Leia o texto a seguir. Depois prossiga e leia a carta original que o gerou.
Aos do caminho, que intercederam por Luísa Ortegal em oração e comunhão,
Quero informar a todos que Luísa vive.
Não mais entre nós, nessa terra, mas está assentada à destra de Jesus, no colo do Deus-Pai.
Quero anunciar a todos a boa nova: aconteceu um milagre. Sim, a Luísa venceu a morte. À tarde deste domingo, Luísa deixou o leito de hospital em que estava. Eu só a ouvi dizer, ouvi-a bradar umas frases semelhantes às de Paulo: “Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está? Deus nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo!”
Nesse domingo a Luísa, que estava acamada, correu. Correu firme pro abraço do Pai. Não desse pai que escreve estas coisas, mas do Pai, em quem Luísa e eu somos crianças irmãs, a brincar.
À tarde desse domingo os seus pulmões se cansaram do ar dessa terra, era um ar indigno, um mundo indigno dela.
É que Luísa ouviu cedo o chamado certo e suave do Cristo. Ele assim o quis, ela assim o atendeu. Eu não a faria tropeçar, Senhor! Melhor me vestiria o pescoço uma pedra enorme de moinho do que impedir o caminhar desta pequena rumo a ti.
Alguns tentarão compreender o mistério que contém esse fato. É certo que eu que sou falho também o tentarei mil vezes. Mas, se o Cristo deu graças ao Pai, por ter ocultado estas coisas aos sábios, eu é que não farei diferente. Além do mais, estou feliz, pois os cento e dez centímetros da pequenina Luísa estavam plenos de tal revelação.
Ainda sobre esse pequenino corpo de cento e dez centímetros que abrigou Luísa nesses cinco anos e meio, quero avisar que ele passou os rituais no Campo da Esperança ontem, segunda feira, acerca dos quais eu só avisei alguns poucos, mais próximos. Me desculpem se eu tiver esquecido de alguém. Vocês vão me compreender.
Eu agradeço demais aos que oraram, peço que continuem orando, e aos que se aproximaram de mim nesses dezoito duros meses, agradeço mais ainda, e peço que não se afastem. A oração e a presença de vocês foram boas para a Luísa, mas fui eu quem mais me beneficiei delas, pois a Luísa era mais forte que eu.
A Luísa está nEle, por que dEle e por Ele, e para Ele são todas as coisas. Glória, então, a Ele, eternamente! Amém mais do que nunca!
Leonardo Ortegal
Pai de Luísa Ortegal
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From: ORAÇÃO POR UM ANJINHO
Date: 05/12/2007 08:24
Subject: sobre a minha fllha
To: [email protected]
Oi, Caio,
Graça e Paz.
Aqui é o Léu, do Caminho, que começou os trabalhos com os adolescentes aí e que agora está morando em Goiânia a trabalho.
Caio, eu teria mil formas de contar isso pra você, mas acho que vou optar pela mais direta: há cerca de um mês eu e algumas pessoas próximas à Luísa, minha filha, viemos notando a perda de habilidades que ela já tinha há bastante tempo e também perda da coordenação. Eu estava no trabalho, mas a mãe e a avó dela a levaram no oftalmologista que não detectou nada e depois no neurologista, que detectou uma ‘mancha’ na tomografia. Encaminhou pra ressonância que detectou uma lança no meu coração: Ela está com um tumor atrás do cerebelo.
O tumor é grande, tem 4×3 cm e está numa área onde não se pode fazer cirurgia (o cerebelo controla respiração e batimentos cardíacos). O tratamento proposto pelo grupo de onco-pediátras é radioterapia associado à quimioterapia.
Ela já está tomando corticóide e o tratamento deve começar no mais tardar segunda feira. Pressionado por minha mãe, um dos médicos acabou dizendo que a experiência dele em 07 anos foi de ver três anos de convivência com o câncer.
Domingo eu estava no culto, pois vim pra Goiânia só segunda. Teve aquele momento de oração e eu senti que era um cuidado de Deus. Eu tenho orado pedindo a cura milagrosa, porque as mãos humanas estão completamente atadas.
Me diz algo, pastor! Eu tô sofrendo demais.
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Meu mano amado Léu: Graça e Paz; a que excede a todo entendimento!
O que posso eu dizer?
Li sua carta ontem e não consegui mais trabalhar. Me deu um forte dor de cabeça e eu parei. Hoje tentei escrever, mas não pude. Adriana e minha filha Juliana ouviram a história e ficaram abaladas. Hoje Juliana me perguntou se eu já havia respondido. Disse a ela que estava orando. Tendo um netinho levado correndo pela casa e pelo jardim o dia inteiro, fazendo bagunça até tarde da noite, desde que sua carta chegou toda vez que olho para ele penso em sua filha; e oro.
Vocês têm que decidir as coisas. Eu posso apenas dizer qual seria a minha tendência se o filho fosse meu e vivendo sob as mesmas circunstancias e com a mesma idade.
Minha tendência meu irmão seria a de não submetê-la ao tormento do tratamento pesado até para adultos.
Sim! Exceto por clara orientação de Deus a mim, o que faria seria curti-la com todo amor, dando a ela tudo que eu pudesse de tempo, atenção e investimento de vida.
Daria tempo, alegria, amor, e muitos e muitos beijinhos e muita atenção, dando a ela todas as chances de passeios, de variedade de emoções e, sobretudo, investiria muita fé em tudo, especialmente quanto a estimulá-la a crer e amar o Senhor.
Quanto ao mais, sem neurose, oraria muito com e por ela. Sim! Imporia as mãos sobre ela com a mãe dela todos os dias, e oraria a oração do amor sereno e confiante.
Somente o Senhor pode dizer o que acontecerá. Porém, o que eu faria seria isto: não a submeteria às penas de um tratamento esmagador e que em si já reduz a qualidade de vida da criança, sendo que, humanamente falando, as chances são pequenas. Portanto, eu preferiria dar a ela um tempo de vida com vida e não com hospitais e tratamentos de aplicação duvidosa quanto a se aumentam ou tempo de vida ou se reduzem ambas as coisas: o tempo e a qualidade de vida.
Gostaria de orar por ela e com ela. Por ela estou fazendo. Mas, quando você vier aqui ou eu for à Goiânia, desejaria muito poder impor as mãos sobre ela em nome do Senhor.
Léu amado: aqui deito minhas lágrimas. Aqui entrego ao Senhor a nossa impotência. Aqui me uno a você com todo amor. Porém, aqui declaro minha impotência e minha esperança.
Vou publicar no site a sua carta na expectativa de que muitos outros sejam tocados por Deus quanto a intercederem pela sua filhinha.
Estou aqui mano!
Com oração e com todo carinho!
Nele, que deu a cada um de nós o tempo de existência que é pleno Nele,
Caio
07/12/07
Lago Norte
Brasília
DF