OS PASTORES QUEREM QUE A GENTE ESPERE. COMO? (I e II)

—– Original Message —– From: OS PASTORES QUEREM QUE A GENTE ESPERE. COMO? To: [email protected] Sent: Friday, October 08, 2004 7:08 AM Subject: NÃO SOMOS MAIS CRIANÇAS! Mensagem: Prezado Pastor, Li alguns artigos do senhor e gostaria de sua opinião sobre meu caso. Há quase dois anos Me separei por motivo de adultério de minha esposa (que abandonou o lar). Nos separamos judicialmente, e passados uns dez meses da separação, conheci “Márcia”, também separada. No meu caso não houve nenhuma tentativa efetiva de reconciliação, pois, nos primeiros meses, eu queria muito tentar, mas ela estava decidida a se separar; e após esse tempo, quem não quis mais fui eu; apesar de não ver da parte dela nenhum arrependimento sincero, apenas “teatros”. “Márcia”, por sua vez, foi casada, e separou-se após dois anos; e grávida. Teve a criança, converteu-se, e conheceu seu ex-marido atual, que também era crente (dizia), mas separou-se deste por maus tratos, mentiras, adultérios confessados e ‘des-confessados’; porém, voltaram a se unir por duas ou três vezes, tentando consertos, com acompanhamento de pastores; mas, ao final, separaram-se judicialmente. Quando a conheci, eu já era separado há dez meses, e ela há quase dois, mas já estava separada de fato há muito mais tempo. Pois bem, começamos a namorar em outubro de 2003, e achávamos estar tudo bem, pois somos livres judicialmente; e, cremos, perante o Senhor também que estamos livres. Aconteceu que seu ex-marido conseguiu uma liminar na justiça acusando-a de roubar a empresa que possuíam, ainda não partilhados os bens, deixando-a sem sustento com as crianças. Tentamos vários recursos e perdemos; muito devido a mentiras que ele montava. A partir daí nossa vida virou um tormento, pois todos diziam que estávamos em pecado por namorar ser sermos divorciados, e que nada que fizéssemos iria dar certo, porque Deus não aprovava nosso relacionamento. Vale dizer que pretendíamos nos casar tão logo nos divorciássemos, o que já consegui; ela não; mas já tem o tempo necessário. Durante este ano alguns pastores nos acompanharam, mas as vezes dizem que podemos nos casar e logo depois dizem para nos separarmos. Confesso que nem sempre mantivemos nossa santidade intacta, porque mantínhamos relações sexuais. Não queremos errar mais, queremos nos casar, mas as pessoas dizem que temos que terminar o namoro definitivamente, nem amizade, e esperar o divórcio dela. Como cada pessoa fala uma coisa, ficamos perdidos. Gostamos muito de suas opiniões e gostaríamos de merecer sua atenção sobre este caso. Desde já agradecemos. Um forte abraço, ____________________________________________________________ Resposta: Meu amigo amado: Na multidão dos conselhos só há sabedoria quando os conselheiros são sábios, mas quando não são, só há confusão! Meu amigo, honestamente, no fundo do coração, você acha que está pecando? Tenho certeza que se não fossem os pastores vacilões, você não estaria tendo conflito nenhum. Dois jovens virgens, quando se encontram, caso o desejem, terão uma boa chance de casar virgens. Afinal, a atividade sexual não começou ainda. No entanto, no caso de adultos, e que já foram casados e já tiveram vida sexual ativa, somente os doentes conseguem namorar sem transar. No mais, sem hipocrisia, é impossível. Não se pode pedir que dois adultos, pais de filhos, responsáveis, separados de seus ex-cônjuges, fiquem comportados como dois virgens, esperando a hora do casamento no papel. Quem advoga isto, ou é em si mesmo frígido e assexuado, ou nunca viveu a situação, ou desconhece completamente a natureza humana e as estações da vida, ou é um hipócrita descarado. É o tipo de “mandamento humano” dado apenas para ser transgredido, e gerar angustia. Qualquer pastor de meia idade que se separe, e, depois de um tempo, comece a namorar alguém visando o casamento, ele mesmo, sem dúvida, vai abrir o pacote todo antes de casar no papel. E quem disser