—– Original Message —–
From: O APÓSTATA NO CÉU – que negócio é esse?
To: <[email protected]>
Sent: Monday, August 27, 2007 21:44
Subject: neemias marien e a ordem de melquisedeque
Caio.
A Paz do senhor.
Faz treze anos que me converti na Assembléia de Deus. Desde o inicio do ano estou ligado a O Brasil para Cristo. Esta mudança foi devido ao desejo de viver um evangelho mais próximo daquilo que entendo ser bíblico. Talvez ainda seja menino, mas tenho um sincero desejo de crescer no entendimento e na pureza doutrinária para viver minha fé livre de jugos humanos.
Nessa caminhada, já mudei muitos antigos conceitos. Porém, quando li suas palavras sobre o Neemias, dizendo que ele tentava justificar a prostituição por pretexto de profissão, e também se aliando ao ecumenismo, a grupos espíritas; somado ao que já li dele em outras fontes; como por exemplo, ele dizendo que a Bíblia é um livro psicografado, de que quando pregava sentia a presença de uma tia dele que já havia morrido, e que franqueava o púlpito de sua igreja para que mestres espíritas fossem lá pregar, etc.
Quando li você dizendo que espera vê-lo no céu, por que sendo você homem sabe diferenciar uma coisa da outra, quanto mais Deus não saberá — então eu não compreendi.
Na minha concepção, o Neemias é um caso de apostasia, e não consigo enxergar
esperança para alguém assim a menos que se arrependa.
Caio, te respeito muito e creio que você sabe o que está falando, mas não consigo entender.
Ajude-me.
Em Cristo
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O autor da carta é meigo e sei que deseja aprender, mas o que me incomodou não foi ele mesmo, mas o que se põe na alma de gente boa de Deus [como ele]; de modo que a pessoa passa a querer fazer na terra; até na hora morte do próximo, uma distinção que é a mesma que Jesus reprovou, quando disse que os servos do dono do campo perguntaram se o Senhor desejava que eles, os homens, separassem com visibilidade o joio do trigo; e Dele ouviram um veemente: “Não! Para que com o joio não arranqueis o trigo”.
Ora, o que eu escrevi aqui no site sobre o reverendo Neemias Marien, foi o seguinte:
MORRE O REV. NEHEMIAS MARIEN
Acabo de receber a informação da morte do Rev. Nehemias Marien. O sepultamento está acontecendo hoje, dia 20 de janeiro.
Conheci o Rev. Nehemias quando menino, vendo-o no programa J. Silvester, respondendo sobre a Bíblia — tipo: Gincana de conhecimento histórico e de memória de textos e referencias bíblicos. A razão da gincana seria angariar fundos para a construção de um templo ecumênico.
Como ele e o Rev. Antonio Elias eram amigos, vim logo a conhecê-lo pessoalmente, aí pelos meus 13 anos. Isto porque de vez em quando ele pregava na Igreja Presbiteriana Betânia, onde minha família se congregava.
Meu pai tinha reservas sérias em relação à proposta principal do Rev. Nehemias, que era uma espécie de Ecumenismo Universal.
Papai era, então, já um homem cheio de amor e graça para com todos, mas julgava que, historicamente, a mensagem do Evangelho não deveria se tornar uma bandeira para encontros religiosos; posto que, para ele, o Evangelho era a Boa Nova, e não uma contribuição ao saber Universal.
Quando me converti, aos 18 anos e meses, o ministério do Rev. Nehemias estava no auge. A Igreja Presbiteriana de Copacabana não parava de crescer, e uma mocidade forte e alegre encantava a quem por lá passava.
Foi nesse tempo, aí pela metade da década de 70, que conheci lá, junto ao Nehemias, o Rev. Guilhermino Cunha, que logo depois assumiu o pastoreio da Catedral Presbiteriana do Rio.
Fui pregar várias vezes na Igreja de Copacabana durante o tempo
Depois, já em 1980, Nehemias me convidou para trabalhar com ele. Naquele tempo eu pastoreava
No curso dos anos, Deus sabe que falo a verdade, lamentei muito, muita coisa desnecessária que eu via se manifestar na vida do Rev. Nehemias — coisas como: seu compromisso obsessivo com relação ao tal Ecumenismo Universal; sua constante tentativa de chocar as pessoas com aparições junto à “pais e mães de santos”, em comunhão espiritual; ou celebrar a Ceia do Senhor sobre a camisa do Flamengo, a fim de fazer forte impressão para a mídia; ou suas idas por décadas aos encontros de Nova Era; ou sua tentativa de justificar a prostituição evocando os costumes gregos das prostitutas cultuais; ou a realização de casamentos gays com nítida decisão de usar a mídia para divulgar o “choque”; e várias outras coisas; Deus sabe.
Entretanto, na presença de Deus e de vários amigos, como o Guilhermino Cunha, ou com o testemunho da Adriana, hoje como minha mulher — afirmo que eu sempre senti profunda e doída afeição pelo Nehemias.
Há dois anos, quando já estava com o pé em Brasília, antes de ficar definitivamente aqui — pedi a um amigo comum que me conseguisse o telefone do Nehemias, pois havia sido informado que ele estava seriamente enfermo, e eu desejei muito vê-lo e visitá-lo.
Fatores do cotidiano se interpuseram entre esse meu desejo e o encontro, e, literalmente, acabei sem vê-lo ainda aqui.
