O CAMINHO ENTRE O AMOR A DEUS E RAIVA DE DEUS!

 

O CAMINHO ENTRE O AMOR A DEUS E RAIVA DE DEUS!

 

Leitura: o livro do Profeta Jonas.

 

A coisa mais fácil do deste mundo é alguém deixar de ser quem era, e, assim, passar a ser o que nunca desejou ou até mesmo aquilo que um dia abominou.

Basta não sair do lugar. Basta ficar estático. Basta não atualizar a existência aos fatos da vida. Basta achar que se existe para que se não mude… Basta crer que gente séria não refaz as contas, os cálculos e as decisões.

Sim! Basta não fazer nada, e buscar manter de modo engessado o que um dia foi bom, que, sem que se note, tudo muda, a gente se torna outra coisa, e não fica nem sabendo…

A pessoa pode ter amado a Deus. Pode ter se dado à causa da fé. Pode ter crido com tanta intensidade que se tornou como um profeta, mas, ainda assim, perder-se no caminho, embora sem deixar de afirmar que crê em Deus.

Para que isto aconteça, basta que uma coisa que não seja amor se estabeleça em nós!

Sim! Basta que algo como religião, ou política, ou dinheiro, ou poder, ou fama, ou conforto, ou certezas sempre certas — se estabeleçam em nosso coração; não necessariamente todas elas, e nem tampouco de uma vez… Na realidade, é suficiente que apenas uma delas crie raízes em nós a fim de que nos percamos sem notar.

Foi assim com Jonas, o profeta bíblico.

Um dia ele fora um homem apaixonado por Deus. No entanto, sem que ele notasse, seu sentir foi se tornando cada vez mais político e menos profético…

Então, chegou o dia quando Jonas já era mais um israelita militante, cheio de ideologia, do que um profeta isento… e capaz de ouvir a voz de Deus em qualquer que fosse a direção.

Mas Jonas não sabia disso… Na realidade ele ficara com tanto ódio do inimigo de seu povo, os Ninivitas, que, agora, já nem sentia mais que seu coração perdera a singeleza e a simplicidade da fé.

O processo fora sutil… Muito sutil.

O fato, no entanto, é que como Jonas um dia amara tanto a Deus que se tornara Sua boca, seu profeta, agora, equivocadamente, julgava que tudo quanto ele sentisse tinha que ter a ver com Deus.

Ora, quando alguém julga que é tão de Deus que já nem precisa mais aferir seu próprio coração e motivações, tal pessoa entrará em um processo de “jonasnização” sem que o perceba.  

Assim, o homem começa amando a Deus. Depois, sendo profeta, passa a crer que suas palavras em nome de Deus precisam ser honradas. Então, já não admite que a causa seja de Deus e que Ele trata o que é Dele como Ele bem entende. E, ao final, quando Deus fala e diz o que a pessoa não quer reproduzir, o destino é a fuga…

Ora, a fuga de Deus remete o homem ao coração do abismo…

No entanto, nem o abismo curara tal homem!…

Desse modo, o antes profeta, pode até se render ao dever e ir pregar aos inimigos, mas, ainda assim, torcendo contra o amor de Deus.

O fato é que quando o homem começa a torcer contra o amor de Deus, o resultado é a imbecilização de sua existência e percepção do mundo.

A pior mente, a mais falsificada, a mais cega, sempre será a daquele que um dia julgou ver!

Sim! Ele ficará cegado pela Luz de um dia…, mas que já não brilha mais.

No fim o homem fica brigando com Deus. Odeia a Deus até pela Graça que o socorra como alivio…

O destino de tal homem é a amargura.

Será de Deus cheio de ódio por Deus e pelo Seu amor gracioso, posto que por tal amor, Deus não terá feito a justiça que agora os caprichos do profeta desejassem que viesse a acontecer…

Caso não se converta ficará prostrado, com raiva de Deus e dos homens, com a vida reduzida ao dilema que não vai além da erva e do calor do sol…

A Bíblia não conclui a história do profeta que virou jardineiro de ervas: Jonas. Mas deixa o espaço para que se julgue como teria sido diferente se Jonas apenas tivesse amado mais a Deus do que a sua ideologia política… ou a sua instituição religiosa.

No entanto, o silencio do texto quanto a continuar a história… é pedagógico; posto que Jonas, do jeito que estava, caso não se rendesse ao amor de Deus por todos os homens, morreria como quem um dia foi, mas já não é…

Seria esse o seu caso?

Agora, faça-me um favor: leia o livro de Jonas.

O resto é com você!…

Decida que final a sua história de Jonas terá…

O final dessa história só pode ser concluído em minha vida, e na sua também.

 

 

Caio

8 de fevereiro de 2009

Lago Norte

Brasília

DF