O QUE DEUS VIU EM JACÓ?

 

 

 

 

 

O contexto de praticamente todas as passagens da Escritura nos Salmos e nos Profetas trazem Jacó para o papel arquetipico do ser no qual a eleição na Graça só pode se mostrar como sendo escandalosamente arbitrária, pois diz: ”Amei a Jacó e me aborreci de Esaú”.

A Escritura diz que ambos — Jacó e Esaú — ainda não tinham nascido e a Graça já operava como escolha, sem que nenhum dos dois tivessem praticado obras.

Jacó é o vermezinho in-abandonável!

Assim Jacó é Israel — um caso inexplicável de amor da parte de Deus!

A questão da maioria das pessoas é sempre a mesma: Por quê? Ou ainda: o quê Deus viu em Jacó?!

A resposta é Nada!

Daí a Graça poder ser Tudo!

Jacó lutar e vencer o Anjo fala mais da disposição de Deus de se deixar vencer, que da vitória de Jacó. Jacó só vence porque é Jacó, sendo, portanto, a não-razão-da-vitória e, ao mesmo tempo, a única-razão-da-vitória.

Em Abraão Deus parece receber uma certa dignidade em ser amigo de alguém que foi capaz de Tudo por Deus.

Em Jacó, Deus parece despir-se de dignidade, por ser capaz de amar tanto alguém que não faz nada sem uma troca.

Até na sua noite-de-escura-luz e de luminosa-escuridade — quando lutou com o Anjo —, Jacó propõe uma barganha: “Não te deixarei ir se não me abençoares”.

Assim, Jacó é salvo pela Graça, mas não é o pai da fé — é no máximo neto da fé. Deus, todavia, ama a esse “vermezinho” e é o Deus de Jacó, sendo, assim o Deus de todos, e Aquele que elege o medíocre para ser acima do que ele mesmo, o medíocre-Jacó, almeja como vida.

Abraão era capaz de loucura por Deus!

Deus é capaz de loucura por Jacó!

Abraão se move para o ato-dos-atos por ter ouvido uma Voz.

Jacó tem que ser obrigado a desejar Deus.

Jacó barganha sempre. Mas só ganha quando já não tem o que barganhar!

Ambos, toda-via, são filhos da mesma Graça, pois, tais distinções só existem em razão das limitações de nossos sentidos!

Nada é Nada e Tudo é Graça!

 

Nele, em que sou Jacó em processo hebreu de me tornar Israel,

 

Caio

 

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