O AMOR É VIVO!

 

 

 

 

 

O AMOR É VIVO!

 

 

 

Quem ama nunca está só e nunca perde nada e nem ninguém.

 

Todos aqueles que nos são amados, quando se vão pela porta da morte física, deixam-se vivos em nós, em nosso amor, em nossos lembranças e sorrisos, e, além disso, nas muitas memórias de vida e significado de cada um.

 

Quando meu filho Lukas se foi eu não conseguia “passar a revista telefônica” nos filhos, ligando todos os dias para cada um deles, sem incluir, na ordem de idades, o número do Lukas. Muitas foram as vezes em que liguei para ele sem lembrar que ele já não atenderia. E não foram poucas as vezes em que tocou, tocou, tocou, até que do outro lado eu ouvisse a voz dele dizendo: “Aqui é o Lukas. Pode deixar a sua mensagem!” Então, mandei desligar o telefone celular dele, pois, os sustos eram de matar de dor e saudade. Ora, mesmo não ligando mais para o número dele, todavia, cada vez que vou chamar os filhos, ele aparece na lista de meus chamados. Sim! Quatro anos depois!

 

Com meu pai não está sendo diferente. Tenho impulsos diários de ligar para ele e falar de tudo, como era antes. Então, acordo… de olhos abertos. Além disso, minhas heranças dele foram a muleta e a bengala sobre as quais ele andou a vida toda. Eu as trouxe para casa e as pus num móvel iluminado de baixo para cima, de modo que a sombra dos elementos se projeta na parede. Todos os dias eu passo lá e dou uma cheirada na muleta, pois ela ainda carrega o odor de meu velho e amado pai. Outras vezes vou passando e vejo a muleta, e, como onde ela sempre esteve ali ele estava, logo me vejo esboçando um “paizinho” como início de conversa.

 

Alguém diria: Mas você gosta de sofrer?

 

Não! Eu gosto é de amar; eu gosto é de lembrar tudo o que é amor; eu gosto é de lamber a verdade de tudo aquilo que em mim é amor!

 

Tais dores fazem melhor o coração!

 

 

Nele, em Quem todos vivem,

 

 

Caio

 

07/02/08

Lago Norte

Brasília

DF