NÃO SOU MATÉRIA PARA OS FAZEDORES DE ÍDOLOS!



Chega a ser divertido ver como as pessoas tentam me “interpretar”. Em geral, afora a maioria que deseja apenas crer no Evangelho, o que ocorre é um movimento de polarização: a maioria “evangélica” e “fundamentalista” me vê como um “liberal” sem fronteiras. Já os “liberais”, em geral, me percebem como um “fundamentalista politicamente correto”. Morro de rir. É engraçado ver o desejo de mentes condicionadas pela idolatria teológica buscarem arranjar uma “moldura” para mim! O fato é que seguir apenas o Evangelho põe a pessoa num lugar-não-achável. Buscam, especulam, teologizam, analisam, e, depois, dão seus veredictos: o Caio é liberal…; o Caio é fundamentalista…; o Caio é intolerante…; o Caio é tolerante em excesso…; o Caio é descrente…; o Caio é crente demais…; o Caio é ressentido…; o Caio é um profeta…; o Caio é um apóstata…; o Caio é o que restou de fé da geração passada…; o Caio é teólogo… ; o Caio não é teólogo…; o Caio é ingênuo…; o Caio é realista demais…; o Caio é intolerante com tudo o que é “evangélico”…; o Caio é intolerante com tudo o que é liberal…; o Caio… etc. e tal… E, assim, gastam tempo tentando me “fixar”… Sim, porque como a maioria é filha de um “Deus fixo”, pois é uma concepção humana, filha de filosofias sistematizáveis ou de moralismos em código fixo — não lhes é possível conceber que eu não esteja “nem aí” para nada disso. E mais: que Aquele a Quem sigo, não pôde ser também enjaulado por nenhuma das concepções acerca de Deus; e nem ainda pode ser. O fato é que toda a minha energia só se faz disponível para “os pequeninos”. Para aqueles que, do Pai, recebem revelação-intuitiva acerca do amor de Deus. Quanto aos demais, prego. Se gostarem, que façam bom proveito. Se não entendem, eu apenas lamento muito. Isto porque a maioria é “casca grossa” (tanto os polidos pela teologia, como também os cheios de farpas moralistas) —; e, portanto, são daqueles que pensam no Evangelho como algo a ser aprendido com a razão ou algo a ser vivido como pacote de comportamentos padronizados. Hoje um alguém-teológico me escreveu dizendo que eu sou um “fundamentalista politicamente correto”. Hoje, também, um outro alguém-moralista me escreveu dizendo que eu sou “um liberal disfarçado de homem de fé”; e também que faço fácil a vida humana, sendo que, na opinião desse último, meu único caminho de salvação seria o “caminho do torniquete” para a alma; ou seja: apertando o fluxo de sangue e vida das pessoas que me buscam, escrevem, ouvem e lêem. Há também aqueles que dizem que estou criando “outra igreja”; como também há os que dizem que estou fazendo uma “nova reforma”. Sem falar nos que dizem que abandonei a fé original… Eu? Ora, como tenho dito, “não estou nem aí”. Na realidade não consigo nem mesmo me motivar a responder tais pessoas, e por uma simples razão: todos eles, sem exceção, são religiosos cheios de certezas. Ora, quem está cheio de certezas que viva delas! Na realidade todos eles, os habitantes desses pólos aparentemente opostos, são igualmente fundamentalistas. Os liberais são fundamentalistas humanistas. Os moralistas são fundamentalistas letristas e literalistas. Entretanto, a maior convergência que os une é o fato de que para ambos os grupos o Evangelho é insuportável. Se eu fosse eles, crendo como dizem crer, não perderia tempo com um homem como eu. Sim, porque nunca me “fixarão” a nada que não seja a fé. Mas eles insistem… Há aqueles que acham que se me derem algumas “informações” com cheiro de formol teológico, me converterão às suas convicções; o que a mim soa engraçado, pois, não digo o que digo e não creio o que creio por falta de informação. Há, todavia, aqueles que crêem que eu ainda posso me converter à religião evangélica, por essa razão me mandam os textos mais básicos deste mundo para me ajudarem a crer como um “cristão” da religião. O que parece é que não querem enxergar que eu creio como creio apenas por assim crer. Não é por falta de informação. Ao contrário, foram as informações, sempre, ou quase sempre, em choque com o Evangelho, justamente o que me levou, desde há muito, a não aceitar qualquer forma de em-jaula-mento doutrinário ou teológico. Portanto, não percam tempo comigo. Estou para além dessa possibilidade de enquadramento. Sou discípulo de Jesus, mas não sou “evangélico” e nem “cristão”. Sim, porque nenhum dos dois termos carrega o significado do discipulado de Jesus; conforme o Evangelho. O mais… é perda de tempo em relação a mim! Depois de tudo… e de conhecer a Deus na vida, em todas as suas contradições, e, sobretudo, pelas consolações da Palavra Viva, não estou mais entre aqueles que mudam para qualquer lugar que não seja para frente… e sempre conforme o chamado do Evangelho para a renovação da mente; e que é algo que nada tem a ver com aprender novos sistemas ou modas; e, menos ainda tem a ver com qualquer possibilidade de que “uma nova informação” tenha o poder de me mudar. “Informação” é concepção pagã para a alma que experimentou Deus em Cristo; e isto como relacionalidade em fé! Assim, a religião e suas diversas produções bipolares, nada me dizem; e não é de hoje! A religião bipolar gera crentes esquizofrênicos ou apenas eruditos que dizem, e nada fazem. O que eu quero? Já disse muitas vezes, e vou repetir mais uma vez: quero apenas servir a Deus em minha geração! O que Ele fará com isto? Sinceramente não é da minha conta! Deus, todavia, me livre de pecar contra o Mistério de Quem Ele é, buscando “construir qualquer concepção-coisa” acerca Dele! O chamado “fazer teológico” não é em nada diferente da obra de um fazedor de ídolos! Assim, peço a todos os que não concordam comigo, que não percam tempo comigo; assim como não tenho tempo a perder tentando convencer fariseus moralistas acerca de nada; como também não tenho energia para buscar mudar quem de tanto se sentir erudito, perdeu a fé, e mergulhou no espírito dos saduceus, que não criam em nada, exceto na liturgia sacerdotal. Só tenho energia para quem deseja conhecer o Evangelho, esquecendo-se, assim, da religião! Portanto, que ninguém se equivoque: é assim mesmo que creio; e é apenas para os que não ficam se masturbando com o “KY” da teologia e nem babando de desejo reprimido como os meninos que nunca sentiram o gosto do verdadeiro prazer real e não virtual — que tenho energia e vida a doar. Os demais, pelas suas próprias certezas, não precisam de nada. São os sãos que não precisam de médico. Portanto, já nem mesmo crêem que o Evangelho seja relevante. Outro dia um pastor de uma igreja tradicional de São Paulo, não na minha frente, mas após minha saída da reunião, depois de me ouvir falar o Evangelho com toda simplicidade, disse aos presentes que tudo aquilo era muito bonito, porém “utópico”. Esse, para mim, é o retrato da maioria, tanto dos liberais como também dos fundamentalistas moralistas: para eles o Evangelho, sozinho, já não serve. É utopia! Eu, entretanto, não entendo por que me dão tanta importância se não crêem como eu; já que digo de cara aberta que não creio como eles. Ora, esta é a razão pela qual não tento aborda-los para nada. O que tenho eu a dizer a eles? Sinceramente, nada! Ou melhor: “Importa-vos nascer de novo!” Nele, que preferencialmente andou com quem buscou o que Ele ensinava como utopia humana e fé divina, Caio