O Mercado da Música Evangélica!
—–Original Message—–
From: Mercado de Música Evangélica!
Sent: segunda-feira, 18 de agosto de 2003
To: [email protected]
Subject: O Bazar Musical dos Crentes!
Mensagem:
Pastor, boa tarde!
Sou músico evangélico e ministro o louvor na minha igreja nos dias de reunião da juventude.
Sendo assim, tenho uma visão privilegiada do que se passa no mundo musical evangélico.
Infelizmente a decepção é grande. Tem de tudo: músicas que vão de encontro as verdades bíblicas até chegarmos a anjos-garçons, com bandejas, envelopes, chaves,etc…
Creio até que certas visões a esse respeito são verdadeiras, mas afirmá-las como doutrinas é questionável.
Há também a crescente constelação de astros evangélicos, que chegam a cobrar verdadeiras fortunas para cantar duas músicas em um evento ou culto; e que saem fora antes do término da reunião.
As fortunas pessoais não param de crescer; e, se questionados afirmam ser este o ministério de Deus; e que eles precisam sobreviver.
O dinheiro para mim não é problema, e sim o foco desses ministérios que de levitas não parecem ter nem mesmo a sombra.
Hoje não se faz música para adorar a Deus, e sim para atender o público.
Se um cantor ou grupo não emplaca, o Cd é execrado pela classe.
Desde já digo que não tenho necessidade de gravar Cd nenhum; e até questiono a necessidade de se gravar um.
Desculpe, era pra ser apenas uma pergunta, mas virou um desabafo.
Lá vai a pergunta:
Qual é a sua opinião a respeito da música e do mercado evangélico hoje?
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Meu amigo querido: Paz!
Se eu fosse falar mesmo, temo que pouca gente agüentasse.
Para não chocar as alma puras e que precisam se desenganar aos poucos, direi o seguinte: Louvor não é cantar!
Louvor é tudo aquilo que em espírito e em verdade procede do coração para Deus!
Esse mercado do louvor, teve a seguinte história:
1. Pastores, não tendo o que dizer ao povo, começaram a buscar atrações—isso já faz muito tempo.
2. Naquele tempo as atrações ainda eram sinceras. Mas já era o começo do fim.
3. Com o passar do tempo, outros pastores, também vazios do que dizer, perceberam que as “igrejas” que levavam “atrações”, não só lotavam, mas também cresciam. Ouvi muito pastor dizer que não gostava daquilo, mas que não tinha jeito. Mas a “concorrência” é o espírito da missão de muitos pastores!
4. De uns vinte anos pra cá o negócio cresceu absurdamente e foi ladeira abaixo.
5. E esse negócio de dizer que tem que cobrar muito pra viver, é mentira. Quanto você acha que vale uma pregação sincera, pura e cheia do Espírito? Se alguém cobrar por isso, será visto como um mercenário. Por que, então, uma bobagem que se decora, se repete, e de mau gosto, tem que custar tanto?
6. Sempre digo aos “cantores gospel” que se o negócio deles é grana, que entrem no mercado secular e disputem com talento o seu espaço.
7. Mas a verdade é outra: no mercado secular eles não teriam chance. São ruins demais. Então, sobra esse infindável e brega “mercado evangélico”, que consome qualquer dejecto.
8. Muitos até começam com sinceridade. Mas logo caem na gandaia. Perdem o coração. Ficam secos. Viram palhaços de circo. E usam e abusam da mediocridade de pastores e de crentes idiotados.
9. Mas a culpa é dos pastores. Eles é que pagam. Eles é que financiam essa bobagem pela sua própria falta de ter o que dizer. Tire esses “números” dos cultos; e eu pergunto: sobra o quê? Bem, não havendo pregação, tem que haver diversão!
10. Agora temos essa volta ao Velho Testamento, com crentes achando que são Levitas. Meu Deus! Todos nós somos um povo de sacerdotes, e fomos em Cristo chamados para isso. Não há um grupo especializado que deva viver para levar a Deus os nossos louvores. O próximo passo será oferecermos bezerros sobre os altares. Para mim, levita somente quem levita. Se não levitar, não levita!
11. De onde vem essa onda de levitas? Ora, vem de gente boa, que quer louvar a Deus com a música, mas que deseja se diferenciar na brincadeira que está aí. O problema é que sem perceberem não só estão indo contra o Espírito da Graça—que em Cristo acabou com essas velharias; basta ler Hebreus—, como também estão entrando num caminho que também se corromperá.
12. Ninguém que assuma como exclusividade, em nome de Deus, algo que Deus deu para todos, ficará intacto. Quem se diferenciar, cairá em profunda arrogância; e, a arrogância, corrompe qualquer alma.
13. Você pergunta: Você é contra os cantores? É obvio que não! Sou contra criar-se essa categoria de mercadores de louvor, e que existem como mercenários, que não conhecem a Palavra, e que vivem do “show” como se Deus estivesse tomando parte na “armação”.
14. Por trás de tudo, meu amigo, a devoção é uma só: Grana!
Agora, pergunto eu: quem poderá dizer que tudo o que disse acima não é verdade?
Eu sei o que essas minhas respostas aqui estão gerando por aí.
Há alguém com coragem para me desmentir?
Onde está?
Conheço os porões de todos esses esquemas, e nunca me furtei a dizer o que penso; desde sempre!
E quem achar ruim, fique ainda grato. Afinal, eles sabem o que eu sei; e sabem que ainda estou sendo generoso com eles.
A coisa mais fácil do mundo seria dar nomes aos bois.
E os bois não teriam o que dizer, somente teriam o que mugir!
Estou sendo caustico?
Ah! Não!
Estou sendo brando, muito brando!
Quem quiser louvar ao Senhor, que o faça como puder—e o tempo todo!
Quem também gostar de cantar, cante.
Quem quiser viver de música, vá a luta.
Quem quiser servir a Deus, trabalhe e se sustente; e, então, cante com a pureza de quem está ali apenas para louvar; não para faturar!
Com carinho,
Caio