O QUE ACONTECE COM AS MULHERES? SÓ QUEREM BAD BOY?

—–Original Message—– From: [email protected] Sent: terça-feira, 29 de junho de 2004 01:01 To: [email protected] Subject: O QUE ACONTECE COM AS MULHERES? SÓ QUEREM BAD BOY? Amado Caio, Sou um jovem na fé, que conheceu a Jesus de verdade há um mes apenas. Não devia estar perguntando sobre algo tão insignificante diante de tantas dores e sofrimentos que nem sequer podem ser comparados ao meu caso. Mas mesmo assim, Deus me deu força para lhe perguntar, pois, muitos podem estar como eu, e talvez a sua palavra possa ser de alívio não só para mim como para muitos. Amigo, me sinto um homem realizado em vários sentidos da minha vida. Conquistei muitas coisas embrora não conhecesse de verdade o principal, Cristo. Estou começando ainda que tarde a minha caminhada… Caio, a minha vida toda convivi com fracassos sentimentais. Aos 37 anos ainda não me casei e não tive meu tão amado filho, que sonho um dia tê-lo. Conheci várias mulheres, cada qual de uma forma. Amei algumas vezes, 2 ou 3, mas parece que a minha forma de amar está errada. Não posso ser bom, que o valor que tenho deixa de existir; não posso ser fiel, que não sou valorizado; não posso ser carinhosos que o sentimento esfria… Ao contrário, se desprezo, há um amor maior por mim; se não dou muito carinho, se apaixonam; se não sou aquele homem honesto e correto que gosto de ser, cada vez mais me dão amor e carinho e me levam a sério. Ocorre Caio, que me sinto mal sendo assim. Quero amar com liberdade, ser feliz, sem medos, sem pensar antes de fazer um carinho. Porém Caio, tudo o que vejo é que os relacionamentos que mais me fizeram “feliz”, foram aqueles em que eu “tratei mal” a pessoa a quem amava. Que mundo é esse Caio? O que há de errado comigo? Estou fadado a maltratar para “ser feliz”? Todos os meus relacionamentos são maravilhosos no início, enquanto eu sou o homem que não sou, que despreza, que não é fiel, que não dá muita atenção, que não é carinhoso, que às vezes é ríspido… Ao me tornar amigo, honesto, sincero, fiel, carinhoso, dedicado, perde-se o interesse por mim. Tenho a minha vida pronta para montar a minha família, mas não consigo concretizar meu sonho de amar e ser amado sem barreiras, sem máscaras. Isso me deixa muito deprimido Caio, e estou a cada dia desanimando em ser feliz no amor, e estou quase partindo para me conformar de que não fui feito para ter uma família alegre e feliz… Um abraço irmão, como aquele que me destes no Café no último dia 23/6. Seu amigo novo na fé, ____________________________________________________________ Resposta: Meu querido amigo, Primeiro quero dizer que nós, homens, estamos comendo de nosso próprio veneno. Tratamos as mulheres muito mal durante toda a nossa existência, e elas resolveram ficar como nós. Agora, quando algum de nós se “converte ao homem”, elas não acreditam, ou se sentem inseguras, ou acham que não é verdade, ou ficam com vergonha das amigas; visto que é o bad boy que está na moda. A segunda coisa que tenho a dizer é que os homens que querem fazer um outro caminho, conforme o seu sonho—e que é sadio—, acabam indo para o pólo extremo, posto que uma coisa é ser bom, outra é ser “bonzinho”. A recomendação da sabedoria bíblia é não ser nada demais…nem mesmo justo demais…pois, acaba-se destruindo a si mesmo. A Virtude, num mundo caído, habita o paradoxo. Assim é que Jesus manda “ser simples como as pombas, e prudente como as serpentes”. Bem, é verdade que Ele não disse isto em relação ao vinculo homem-mulher, mas sim com respeito ao nosso encontro com o mundo hostil. No entanto, deve-se admitir que todo encontro—incluindo o namoro—acontece na “cultura” desse mundo hostil. Desse modo, eu não hesitaria em dizer a você que essa equação—simples como as pombas, e prudente como as serpentes—, é um conteúdo a ser buscado para tudo nesta vida e neste mundo. Trazendo esse paradoxo (pombas e serpentes) para a vida e no encontro com o sexo oposto (no seu caso, com as mulheres), a implicação é saber que quem é só pomba, é apenas “bonzinho”; e quem é só serpente, é só “desconfiado” demais. A síntese é que é maravilhosa, pois cria a categoria do Bom! Ora, o bom é generoso, mas não é bobo; é solidário, mas não é otário; é amigo, mas não mole; é cortês, mas não é freguês; é carinhoso, mas não paparica; é cavalheiro, mas não é cavalariço; é fino, porém grave; é doce, mas forte; é confiante, mas não é desatento; é amoroso, mas não é manipulável; é homem, mas nunca deixa de ser sensível; é macho, mas é sempre afetuoso. Isto é ser simples como as pombas e prudente como as serpentes na abordagem, construção, e manutenção de um relacionamento, até que ele se estabeleça sobre as bases de uma consciência adulta de amor. Mas nunca se precipite nem com os bons sinais. Há de se comer “um bom sal” antes de se saber quem está ao nosso lado. E se há uma coisa para a qual não precisa haver tanta pressa é casamento. Conhecer bem antes, é muito melhor do que desconhecer logo depois… O que me preocupou na sua carta foi o “papo do filho”, e que é sadio, mas não como motivação para o casamento. Aliás, o casamento bom é que deve deflagrar o sonho de filhos, e não o contrário. Isto embora seja sadio que você, desejando ter filhos, os tenha. Mas esse desejo tem que ser menor do que o de encontrar a sua mulher. Quando se encontra a mulher da gente, os filhos da gente seguem… Seguem até quando a gente os tem sem que tenha sido o fruto do amor maduro, quanto mais quando o é! Então, não se preocupe. Filhos vêm. O difícil é encontrar aquela que nasceu com potencial de complementariedade para conosco, mas que a gente ainda não sabe quem é, ou onde está. Ande tranqüilo que você vai encontrar. E se ainda não encontrou, saiba: foi a seu favor. Nele, em Quem o equilíbrio é Graça, Caio