O PARADOXO DAS DE-CISÕES
Toda de-cisão tem que ter um começo. Sem começo não de-cisão, e sem decisão não há começo de nada.
Saber disso muda a vida, seja no âmbito mais simples ou no mais complexo.
De-cisão não é apenas boa intenção. Boa intenção é a sepultura dos covardes que não fazem nada além de falar, falar, falar…
É completamente triste e devastador quando você encontra pessoas viciadas em “boas intenções”; e que em geral são pessoas incapacitadas de realizar o que “formulam”, justamente porque sua “bem intencionada conversa” é apenas uma máscara que esconde a incapacidade dela (o pensar, o falar, o propor) realmente se tomar uma de-cisão.
Sem decisão toda boa intenção já está morta!
Toda decisão carrega, para quem a pratica, a possibilidade do pecado. Pois quem sabe se a boa intenção é mesmo boa?
A questão é que a decisão precisa ser boa, e nenhum de nós sabe além de sua própria intenção.
Por isto, se somos chamados para boas obras, também o somos para que as façamos com alegria, apesar de não sabermos se no fim elas todas serão realizadoras do bem.
Ora, isto tudo parece nos colocar num “chão” de total paradoxo; visto que sou chamado a fazer com boa intenção todas as coisas, ao mesmo tempo em que não sei se o que eu chamo de “bom” é de fato o que Deus chama de Bem.
E ainda sou chamado a fazer todas as coisas com alegria e gratidão…
Portanto, para o ser que se decide, tal ato implica numa entrega, pois, de fato, não se sabe nada sobre aquilo acerca do que se decide. Sim, nunca!
Dessa forma, vindo a ser para o bem, ou para o mal, a decisão precisa ser em fé e boa consciência; posto que somente o tempo revelará se foi boa ou má a abra que fiz.
Assim, meu chamado é para a obediência em razão de que toda de-cisão deve gerar alguma “partida”; alguma cisão.
Cordões umbilicais se partem…
Não nasce um homem sem de-cisão!
A obediência sempre será por muitos outros olhos vista como desobediência, visto que num mundo caído o que é bom para uns nem sempre é bom para todos; na maioria das vezes a minha benção é vista como algo péssimo para algum outro ser humano, no mínimo.
O que nos salva da loucura é a ignorância!
Esta é minha melhor lucidez!
Isto porque se soubéssemos quais são os desdobramentos de todas as nossas ações e decisões, provavelmente não suportássemos.
E a pura ironia talvez fosse ver que nossas boas intenções nem sempre geraram o bem; e algumas de nossas obras más nem sempre realizaram o mal.
“Ri-se deles o Senhor…”
Eu, porém, carrego toda a culpa pela primeira; e não tenho mérito pela segunda. Assim, conclui-se que o coração do homem faz planos, mas a resposta certa vem da boca do Senhor.
Daí Paulo dizer que tudo o que não provém de fé é pecado. Pois o que nos salva da moralidade judiciosa e enlouquecedora das decisões é a fé que age com boa consciência diante de Deus.
Do contrário…sem fé…todo ato de obediência se tornaria loucura. Cada um, porém, tem que decidir conforme sua própria consciência, mesmo que isto seja “desobediência” para quem observa.
Esta será sempre a sua sanidade!
O covarde que não entrará no Reino dos Céus é todo aquele que teme decidir pelo bem revelado, pois achou mais segurança no mal como estabilidade.
Caio