O PASTOR VEIO ME HUMILHAR NA FRENTE DE MINHA AMADA IMORTAL
—– Original Message —– From: O PASTOR VEIO ME HUMILHAR NA FRENTE DE MINHA AMADA… Sent: Friday, July 08, 2005 6:25 PM Subject: Indo pro Inferno- Parte II (rs..) Pastor Caio. Só pra situar, sou o jovem que trocou cartas com Sr. a respeito do suicídio do meu amigo Gordo, que em outro momento nos falamos a respeito do meu casamento com minha amada imortal, sem cartório e sem igreja. Lembra? Desde o primeiro ano de namoro, a minha esposa (namoramos 5 anos) começou a ir a igreja comigo. Assim foi até o dia que resolvemos nos casar com a liberdade e leveza que existia em nós. Querido Pastor amigo, já faz 7 meses que estou casado com a melhor mulher do mundo. Como ela e eu havíamos combinado, não nos casamos no cartório nem na igreja. Também, depois de 5 anos de namoro, papel e cerimônia eram as coisas que menos nos deixaria casados, pois nossos corações já se pertenciam e isso nos bastava. Fui disciplinado pela igreja por isso, mas isso nunca me incomodou! Tentaram me imputar culpa diante de Deus, mas não conseguiram. Quando nos casamos (sem papel e sem cerimônia) deixamos de freqüentar a minha igreja de origem e passamos a freqüentar uma igreja reformada independente, que era mais próxima da nossa nova e provisória casa. Igreja pequena, aconchegante, um pastor esclarecido, culto e leve; uma igrejinha onde os problemas grande não chegaram. Assim estamos lá, sem culpa e ajudando no reino com simplicidade e muito amor. O que me deixou mais feliz é que minha esposa vai a igreja comigo com alegria e começa a ajudar na classe das crianças. Porém…Sempre há um porém; né Pastor !? rs.. O pastor da OUTRA igreja, a qual antes pertencíamos, resolveu nos visitar, 7 meses depois. Nada contra uma visita do pastor da outra igreja. Lá vem ele, amigo da minha família desde os primórdios, jovem, culto, letrado, pastor missionário que esteve em dezenas de igreja com a função de reestruturar e/ou implantar igrejas por esse país afora. Tudo corria de forma agradável até o ponto em que ele resolveu dizer que eu era imaturo por ter me casado contra as normas da igreja e que eu estava “careca” de saber que tínhamos que ser submissos a igreja, pois é assim que Deus determinara e blá..blá..blá…blá.. Citava grandes autores, filósofos, a Bíblia, Deus….. Disse até que eu havia perdido a minha essência… Querido Rev. Caio, oras, o cara estava na minha casa, sentado no meu sofá, nós o estávamos recebendo bem, e ele vem me chamar de imaturo? Ele poderia ter falado o que quisesse, como quisesse e o quanto quisesse, que eu não iria dar a mínima, ou talvez até debatesse um pouco, se estivéssemos em outro lugar…; mas JAMAIS iria tolerar alguém me chamar de imaturo dentro da minha casa e na frente da minha esposa; é muita ousadia. Ainda mais com a minha esposa que agora pouco a pouco vem se firmando na fé, querendo estar na igreja. Bom, a discussão seguiu de forma “quente”… Ele foi ficando nervoso e me deixando nervoso. Ao final, a bem do meu coração abri a guarda e deixei que ele falasse para que meu tormento chegasse ao fim, e, assim, evitar deixar marcas no coração da minha amada imortal. Bom, ele se foi; mas aqueles momentos foram difíceis e tristes de engolir. Tinha que ser dentro da minha própria casa? O cara é letrado, lê muito, gosta de C.S Lewis e por ai vai… Fiquei triste, principalmente pela minha esposa, por ela assistir aquela moribunda discussão. Ore por mim e por ela pastor, para que simplicidade do Evangelho encontre morada no coração dela. Eu admirava esse pastor, mas fiquei perplexo e ainda estou. Um pastor tradicional que se rendeu ao tradicionalismo cego, que vê as coisas apenas pelos olhos da “igreja” e nem sequer está aberto a ver um pouco as coisas sob olhos dos outros sobretudo. Dá pra acreditar? Um pastor que vai supostamente buscar a ovelha perdida e dá um chute na bunda da ovelha? E depois o imaturo sou eu. Só porque casei sem papel e sem cerimônia!? E amo a minha amada imortal!? Um Beijo pastor! Um dia ainda vou ao Caminho pro Sr. dar a benção ao meu “casamento” sem papel. ____________________________________ Resposta: Meu amado amigo: Graça, Paz e Paz-Ciência! “Quando eu era menino, eu pensava como menino…, quando porém cheguei a ser homem, desisti das coisas de menino” — Paulo de Tarso. Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, e também grego e hebraico, e entendesse siríaco e aramaico; e ainda que eu tivesse pregado em Seca, Meca e Cafarnaum; ou mesmo que tivesse feito muitas fabricas de esperança, e Vindes, e muitas outras obras; e mesmo que eu gostasse de C.S.Lewis, de Jaques Ellul, de Kierkegaard, e de todos os que escrevem com alma, inteligência e sinceridade; e mesmo que pelo evangelho eu fosse capaz de fazer qualquer sacrifício; ou que em mim houvesse a força de Sansão, a alma de Davi, os olhos abertos e cheios de visões de Ezequiel e Zacarias; e ainda que tivesse a poesia clarevidente de Isaías; ou mesmo o olhar nostálgico de Jeremias; ou a obediência de Oséias; ou a loucura de Abraão; ou a percepção de Paulo; e tudo isto em mim manifestado a um só tempo —; sim, mesmo assim e a despeito de tudo isto, sem amor, nada disto me aproveitaria. O que dizer? Sinceramente não sei! Posso apenas repetir que o espírito da religião tem vocação de natureza luciferiana, pois quer ser grande e poderosa como o Altíssimo. Sim, inclusive oferecendo-se para aposenta-Lo em razão de Seu Santo e Excessivo Tempo de Serviço. Afinal, todos já sentiram que esse Pobre Deus está velho e cansado… Daí, muitos de “Seus filhos” desejarem tomar logo posse da herança; e governar por Ele; e isto o quanto antes. Amigo, a pessoa pode ler o quanto quiser, porém, se seus olhos forem religiosos, ela só verá o que a religião consentir. Tal pessoa conseguirá a façanha de discutir, no meio acadêmico, temas liberais, e pode ser que ela até defenda os mais arejados do embate teológico. No entanto, esse mesmo homem, na “igreja”, esquece de todas as suas discussões de nada — verdadeiras masturbações teológicas que não geram coisa alguma, mas apenas ejaculações precoces de meninos frustrados… e que caem no chão; mas que foram por ele propostas e defendidas no ardor da manifestação de sua vaidade intelectual. Todavia, esse mesmo homem, por conta da manutenção da boa e controlada ordem religiosa, é capaz de fazer a visita que fez à sua casa; visita essa à qual, caso ele estivesse acompanhado de algum outro parceiro de masturbatório teológico, teria tido outro rumo, visto que ele não gostaria de ser flagrado pelo “teólogo” em seu farisaísmo “pastoral”. Coisa de saduceu (sacerdote-pastor) que tem vergonha de escribas mais ilustrados (teólogos). A coisa toda está no olhar verdadeiro! Sim, porque os seres mais fechados e pedrados que já conheci no meio acadêmico-teológico, são também alguns dos mais cultos. E mais: alguns dos chamados “esclarecidos” do meio reformado, só o são para consumo relacional conforme o lugar ou a conveniência; porém não são capazes de sustentar a mesma tese em todos os lugares. Na “igreja”, por exemplo, a maioria faz cara séria para aquilo que gosta e ri com os amigos de “confraria teológica”. Há uns que até chamam você “em off”, e dizem: “Eu concordo com você. Mas cara, você é maluco. Só vai dar… você sabe, né? Agüenta a mão. Ninguém vai mudar nada mesmo!” Aí você tem que pedir a Deus força para não botar um cara desse “pra dormir” por uns segundos; ou mesmo de lhe meter um “triangulo justo”, conforme a gentileza do Jiu Jitsu, até ele “bater” confessando a verdade. Isto porque é insuportável ver o jogo de conveniências em detrimento da verdade mais simples. Mas a gente tem que se controlar, pois quem corta a orelha de Malco, logo a frente aprende sobre sua própria fraqueza. O pastor foi um meninão! E você tomou boa parte da corda dele, e desviou o curso de sua natureza! Esta é uma das coisas mais difíceis, e uma das que mais almejo alcançar em plenitude: não deixar que raivas, iras, rancores, agressividades, força, capacidade de se impor, impaciência diante da burrice, fundamentalismos, liberalismos lesos, agressores ridículos, opositores gratuitos, tolos internetianos, e todo e qualquer outro que se associe a qualquer espírito de perturbação, tenha o poder de me tirar do sério e de me fazer agir conforme eles, e não conforme eu mesmo. Esta porém é uma lição a ser aprendida o resta da vida; e não há ninguém que já esteja em pleno controle de si mesmo. Este é, no entanto, um fruto do amor que precisa ganhar poder em nós: domínio próprio. E que Deus o mantenha nesse belo amor pela sua amada imortal. O que Deus uniu nenhum papel casa e nem descasa. Aguardo você no Caminho, em Brasília, para uma leve cerimônia de gratidão pelo que é, não pelo que será; pois, onde há amor, o que será, já é. Nele, que nos ensina que os mestres da religião não compreendem muitas coisas, Caio