O SALMO DA ADORAÇÃO CÓSMICA!

Bendize, ó minha alma, ao Senhor! Senhor, Deus meu, tu és maravilhoso! Estás vestido de honra e de majestade. Tu te cobres de luz como de um manto. Tu estendes os céus como alguém abre uma cortina. És tu que pões em águas os vigamentos da tua morada. És tu que fazes teu carro de nuvens e que andas sobre as asas do vento. Sim! tu fazes dos ventos teus mensageiros, e “ordenas” teu ministro um fogo abrasador. Oh Deus! Tu é Deus! Lançaste os fundamentos da terra, para que ela não fosse abalada em tempo algum. E ela ainda hoje está firme. Tu revestiste a Terra com os mantos do abismo, e a adornaste como a uma noiva em gala. Coroaste a Terra com cristais de gelo, com as águas que se adensam sobre as montanhas. Tu falaste e as águas fugiram para os altos montes; à voz do teu trovão puseram-se em fuga. Oh Deus! Tu suspiraste! Elevaram-se as montanhas, desceram os vales, rasgou-se o chão em abismos até o lugar que lhes determinaste para ser o fundo. Tua criação conhece seus própios termos. Limite traçaste às águas, e elas não haverão de ultrapassá-los. Jamais voltarão a cobrir a Terra sem que tu mesmo lhes dês ordens. Oh Deus! Tu desejas! Então nos vales fazes rebentar nascentes, que correm geladas entre as colinas e serpenteiam pelos vales. Assim, dão de beber a todos os animais do campo; ali teus animais matam a sua sede. Junto dos que pastam em teus verdes campos, habitam as aves dos céus; dentre a ramagem fazem ouvir o seu mavioso canto. Oh Deus! Tu amas os jardins! Da tua alta morada regas os montes; a terra se farta do fruto das tuas obras. Fazes crescer erva para os animais, e a verdura para uso do homem, de sorte que da terra tire o alimento; da vide extraia o vinho que alegra o seu coração; da oliveira arranque o azeite que faz reluzir o seu rosto; e do chão lhe venha o pão, que lhe fortalece o coração. Oh Deus! Tu és o Senhor das Florestas! Saciam-se as árvores do Senhor; os cedros do Líbano que ele plantou; as gigantescas árvores do amazonas dançam para ti. Nelas toda sorte de aves se aninham. Oh Deus! Tu és o Senhor dos montes! Os altos montes são um refúgio para as cabras montesas, e as rochas para as centopeias. Oh Deus! Tu és o dono do Universo! Designaste a lua para marcar as estações; o sol sabe a hora do seu ocaso. E Marte tem permissão para passar perto de nós. Oh Deus! Tu és Senhor da Luz e das Trevas! Fazes as trevas, e vem a noite, na qual saem todos os animais da selva. Os animais bramam pela presa, e de Deus buscam o seu sustento. Quando nasce o sol, logo se recolhem e se deitam nos seus covis. Então as onças saem para receber de ti a sua porção! Oh Deus! Deus de todos os homens! Bem cedinho sai o homem para a sua lida e para o seu trabalho, até a tarde. Ó Senhor, quão multiformes são as tuas obras! Todas elas as fizeste com sabedoria; a terra está cheia das tuas riquezas. Oh Deus! A tua voz está sobre as muitas águas! Teu é o vasto e espaçoso mar, no qual se movem seres inumeráveis, animais pequenos e grandes. Ali andam os navios, e o monstros que criaste para brincar no mar. Oh Deus! Tu és o Deus de toda providencia! Todos esperam de ti que lhes dês o sustento a seu tempo. Tu lho dás, e eles o recolhem; abres a tua mão, e eles se fartam de bens. Escondes o teu rosto, e ficam perturbados; se lhes tiras a respiração, morrem, e voltam para o seu pó. Oh Deus! Teu é o derramar do Espírito da Vida! Envias o teu fôlego e seres são criados; e assim renovas a face da terra. Permaneça para sempre a glória do Senhor; regozije-se o Senhor nas suas obras! Ele olha para a terra, e ela treme; Ele toca nas montanhas, e elas fumegam. Oh Deus! Deus de meu amor! Cantarei ao Senhor enquanto eu viver; cantarei louvores ao meu Deus enquanto eu existir. Seja-lhe agradável a minha meditação; eu me regozijarei no Senhor. Sejam retirados da terra os que se satisfazem com o ódio e com a perversidade; e não subsistam mais os impiedosos. Bendize, ó minha alma, ao Senhor. Louvai ao Senhor dos os seres criados! Adora a Deus, ó homem!