que fez diferente, mande conversar comigo, pois quero olhar no olho do cara e ver se ele está falando a verdade. Sim, 99% jamais imporia a si mesmo o que impõe aos outros. Não leve essa multidão para a cama. A vida é de vocês dois, e de mais ninguém. Assim, cuide dela, e deixe que ela cuide você. Vocês já sofreram muito, e não devem, agora, se deixar levar pela mão dos hipócritas. Um pastor sábio, vendo as circunstâncias, nem toca no assunto, que é para não constranger as pessoas. O grande pecado é tratar com irrealidade a natureza humana! Assim, meu amigo, cuide dos papéis e case com ela tão logo queiram e possam. Mas não deixem que essa “gang da infelicidade” se intrometa da existência de vocês. Basta a cada dia o seu próprio mal. Nele, Caio ____________________________________________________________ —– Original Message —– From: CONTINUAÇÃO… To: Caio Fabio Sent: Friday, October 08, 2004 8:55 PM Subject: Re: Contato do Site : Confidencial Prezado Pastor, Confesso-me surpreso (e muito feliz) com a rapidez da resposta a minha mensagem. Mas esqueci de um “detalhe” muito importante: um dos argumentos que utilizam contra nosso casamento—que é o que queremos, nos casar—, é o fato de “Márcia” já ter tido dois outros, sendo um antes de se converter, que ela diz ter sido “uma aventura irresponsável de dois jovens”—durou pouco mais de um ano e gerou uma filha, hoje com 13 anos; e o outro, já convertida, com alguém que se revelou um tremendo pilantra, após o casamento. Por isso dizem que uma segunda chance, todos têm; mas que três casamentos a Bíblia não permite. Ora, se formos levar a lei a ferro e fogo, creio que nem uma chance é dada. Porém, tenho conhecido um Deus muito mais misericordioso e poderoso, para transformar e perdoar a todos que o buscam com coração sincero. Alem do que, o próprio Paulo escreve a Timóteo dizendo que as atrocidades que cometera antes de se “converter”, não seriam levadas em conta, logo, o casamento “ímpio” da “Márcia” não pode ser considerado, apenas o segundo, daí ela teria uma segunda chance, e comigo. Esses malabarismos não me agradam. Prefiro crer que Deus está acima de nossas peripécias e sabendo que somos pó, trata individualmente com cada um. Sem querer abusar, mas aproveitando a oportunidade, gostaria de sua opinião sobre este “detalhe”. Somos imensamente gratos pelas suas palavras e atenção. Vosso conservo no Reino, ____________________________________________________________ Resposta: Meu querido amigo: Do 1 veio o 2. Do 2 veio o 3. E dos três vieram todos! Você não precisa de malabarismos. O próprio Jesus propôs a Graça como absurdo total, quando ordenou que se perdoasse até 70 X 7 no mesmo dia. Ora, há casos em que embora se perdoe, é ainda um direito escolher se ter o tipo de relação que a gente quiser com a pessoa perdoada: se próxima, se fraterna, ou se apenas casual. Perdão não é catividade à relação, mas é libertação, para que ninguém fique fora da hora, ou sem nenhuma vontade de ficar. Ora, nenhuma dessas coisas tem a ver com você. Você é apenas um marido que foi traído, tentou ver se dava, mas cansou de ver que não havia verdade. Separou-se, encontrou outra pessoa, e, essa pessoa, tem um passado, como todo mundo tem. Quem não tem um passado, ainda que nele nada se tenha passado? Descanse. Onde houver sincera verdade e verdade sincera, aí dois estarão bem. Onde não houver, os dois sofrerão. Onde há algo verdadeiro, desse lado a verdade brotará como razão. Onde houver a razão da verdade, aí haverá amor libertador. E onde o amor liberta, dois não se separam. Paradoxo! Cada história é uma história, e acerca de qualquer uma delas se poderiam escrever livros ou fazer muitos filmes. Os detalhes de cada vida são divinos, por mais horríveis que muitas vezes nos pareçam. O fato é que Deus continua a criar do caos. De todos os nossos caos. De qualquer caos. Tenha paciência, e seja sempre sereno. Somente a serenidade vence o espírito de divisão e discórdia. Nele, Caio