay é condenação irremediável ao inferno, e como você associa sexo à coisa ruim, então, pela via da culpa provocada pelo desejo sexual, sua alma faz a convergência do desejo recair sobre a sua pior punição: ser gay.
Você tem que tomar cuidado agora para não iniciar sua vida sexual com uma mulher sem carinho e desejo por você, pois, caso o faça, há grandes chances de que tal sexo não seja nada bom, e, assim, venha a reforçar seu pânico gay, empurrando você justamente para a experiência sexual gay.
Já que tal sentir anda apavorando você, digo-lhe que sua 1ª experiência sexual deve ser precedida pelo amor e pelo carinho, pois, só assim você apagará os fantasmas do desejo por homens. Pois se for apenas baseada em sexo por sexo, pode ser que não seja bom, e, assim, sua crise se aprofunde, e, por tal razão, você entre num conflito maior, e que poderia levar você a ter experiências gays. Ora, como psicologicamente você já carrega a marca gay como vício de fantasia, em acontecendo uma relação homossexual em sua vida (e no contexto acima descrito) — poderia ser que você acabasse por ser um gay de sexo, ainda que não seja um gay de alma. Tal fenômeno está mais que presente entre muitos homens em nossos dias.
Mudando de assunto a fim de ajudar a mudar você, sugiro que você leia este site todo. Sim! Para a vida, a alma, a mente, a auto-percepção, o discernimento de Deus e do Evangelho — a leitura total deste site lhe será algo muito mais proveitoso do que seu seminário, seja ele qual for. E digo isto sabendo o que digo.
Pense no que lhe falei e me retorne.
Beijão!
Nele, que conheceu todas as nossas fantasias e tentações, e a tudo venceu, tornando-se nosso único Sumo – Sacerdote, e, portanto, capaz de interceder por nós em nossas fraquezas,
Caio