Vê-lo-ei além, na Casa do Pai.
Sim! No amor de Deus verei ao Nehemias na Casa do Pai, sem mais os traumas que tanto o influenciaram; sem mais o trauma da religião que não o acolheu em suas idéias; sem sua fixação sacerdotal religiosa; sem sua obsessão pelo ecumenismo religioso; e sem necessidade de chocar o mundo com nada — mas, agora, na Casa do Pai, totalmente livre de tudo, encontrá-lo-ei mergulhado em plenitude de entendimento.
Tudo o que eu gostaria pessoalmente de ter visto na vida dele era aquele vigor obsessivo na promoção da causa ecumênico-religiosa, ter sido todo ele canalizado para o anuncio amoroso do Evangelho.
Mas isto é minha opinião; jamais meu juízo. Prova disso é que sei que o verei na Casa do Pai, no amor de Deus, na Plenitude da Graça, nas alturas mais elevadas da compreensão, e na assembléia dos justificados pelo Sangue do Cordeiro; pois, se eu, sendo um verme, sei separar uma coisa da outra, por que, então, Aquele que é Pai e é amor não faria infinitamente mais?
Meu carinho, amor e respeito pela família dele; e minha certeza da Graça de Deus sobre ele — aqui expresso com toda veemência!
Nele, em Quem nossos traumas e confusões são discernidos, e Seu amor é sobre nós afirmado,
Caio
20/01/07
Lago Norte
Brasília
17: 20 mim.
Então, a propósito deste texto-comunicado, o moço me disse: “Quando li você dizendo que espera vê-lo no céu… – por que, sendo você homem sabe diferenciar uma coisa da outra, quanto mais Deus não saberá! – eu não compreendi”.
Respondi rápido apenas porque estava irritado; e devo confessar isso a ele; e pedir-lhe perdão, posto que ele apenas desejava uma luz. Mas é trauma de quem cansou de ouvir e ver “evangélico” mandando todo mundo pro inferno.
Então respondi:
E se a Bíblia nada dissesse sobre Manasses? O que você diria? Você estava na cadeia da dor e do arrependimento com ele? Só ficou sabendo por que foi revelado, mas se não tivesse sido, onde em sua opinião todos o colocariam?
Salomão até hoje é forte candidato a estar no inferno pela grande maioria “evangélica”. E Sansão foi direto para lá; pois, quis vencer se suicidando.
E se a Bíblia nada dissesse do Ladrão da cruz “ao lado”; e você de longe olhasse e nada soubesse da conversa entre Jesus e o criminoso, o que você pensaria?
Assim, pergunto:
Onde você estava quando o Neemias expirou?
Ouviu seus últimos sussurros?
Leu seus sentimentos?
Viveu na casa dele nos últimos anos antes de suas morte?
Conheceu seus pensamentos?
Sabia de sua história e traumas, ou ainda de suas heranças familiares?
Então, por que essa facilidade em mandar para o inferno?
De onde vem esse ânimo?
Que espírito é esse?
Eu prefiro crer que se houve esperança para Manasses, que houve para o Neemias também; pois, Neemias nunca foi Manasses; e conhecia a Bíblia e muito mais; e pode ter tido a conversa com Jesus na Cruz que você nunca ouvirá; e, por ignorar tudo, prefiro ter a esperança de tudo; e, na Graça, condenar em nome de Jesus todos os homens ao céu; até porque ninguém sabe nada de nada.
Ou na dúvida é melhor congelar a pessoa no pecado e mandá-la direto para o inferno como apóstata?
Perdão! Mas jamais serei assim!
É contra o meu ser em Cristo!
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Depois fiquei pensando com tanto carinho no moço, que me deu vontade de fazer esse adendo a ele e, agora, a todos.
Se a minha alma fosse “evangélica” [nesse e em muitos outros sentidos ela nunca foi], eu pensaria assim também; e congelaria todo mundo no pecado para poder derreter no fogo do inferno.
A questão é que mandar as pessoas para o inferno é pecado. É desejar separar o joio do trigo. E, claro, jogar o joio no fogo. É muito pior do que João pedindo autorização para dar uma de Bin Laden do Reino e fazer descer fogo do céu sobre os samaritanos.
A todos Jesus diz:
“Vós não sabeis de que espírito sois; pois, o Filho do Homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las”.
Assim, a Escritura fala do inferno como um conceito, mas não oferece uma lista de gente com passagem marcada. Nem a Tam dá a lista; nem a Gol; nenhuma companhia; é proibido na aviação; então, diga-me: por que seria facultado a qualquer homem o acesso à lista do inferno?
Para mim só tem esse acesso [antes do Dia Final] quem entra lá pra ficar!
Quanto ao mais, preguemos a todos os homens; mas, ao mesmo tempo, silenciemos em reverencia aos segredos de Deus no coração dos homens, os quais serão todos revelados no dia de Cristo Jesus.
Por hora, todo homem vai pro céu até que esteja no inferno. E quem descerá ao inferno para contar a história?
Ora, Aquele único que desceu, subiu levando cativo o cativeiro e concedendo dons aos homens?
Quem ousará libertar o cativeiro e jogar os dons dados aos homens de volta no inferno?
Deus me livre de atentar contra os céus falando tal coisa!
Nele, em Quem até eu fui-sou-sendo salvo,
Caio
28/08/07
Manaus
AM
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